31/10/2007

Calvo Sotelo - III




-Apenas após o funeral de Calvo Sotelo, os generais Franco e Mola, perceberam que a população não apoiava os assassinos que governavam o país naquela república, avançando então para a guerra civil, o que se passou a seguir é outra história, mas foi a esquerda, e o seu radicalismo intolerante, o jacobinismo militante, que uniram muitos contra si, pagando depois o povo espanhol o elevado preço, com décadas de ditadura, que talvez nem sequer tivesse existido, não fossem os desmandos fundamentalistas duma esquerda que ainda hoje pelos vistos, suscita a admiração de alguns, do lado de lá, e provavelmente, do lado de cá da fronteira.

Calvo Sotelo - II



-Naqueles tempos da república Espanhola, este foi o tratamento aplicado por socialistas ao líder da bancada da direita, Calvo Sotelo, será que também consta na Lei da Memória Histórica de Zapatero?

Calvo Sotelo - I



-O Papa Bento XVI, beatificou uns mártires no passado domingo, não faltou em Espanha, nem por cá tão pouco, o habitual coro de virgens jacobinistas ofendidas, clamando por igual tratamento para com os repúblicanos vítimas do franquismo. Este sr. na foto, Calvo Sotelo, foi um ilustre parlamentar, liderando a direita no regime repúblicano, o tal que alguns apelidam de democrático.

Sobre a memória histórica

-O PSOE, partido no poder, aqui ao lado na vizinha Espanha, não pára de provocar todos aqueles que não seguem o fundamentalismo de Zapatero. Começou com o casamento gay, poderia ter igualado direitos, mas provocador, impôs o casamento, não sendo espanhol, o problema não me afecta particularmente, mas, pode vir por aí um PS, talvez até empurrado pelos ventos jacobinistas que sopram aos ouvidos de Sócrates, a quererem impôr tal medida aos portugueses, não falta por aí, quem queira patrocionar causas fracturantes, ainda que idiotas, agora, numa demonstração de força, que a tem no presente emanada das eleições, mas poderá perdê-la em breve, espero que sim, vieram os socialistas espanhois publicar uma Lei da Memória Histórica, que significa o reabrir de feridas que se encontravam saradas na sociedade espanhola, numa atitude revanchista, revisionista da História, como se fosse verdade, que dum lado estivessem os bons, os repúblicanos, e de outro, os maus, a falange, liderada por Franco. Não sou adepto de ditaduras, não simpatizo com Franco, nem tão pouco com Salazar, em termos históricos, obviamente, mas simpatizo ainda menos, com assassinos e mentirosos, espécies em abundância na Espanha Republicana, e já agora, diga-se de passagem, também em Portugal, nos tempos da 1ª república, pois foram esses srs, mais as suas prácticas vergonhosas, que indignaram os povos, criando condições para a implantação das ditaduras.

Pacman 20 anos depois, por Zécartoon

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-Mas há mais, em www.zecartoon.com/

Surrealismo - XXXI



-Termina hoje o mês de Outubro, e com ele a temática surrealismo. Finalizo com uma das obras-prima do mestre Salvador Dali, porque a vida está cheia de memórias, para recordar enquanto há tempo...

30/10/2007

Aqui não esteve tão porreiro, pá!

-Para apreciar a cortesia e apreço que José Sócrates demonstra para com Luis Amado, actual M.N.E.

Democracia chega hoje ás farmacias

J.N.-Farmácias liberalizadas com críticas do sector

-A partir de hoje, qualquer um de nós, simples mortais, poderá tornar-se proprietário duma farmácia, uma das poucas actividades empresariais que até ontem estava na posse duns quantos iluminados, beneficiários duma legislação corporativa, em vigor desde os tempos de Salazar. Qualquer um de nós poderia ter um negócio na área da saúde, fosse um hospital ou simples consultório, sem que obviamente pudessemos exercer medicina, questão que nunca estev em causa, para funcionar teriamos de contratar médicos, enfermeiros, devidamente credenciados para a função, o mesmo se passará a partir de agora com as farmácias, posso tornar-me proprietário sem ser farmacêutico, terei de contratar 2 profissionais habilitados para a função, sendo um deles director técnico. A ANF afirma-se preocupada, pudera, lá se vai a exclusividade num dos negócios mais rentável, logo apetecível, utilizando argumentos como a defesa duma lógica de serviço á população, não estará assegurado pelo código deontológico dos profissionais contratados? falam em degradação dos serviços, possível falta de ética, numa lógica de lucros imediatos, mas não tivemos já farmácias implicadas em casos fraudulentos que procuraram ludibriar o Estado? as farmácias envolvidas, felizmente poucas, eram pertença de farmaceuticos. Mais, os titulares das novas farmácias estarão obrigados a garantir serviço á comunidade em que se inserem, como a participação nas escalas de farmácias de serviço, pois a actividade continuará a ser objecto de apertada regulamentação.

Sarkozy abandona entrevista

-A ver, Sarkozy deixar a entrevistadora do programa 60 minutos falar sózinha. Não vimos já algo parecido?

Surrealismo - XXX

29/10/2007

3 em cada 4 portugueses afirmam

DN-Estado funciona pior que o sector privado

-Um estudo coordenado pelo ex-ministro da educação Roberto Carneiro, levado a cabo pela Univ. Católica, é claro, na sua maioria os portugueses não estão satisfeitos com os serviços prestados aos cidadãos pela administração pública, ainda que admitam recentes melhorias. O estudo destaca a evolução nas habilitações dos funcionários públicos, normalissimo já que decorre da escolaridade mais abrangente, e o front-office, melhorado com a aposta em lojas de cidadão, apetrechamento tecnológico e acessibilidade através da internet, aqui destacando-se o pagamento de impostos. Onde as melhoras teimam em não se fazer sentir é nos tempos de espera, nos mais variados serviços, que manifestamente irritam os cidadãos. Enquanto utente, não concebo sequer a possibilidade de passar o dia num hospital á espera duma consulta, a última vez que lá estive, entrei em Sta Maria cerca das 8.30h, para inscrição numa consulta previamente marcada, eram 11h, ainda não tinha sido atendido, continuavam umas dezenas de possoas á minha frente por terem chegado primeiro, nem a imagino a que horas, e obviamente vim-me embora, não tendo voltado até hoje, resolvi o meu problema no sector privado, pagando duplamente, pois continuo mensalmente a ver retirado aos meus rendimentos, os descontos para a segurança social. Também hoje ninguém terá paciência para passar um dia num tribunal, por vezes para ser ouvido em 5 minutos, tudo porque a função pública está manifestamente descordenada, e desorganizada, face ás necessidades do tempo presente, com manifestos custos de produtividade que todos pagamos. Outro aspecto a ter em conta, é a falta de mobilidade na função pública, é sabido que Lisboa por exemplo, perdeu inúmeros residentes nos últimos 20 anos, com o crescimento dos concelhos limitrofes, e a função pública, acompanhou esse movimento respondendo ás necessidades das populações? claro que não, basta ver o funcionamento, e consequente tempo de espera, numa conservatória do registo predial por ex. em Loures, Oeiras, Cascais ou Sintra, para verificarmos que os funcionários são em número igual há já vários anos, os edifícios sem condições de trabalho para os funcionários, menos ainda de atendimento aos cidadãos. Não sei se existem funcionários públicos a mais ou não, face aos serviços que o Estado hoje assegura, em meu entender existe um peso excessivo do próprio Estado, mas essa é outra questão, parece-me que dentro do quadro actualmente existente, a mobilidade é fundamental, os serviços da administração existem para servir os cidadãos e não o contrário, pelo que é urgente uma mudança, nos quadros, com menor interferência do poder político, nomeando gestores que deveriam alcançar determinados lugares através duma efectiva progressão na carreira, quer uma reavaliação urgente das efectivas necessidades das populações, que se traduzirão em ganhos de produtividade de todo o país, quer na agilização e simplificação de processos, combate á burocracia, e modernização de serviços, instalações e procedimentos. O importante não será procurar culpados pela presente situação, resultado de décadas de prácticas erradas, e onde ninguém estará verdadeiramente inocente, políticos, gestores, funcionários e cidadãos, mas importa sim, corrigir duma vez por todas, esse travão ao desenvolvimento chamado administração pública.

Regionalização de volta

PÚBLICO-PSD quer discutir o tema em 2008

-O PS tinha-nos deixado em paz com o projecto de criação de regiões administrativas até final da presente legislatura, pretendendo retomar discussão sobre esta temática apenas na próxima legislatura, o PSD vem agora pela voz do secretário-geral Ribau Esteves, anunciar que pretende discutir o assunto já em 2008. Percebe-se a urgência, Menezes simpatiza com a causa, Ribau Esteves e Mendes Bota também, 2008 é um ano sem eleições, a não ser que se realize um referendo bem mais importante para Portugal e para os portugueses, o referendo ao tratado reformador Europeu, que o PSD pretende aprovar no parlamento, deixando assim espaço para eventual calendarização de outro referendo, sobre regionalização, passados que estarão 10 anos sobre o mais expressivo resultado num referendo, ainda que não vinculativo, pelo nem os mais fervororos regionalistas como Mendes Bota, se atrevem a sugerir que o parlamento terá legitimidade em decidir sobre esta matéria, para não falar, que já ninguém propõe o anterior modelo rejeitado, que previa 8 regiões, e sim um novo modelo que contempla as 5 regiões plano. Será interessante perceber, o que farão de seguida estes senhores, caso os portugueses decidam rejeitar novamente a regionalização, se a deixarão cair por muitos e bons anos, ou se querem tantos referendos quantos os necessários, até obterem o SIM. Quanto a mim, irei esperar para ver as propostas que o PSD terá para apresentar, se elas passam por uma verdadeira reforma do sistema político, ou pelo contrário aumentar o número de políticos, o qual já penso ser manifestamente excessivo, face ás dimensões dum pequeno país, como Portugal.

Surrealismo XXIX

28/10/2007

Ele é que nos deve um pedido de desculpas!

DN-"Mesmo que me dê decepções o comunismo é uma convição"

-Pois que fique com as suas convicções, de derrota em derrota, mas penso que poderá sentar-se, se não quiser morrer de cansaço, que Cavaco Silva não terá de lhe pedir desculpa alguma. Fica neste episódio "memorial do convento", o triste papel de Sousa Lara, que se prestou a idiota útil, utilizado pelo escriba Saramago, numa estratégia de internacionalização, vitimizando-se, como se em Portugal existisse ditadura. E não existia, como aliás não existe hoje, ditadura, porque as democráticas forças armadas, mandaram em 25 de Novembro de 1975, ás urtigas, a tentativa comunista de usurpação da liberdade, a qual contava com a preciosa colaboração do "camarada Saramago", enquanto director de jornal, ainda para cúmulo num jornal de referência, querendo transformá-lo num veículo de transmissão das directrizes emanadas de Moscovo, filtradas na Soeiro Pereira Gomes, tendo para o efeito promovido a censura interna, e levado a cabo umas quantas purgas. Felizmente para Portugal, o comunismo perdeu, e perdeu em toda a linha, quem deve desculpas ao povo português é o escriba Saramago, por ter colaborado na tentativa de implantar um regime, que em todos os países onde se implantou, ceifou as liberdades, esmagou o livre pensamento, promoveu a colectivização forçada, nem que para tal fosse necessário recorrer á tortura, ao assassinato, tudo em nome duma ideologia criminosa, que tendo conseguido implantar-se em inúmeros pontos do globo, não tem hoje, um único caso de sucesso para apresentar à Humanidade. Para cúmulo do insulto á nossa memória histórica enquanto povo, defende a Ibéria, mas não esta Ibéria de cooperação entre Portugal e Espanha integrados na U.E., talvez preferisse uma jangada Ibérica, isolada, onde o comunismo reinasse a seu bel prazer, mas onde certamente, ainda que o não diga, não existisse liberdade, algo por que os comunistas afirmam ter lutado, mas que não passa dum embuste, afinal eles detestam-na!

Músicas que gosto - VI

Elis Regina - Romaria
Desde a adolescência que ouço Elis Regina, infelizmente nunca tive oportunidade de a ver ao vivo. Aqui, num registo em Portugal.

Surrealismo XXVIII

27/10/2007

Referendo ganha apoios de peso

PÚBLICO-Sócrates admite parlamento e referendo

-Diariamente aumenta o número de vozes próximas do partido socialista, defendendo a ralização de referendo, como o ex-presidente da República Jorge Sampaio, ou admitindo que a solução é tão válida quanto a ractificação parlamentar, pelo que a hipótese está em cima da mesa, palavras ainda hoje proferidas pelo próprio José Sócarates. Já esta semana António Vitorino e Edite Estrela vieram admitir a hipótese. Muito tenho escrito sobre o assunto, acompanhando de perto toda esta questão, pelo que me parece estar em marcha um golpe socialista, seguros da aprovação, procurando obter um SIM nas urnas, do qual, por razões que já expliquei em artigos anteriores, serão eles os únicos vencedores.

Novo aeroporto tem alternativa

J.N.-Associação Comercial do Porto diz que Portela+Montijo é viável

-A recente divulgação de estudos sobre a localização ideal do novo aeroporto internacional de Lisboa, vem colocar em causa a qualidade do trabalho realizado na matéria pelo ministério das obras públicas, e porque não dizê-lo, do próprio ministro Mário Lino, com sucessiva postura arrogante, numa teimosia exacerbada pela faraónica opção Ota, com a complacência do primeiro ministro José Sócrates, para quem a decisão estava tomada, num acto irresponsável que poderia custar milhões de Euros a um país que manifestamente não os possui. A cegueira dos nossos governantes era tal, que pelos vistos não vislumbraram soluções que estudos sucessivos vêm apontando como viáveis, e bem menos delapidadoras das finanças públicas, como é o caso da opção Portela+Montijo, apontada num estudo da Associação Comercial do Porto como económica e competitiva. Felizmente que em Portugal, a sociedade cívil se mobiliza, travando os impetos megalómanos do consulado socialista, que teria muita dificuldade em explicar aos eleitores as suas opções, sendo provavelmente obrigado a mudanças de rumo, ainda que a contra gosto, até pela cada vez maior próximidade dos actos eleitorais de 2009, onde uma eventual teimosia pelo absurdo, poderia a vir ter consequências que o PS não quererá sofrer.

Para registar

J.N.- Tratado de Lisboa, Maioria deseja referendo

-Sondagens valem o que valem, o país não deve ser governado com base nas mesmas, estaremos todos de acordo, mas não posso deixar de registar que uma maioria clara prefere a realização do referendo sobre o tratado reformador Europeu, vulgo tratado de Lisboa. Talvez os portugueses, na opinião de uns doutos iluminados da nossa praça, não percebam mesmo o que está em causa, mas certamente gostarão de saber que os políticos que governam esta país, honram os seus compromissos com o eleitorado.

Surrealismo XXVII

26/10/2007

PS a perder nas sondagens

DN-PSD TACO A TACO COM PS NAS INTENÇÕES DE VOTO

-Desde 2005 que o PSD não se aproximava tanto do PS nas intenções de voto. Será este o resultado do desgaste causado na sociedade pelas políticas governamentais, apenas um efeito da inevitável exposição mediática de Menezes, motivada pelas recentes eleições directas seguidas do congresso, ou ambas? Tudo questões que teremos de aguardar, para de forma mais consistente podermos aferir dos motivos deste barómetro, a acreditarmos na sua veracidade, e não há razões para não o fazermos, se até aqui sempre fomos considerando como válidas, as tendências que resultam destes estudos. O próprio Luis Filipe Menezes, fez hoje questão de afirmar, "temos muito trabalho pela frente nestes 2 anos, até agora não fizemos ainda por merecer nada". Para mim, não sendo propriamente um entusiasta social democrata, ainda menos o sou da liderança de Menezes, muito próxima dos valores ideológicos do partido socialista, julgo que estas tendências podem lançar alguma confusão na liderança do governo, por um lado tem a necessidade de continuar a política de controlo orçamental, as outras reformas devem ficar lá para 2010, nomeadamente a reforma da administração pública, que manifestamente o governo PS não parece ser capaz de realizar. Será interessante verificar a forma como irá José Sócrates lidar com as questões OTA e Referendo, inevitaveis já no início de 2008, e que ministros irá sacrificar numa cada vez mais provável remodelação, por mim aposto em Mário Lino, Correia de Campos, Maria de Lurdes Rodrigues, eventualmente mais um ou dois no máximo, pois já se percebeu que José Sócrates traça uma política, não gosta de ser confrontado, e pretende levá-la até ao fim, só que crescendo a contestação, baixando a popularidade, há que sacrificar um ou dois peões em prol do resultado de 2009. Não acredito contudo, que após eventual remodelação algo possa mudar, pois a estratégia socialista de confrontação selectiva, atacando á vez, função pública, sistema judicial, classe médica, farmacêuticos, colhe frutos imediatos, num país como Portugal onde a inveja e mesquinhez estão enraizadas na sociedade, que desconfia sistematicamente do sucesso alheio, achando que está sempre a ser prejudicada, mas chegando a hora das reformas, quando as classes podem passar da defesa ao contra-ataque, clamando contra injustiças de que possam ser alvo, a incapacidade reformista do governo vem á tona, emergindo a falta de soluções na resolução dos problemas por eles causados. Nem a velha conversa desculpabilizadora da pesada herança pode colher mais frutos, lembremo-nos que desde 1995 até hoje, os socialistas ocuparam sempre o poder, embora com um breve interregno entre 2002 e o início de 2005, e com ainda mais 2 anos pela frente.

Alcochete vence Ota segundo estudo da CIP

DN-Aeroporto no Sul poupa 3 mil milhões

-A CIP terá já entregue ao governo um estudo, que demonstra uma enorme poupança de dinheiros públicos caso a opção escolhida venha a ser Alcochete, verba que poderá ser utilizada na construção duma nova travessia ferroviária no Tejo, a qual no entanto deverá ser localizada entre Montijo e Beato, em ponte ou túnel imerso, prevendo ainda o estudo uma ponte Barreiro-Montijo, que facilitaria o acesso á P.V.da Gama. A solução apontada no estudo, apresenta ainda ligação ao TGV em linha única Lisboa-Alcochete, e apenas aí se dá a separação dos destinos, Porto, Madrid e Algarve. Para mais a construção do aeroporto em Alcochete poderá demorar 4 anos, enquanto na Ota seriam necessários 7, já não falando que os terrenos de Alcochete pertencem ao Estado, não sendo portanto necessário expropriá-los, e permitirem tranquilamente a construção de 2 pistas quando tal for necessário, enquanto a Ota apenas permitirá 1, devendo o modelo esgotar em 40 anos. Parece pois evidente, que a existir bom senso nos nossos governantes a Ota estará morta por esta altura, faltando apenas enterrá-la, pois com vantagens nesta ordem de grandeza, algum governante decidir em favor da Ota, seria passar á história como a anedota do século.

-Também publicado n'O Andarilho

Surrealismo - XXVI

25/10/2007

Mais que uma nova Constituição, é necessário mudar de regime!

-Ontem foi publicado no J.N. um ranking das escolas secundárias, no qual as privadas apareciam mais bem colocadas que as públicas, facto que não poderá constituir surpresa a quem quer que viva em Portugal. É frequente vermos estudos comparativos com outros países, ocupando Portugal invariavelmente os últimos lugares, no que diz respeito a crescimento económico, saúde, educação, entre outros indicadores utizados para aferir o nível de desenvolvimento que um país atravessa. Nestas alturas muito se discute, muita opinião é publicada, modelos ideológicos são confrontados, tudo para se chegar a lado nenhum. Portugal é hoje um país deprimido, sem rumo, cada vez mais na cauda da Europa, constantemente ultrapassado pelos países que mais recentemente aderiram á U.E., atravessando uma crise económica e social, da qual não se percebe bem, como e quando poderá sair. O regime constitucional vigente, incorporado de complexos socialistas, como educação pública, saúde tendencialmente gratuita, não consegue cumprir-se, não sou eu que o afirmo, mas todas as políticas governamentais postas em práctica ao longo dos anos, por exemplo a saúde tende a ser gratuita, mas quase todos a pagamos, e cada vez mais cara, sem que o serviço prestado aumente de qualidade. Será altura de repensar o próprio regime, ponderando uma profunda revisão constitucional, que liberte o país de complexos ideológicos, apostando na liberalização da economia, capaz de gerar e redistribuir riqueza, já que o Estado, com todas as suas empresas públicas, institutos, direções, entidades, e demais sorvedouros do dinheiro do contribuinte não é manifestamente capaz de o fazer. Tal diminuição de serviços deverá ser acompanhada de consequente diminuição da asfixiante carga fiscal, que impede o investimento, quer de contribuintes privados ou empresariais. Não estou a defender uma liberalização selvagem, sem regras, pois deveremos sempre possibilitar através dos nossos impostos a manutenção de serviços básicos, como a saúde ou o ensino, a quem deles necessitando, por factores adversos não os possa suportar, mas é urgente terminar com os actuais factores constantes de sub-desenvolvimento, como empresas públicas altamente deficitárias, como justificar a TAP, CP, Carris, Metro, entre outras, que têm delapidado os nossos bolsos ao longo dos anos? Este modelo socialista está manifestamente falido, remendá-lo com alíneas liberais, mantendo na essência os vícios do sistema, é termos o pior de dois mundos, não aproveitando o que de melhor possuem as economias liberais, que é a redistribuição da riqueza, que gera investimento, dando por sua vez origem à criação de emprego. Gostei de ouvir há duas semanas Luis Filipe Menezes falar na necessidade de Portugal criar uma nova Constituição, mas tenho sérias dúvidas que do actual PSD possa surgir algo que se aproxime sequer das necessidades de desenvolvimento do país.

Referendo ganha adeptos no PS?

DN-PS admite vantagens do referendo ao tratado

-Vai crescendo o número de vozes no interior do PS, particularmente de figuras próximas de José Sócrates, que admitem vantagens na realização do referendo. Não posso deixar de pensar nas razões que estarão por trás desta recente "simpatia", terão que ver com a proposta de Menezes em aprovar o tratado na A.R.? Ou com a afirmação feita por Menezes no último congresso social-democrata, onde afirmou não pretender vir de braço dado com o engº Sócrates, defender nas ruas o SIM? No PS parecem vir á tona duas posições, a de que será prudente não realizar o referendo, arrumando de vez com a questão no parlamento, mas sem vantagens para o PS, pois quer PSD, quer CDS-PP, irão viabilizar o tratado, ou a alternativa, talvez preferida, mas ainda não confessada de José Sócrates, que vê uma possibilidade de fragmentar destacadas figuras do PSD, no PS a questão será apenas realizar ou não o referendo, se ele se realizar, estarão todos pelo SIM, no PSD Luis Filipe Menezes terá obrigatóriamente de defender o SIM, mas Pacheco Pereira e outros, poderão vir a baralhar-lhe as contas, no CDS-PP a divisão poderá ser ainda mais profunda. Para mais os socialistas estão convencidos da vitória do SIM por larga margem, sendo o referendo vinculativo ou não, no que a realização deste, deixaria as mãos livres para eventuais aprovações futuras, com o pretexto duma ampla vitória, uma eventual baixa participação seria ainda melhor, porque serviria de justificação para a não realização de referendos futuros, recebendo ainda o bónus, do cumprimento duma promessa eleitoral, algo que José Sócrates fará facilmente, afirmando que sempre foi pela realização do referendo, mas não o poderia ter dito anteriormente, pela presidência portuguesa da U.E. O argumento de não realizar referendo em Portugal para não servir de exemplo a outros países, poderá ser facilmente contornado pela realização do referendo na Irlanda, e pelo facto de Portugal nunca ter submetido ao eleitorado qualquer questão europeia, para além de aparentemente os portugueses apoiarem na sua maioria a construção da U.E., o que não admira, pois muitos vêm a Europa como a origem do dinheiro para nos pagar as obras. Desconfio sempre dos motivos socialistas, e a verificar-se esta súbita mudança de estratégia, não posso deixar de registar que resultará duma hipocrisia política, motivada por tácticas partidárias, em vez de convicções ou respeito por promessas feitas ao eleitorado, embora fique satisfeito como cidadão, pois sou publicamente um defensor da realização do referendo.

Surrealismo - XXV

24/10/2007

Greve dos pilotos na TAP

J.N.-Pilotos deixaram 65 aviões em terra

-Não pretendo colocar em causa, o constitucionalmente consagrado direito à greve, mas acho legítimo questionar, se uns quantos funcionários duma empresa pública, neste caso a TAP, têm o direito de causar embaraços a milhares de pessoas, que vêm a sua vida afectada duma hora para outra. Existe uma lógica na marcação do exercício do legítimo direito à greve, que valerá a pena questionar neste caso, é sabido que as viagens de avião, particularmente as de longo curso, têm necessariamente de ser adquiridas com meses de antecedência, não podendo ser comparadas a quaisquer outras, por vezes estão encadeadas numa lógica de conexão de voos em aeroportos de ligação, será aceitável um sindicato marcar uma greve num prazo bem mais curto do que aquele que o passageiro necessita para adquirir o seu bilhete? E quem paga os prejuízos causados ao passageiro? A companhia aérea restitui o dinheiro do bilhete vendido, ok, mas, e se existir um voo de ligação noutra companhia no aeroporto de destino? Essa segunda companhia nada tem a ver com o caso, poderá cancelar o bilhete em caso de comunicação de desistência, mas tal acarreta custos, e um eventual destino de férias? Também se pode desistir duma reserva já efectuada? Pode, mas também tem custos! Quem os suporta? Vale a pena meditar se será mesmo a TAP a principal afectada pela greve dos pilotos. Mas talvez isto não se verificasse, se a TAP já tivesse sido privatizada, não faz qualquer sentido a existência duma empresa destas nas mãos do governo, resultando em custos sucessivos ao longo dos anos, suportados pelo contribuinte. Para prestação dum serviço público, nomeadamente o que é prestado enquanto solidariedade e coesão territorial nacional, ás regiões autónomas, bastaria lançar um concurso público internacional, contratanto o governo que lhe apresentasse a melhor proposta numa relação qualidade/preço, deixando nós cidadãos contribuintes, de ter de suportar, ainda por cima duplamente, os custos das sucessivas greves que têm delapidado o nosso património, duplamente porque o pagamos no custo dos serviços adquiridos a esta empresa, e através dos nossos impostos, sempre que a empresa apresenta prejuízos.

Desrespeito pelo eleitorado

DN-PCP "perde" Câmara da Marinha Grande

-Mais uma vez o PCP demonstra total desrespeito pelos eleitores. Servem-se do prestígio, e notoriedade locais dum candidato, neste caso Barros Duarte, e tal como tem sido práctica deste partido, lembremo-nos da deputada Luisa Mesquita, ou do presidente da C.M.Setúbal, Carlos Sousa, políticos em quem as pessoas votaram, numa demonstração de confiança, mas vendo-os depois ser substituidos, ao abrigo de interesses do PCP, por políticos, que embora também eleitos, não encabeçavam as listas. Esta práctica não sendo exclusiva do PCP, tem sido utilizada, sobretudo ultimamente pelo PCP, que longe de estar só, outros partidos possuem algumas originalidades, como declarações de renúncia a mandatos para que foram eleitos, previamente assinadas, o que nos remete para a questão fundamental, quem é dono do mandato, o político ou o partido? Se fôr o político, ele responde perante o partido, mas principalmente perante o eleitor, se fôr o partido, este vê o político agir na defesa dos seus interesses, e por sua vez, será o partido que responde perante os eleitores. A legislação portuguesa é um pouco ambígua, permitindo uma zona cinzenta, em que não se percebe muito bem, quem representa quem, pelo que é necessária e urgente, uma reforma do sistema político, pessoalmente e sem ambiguidades, defendo a criação de circulos uninominais em legislativas, com os deputados a serem eleitos directamente pelo povo, melhorando a qualidade da democracia representativa, pois não conheço representação mais qualificada que a emanada do voto, e em autárquicas, gostaria de ver o presidente de câmara eleito directamente, com direito a escolher a sua vereação, a qual cairia automaticamente em caso de queda do presidente, com os poderes que actualmente cabem aos vereadores a passarem para as Assembleias Municipais, as quais iriam ver os seus poderes substâncialmente reforçados, respeitando aqui a proporcionalidade das votações.

Surrealismo - XXIV

23/10/2007

Crise no mercado imobiliário

Agência Financeira - Crise no imobiliário agrava-se em Portugal

-Por vezes surgem notícias que de todo não me surpreendem. Esta é uma delas, o agravamento da crise no mercado imobiliário em Portugal, e não me surpreende por se ter andado anos e anos a encher o balão da especulação. Espero que o Estado se abstenha de intervir, sei que é dificil, que existem pessoas com dificuldade, e o governo é socialista, mas cada vez que o Estado intervém na economia, é asneira pela certa, para além de distorcer o mercado. Todos temos ambições, e o legítimo direito de querer habitar a casa dos nosso sonhos, mas a economia tem limites, e todos temos de perceber a real capacidade de endividamento que possuimos, não chega olhar para o valor mensal a pagar quando os juros estão baixos, num empréstimo a longo prazo, é necessário pensar que os juros mais cedo ou mais tarde irão subir, isto é válido para quem solicita o crédito, mas também para quem o financia, ou seja os bancos, que atraem muitos clientes com expectativas e promessas vãs, e agora têm o belíssimo resultado da sua eficiente gestão na subida do crédito mal-parado. Os construtores e promotores imobiliários, não podem ficar isentos de responsabilidade na situação que o mercado atravessa, têm construido casas cada vez mais caras, por vezes inflacionadas através de equipamentos de utilidade duvidosa, sem se preocuparem com a capacidade de escoamento no mercado das habitações que foram construindo, construiram ainda mais, provocando o manifesto excesso de oferta existente hoje no mercado, face á procura, o que levou à desvalorização no mercado de usados em primeiro lugar, e dos novos de seguida. Se o Estado ficar quieto, o mercado ajusta-se, talvez até seja propício ao aparecimento do mercado de arrendamento, neste momento, completamente inerte, atrás de uma crise, surge sempre um período de desenvolvimento.

Desenvolvimentos no BCP

DN-Jardim pagou dívida do filho no valor de dez milhões

-Jardim Gonçalves terá liquidado a dívida do filho, Filipe Jardim Gonçalves, no valor de 10 milhões de Euro, mas não se terá demitido dos cargos que ocupa no BCP, ao contrário do que ontem chegou a ser noticiado. Quanto ao pagamento da dívida, é estranho que alguém liquide uma dívida que há uns dias considerava nem sequer existir, se tudo estava perfeitamente normal, dentro da legalidade, como explicar que Jardim Gonçalves se tenha decidido livrar de 10 milhões de Euro? Ainda que seja detentor duma avultada fortuna pessoal, esta verba é significativa, ficando-se com a sensação que se tentou esconder um facto, em que apenas as notícias vindas a público, e o coro de indignação que passou pelo país, levaram á necessidade deste desfecho, o qual já colocava em causa a credibilidade da própria instituição. Este ano tem sido particularmente duro para o BCP, veremos se atrás deste surgirá mais algum caso sui géneris, capaz de minar uma administração cada vez mais fragilizada, estando cada vez mais á mercê duma OPA, com as acções em queda. Restará esclarecer o papel que Filipe Pinhal, autor da assinatura do perdão, e actual nº 1 do BCP, desempenhou em todo este processo, e saber até quando resistirá Jardim Gonçalves ao número crescente de vozes que dentro do próprio banco, já pedem a sua saída.

Surrealismo - XXIII

22/10/2007

Bens penhorados para venda em hasta pública

Agência Financeira - Lista de imóveis penhorados conhecida hoje

-O Estado começará amanhã a divulgação da lista de bens penhorados pertencentes a contribuintes com dívidas ao fisco. Umas breves considerações, sendo adepto da economia de mercado, sou a favor deste tipo de acções, naturalmente depois de acautelados alguns princípios, espero que nenhum destes contribuintes seja credor do Estado, que normalmente é bastante célere e intimidatório quando se trata de cobrar, mas ao abrigo de se presumir como pessoa de bem, já não é tão lesto quando se trata de pagar ele próprio os serviços que contratualiza. Seria um absurdo alguém ver um seu bem objecto de penhora, pelo não cumprimento duma sua obrigação fiscal, estando por exemplo a serem-lhe exigidos impostos sobre facturação ou lucros, os quais tenham por base de incidência verbas ainda não cobradas, por exemplo a instituições tuteladas pelo estado, ou pelo poder autárquico. Também consideraria justo, que os contribuintes, individuais ou colectivos, pudessem penhorar bens pertencentes ao Estado, quando este manifestamente não cumpre as suas obrigações, provocando uma asfixia financeira nos agentes económicos, bem para lá do razoável e admissivel para quem se considera pessoa de bem.

PJ com falta de inspectores

DN-Polícia Judiciária perdeu 84 inspectores num ano

-Nem todas as reduções no número de funcionários públicos poderão ser consideradas como um factor positivo, o que certamente é o caso da diminuição do número de inspectores da PJ, numa altura em que a sensação de insegurança aumenta na sociedade, se apregoam boas intenções no combate ao crime económico, será incompreensível aos cidadãos a redução no número de inspectores da PJ, que se traduz numa diminuição de resultados, leia-se detenções e buscas. Esta situação vem-se arrastando desde o final dos anos 90, sem que no horizonte se vislumbre a inversão da tendência, aumenta o nº de crimes e crimonosos, diminui o nº de polícias. O ministério da Justiça terá certamente muitos burocratas, assessores, e funcionários não produtivos, as diminuições do número de funcionários não podem ser obtidas com a redução dos indices de operacionalidade como tem vindo a ocorrer, neste como noutros serviços obrigatoriamente assegurados pelo estado.

Surrealismo - XXII

21/10/2007

Raikkönen campeão Fórmula 1




-Contra todas as expectativas, Kimi Raikkönen vence o mundial de Fórmula 1, após triunfo no G.P.Brasil, beneficiando do 2ºlugar obtido pelo companheiro na escuderia Ferrari, Felipe Massa, e dos incriveis erros de Lewis Hamilton, que iniciou a corrida na condição de favorito.

This Mortal Coil - Song to the Siren

This Mortal Coil - Song to the Siren, com a magnífica voz de Elisabeth Fraser, uma das minhas cantoras preferidas entre os anos 80 e o início da década de 90.

Declarações de Pinto Monteiro causam mal-estar no M.P.

DN-Magistrados do MP querem demissão de Pinto Monteiro

-Como avancei na opinião que publiquei ontem, estas declarações de Pinto Monteiro são inacreditáveis, sendo ele o actual PGR, não pode fazer publicamente as declarações publicadas pelo semanário SOL, o responsável máximo pela investigação em Portugal dizer que o seu telefone pode estar sob escuta, é o mesmo que afirmar ter dúvidas sobre a lealdade dos seus subordinados, algo que a acontecer resolve-se em casa, nunca enviando recados para a praça pública, como fez Pinto Monteiro. Depois do consulado de má memória, Souto Moura, esperava-se que Pinto Monteiro conseguisse trazer alguma ordem e sossego à procuradoria, o que até tem conseguido, mas estas declarações podem significar o fim da paz podre reinante, restará saber até que ponto não começará Pinto Monteiro a ver a sua acção armadilhada, como forma de lhe retirar credibilidade, quer pessoal, quer ao órgão que dirige. Sabemos como tudo pode correr mal, começam a aparecer uma fugas ao segredo de justiça, informação e contra-informação sobre processoe em curso, e lá se vai todo o capital de confiança. Nestas matérias, destruir é sempre mais fácil que construir.

Menezes não quer referendar tratado

PÚBLICO-Pretende submeter proposta ao Conselho Nacional

-Como bem lembrou esta semana Pacheco Pereira, o PSD está vinculado por decisão unânime do Conselho Nacional, á defesa da realização dum referendo, como forma de submeter aprovação do tratado reformador europeu. Daí que Luis Filipe Menezes, na demanda pelo seu Graal, que consiste em marcar diferenças face á anterior liderança, assume-se desde já contra o referendo, pretendendo submeter a questão a Conselho Nacional. Será interessante verificar o resultado da votação de tal proposta no mais importante órgão social democrata entre congressos, relembrando que por um lado Menezes está longe de ter a seu lado a maioria dos conselheiros, por outro lado, figuras mais destacadas do partido, nomeadamente afectas a Belém ou Bruxelas, se por um lado não pretendem de forma alguma lutar pelo referendo, por outro não ficarão propriamente entusiasmadas em acolher propostas de Menezes que representem viragens de orientação estratégica no partido.

Surrealismo - XXI

20/10/2007

Rugby World Champions



-Terminou o mundial de rugby com vitória da África do Sul sobre a Inglaterra (15-6), em jogo táctico, sem ensaios, onde as defesas levaram quase sempre a melhor. Ganhou quem cometeu menos erros, leia-se faltas punidas com penalidade, as quais deram origem à totalidade dos pontos. Mas também ganhou a equipa mais consistente ao longo da prova. Até 2011 na Nova Zelândia!

Declarações polémicas

Escutas "são feitas exageradamente", acusa Pinto Monteiro - RTP Informação

-Nem queria acreditar quando tomei conhecimento destas declações do PGR, Pinto Monteiro, nomeadamente ao afirmar a 2 jornalistas, que talvez tenha o telemovel sob escuta, por vezes faz uns barulhinhos esquisitos, segundo o próprio. Não é um cidadão qualquer a proferir estas afirmações com tamanha leviandade, para não dizer mau gosto, é o PGR, se suspeita que algo não está correcto com o seu telefone, tem meios para investigar, se se sente perseguido, ou espiado, não existem muitas entidades e serviços em Portugal com capacidade para o fazer, tem meios e influências para parar com eventuais intromissões menos claras, se tal persisitir, tem formas de o denunciar, até na praça pública se o entender, mas nunca numa conversa com dois jornalistas, pode um PGR afirmar que talvez tenha o telemovel sob escuta. Isto exige um rápido inquérito, normalmente seria a Procuradoria a realizá-lo, mas já todos sabemos que falar em inquéritos num país como Portugal, onde a suspeição é permanente, a culpa morre sempre solteira, e nenhuma investigação chega a bom porto, é chover no molhado, após estas declarações levantam-se alguma vozes, mas na próxima semana estará tudo esquecido.

Rugby World Cup 2007

-Termina hoje o mundial de Rugby, final a realizar no Stade de France, opondo a África do Sul à Inglaterra. Como apreciador da modalidade gostaria de ver um bom jogo, com ensaios, vou torcer pela vitória sul-africana, foram para mim a par da Argentina, as melhores equipas do torneio, e contam com um dos meus jogadores preferidos na actualidade, Brian Habana.

Surrealismo - XX

19/10/2007

José Sócrates e o tratado reformador europeu.



-O primeiro-ministro português José Sócrates, veio já clamar por vitória no acordo obtido na cimeira, que permitirá a assinatura do tratado reformador europeu. Parabéns sr. primeiro-ministro, mas não seja modesto, deixe os portugueses celebrarem consigo tão importante vitória, submetendo o tratado a referendo. Com tal importância, o tratado não obterá certamente em circunstância alguma, uma aprovação inferior a 70%. Mas ainda terá mais vantagens, sr. primeiro-ministro, para além de cumprir a sua promessa eleitoral, pelo menos será algo que sempre lhe dará jeito em 2009, quando apresentar o balanço da sua obra. E ainda um bónus, irá obrigar Luis Filipe Menezes a vir consigo, de braço dado, defender nas ruas o SIM ao tratado, percebemos que Menezes esteja relutante, mas não seja modesto, tem á sua mercê a hipótese de inflingir mais esta derrota ao PSD, partido que ainda por cima irá dividir-se ao contrário do seu, engº José Sócrates. Não tenha medo, o sr já demonstrou coragem noutras alturas, demonstre-a mais uma vez! Os portugueses apreciam!

Há mais a pedirem o referendo!



-Excelente esta mensagem do partido conservador britânico, além de pedir o referendo, também faz paródia com um outro colocado pelos trabalhistas, onde se lia, "not Flash, just Gordon!".

Eu quero um referendo



-Já assinei!

Tratado dos burocratas europeus

PÚBLICO-Cimeira Europeia: fumo branco para o tratado de Lisboa

-Os líderes dos 27 governos europeus reunidos em Lisboa, conseguiram ultrapassar divergências que impediam a assinatura do tratado de Lisboa, na realidade tratado reformador da União Europeia, um nova designação técnica que mais não é que uma operação de maquilhagem ao fracassado tratado constitucional. Retirados a este último uma bandeira e um hino, alterados uns pontos de menor importância, e aqui está pronto para ser servido aos cidadãos europeus, mas sem os consultar, um documento que implica transferências de soberania nacional. Se o tratado é assim tão virtuoso, de que têm medo estes srs? Porque não referndá-lo? Pela parte que me diz respeito, Portugal, porque razão José Sócrates se prepara para descaradamente ignorar uma promessa eleitoral? Talvez porque em cada cimeira, estes srs passem para as opiniões públicas, péssimas imagens, agarrados a cláusulas, lugares, arranjando sempre como solução, complexos mecanismos legislativos de salvaguarda, muito dificeis de entender, as cimeiras mais parecem um saco de gatos, com aquela foto de família pelo meio a anunciar que tudo vai bem, quando todos sabemos que tudo está mal. Desde a forma como os burocratas europeus nos tentam impingir a necessidade de centralização do poder decisório em Bruxelas, para quem a democracia é uma maçada, pois eles, os iluminados, sabem como agir em nome dos nossos, deles, interesses. A assinatura deste tratado, representa uma vitória da burocracia sobre a democracia, do poder político sobre a sociedade, não se admirem depois, que em próximos actos eleitorais se verifique uma crescente abstenção, com os cidadãos completamente alheados da política, as vozes que nessas ocasiões se levantam para clamar contra a enfermidade da democracia, são as mesmas que agora, ou se calam, ou defendem a legitimidade destas prácticas que tenho muita relutância em classificar de democrácticas. Pela minha parte, estou do lado dos vencidos, longe de estar convencido, sentindo que tão pouco estarei só!

-Também publicada n'O Andarilho.

Surrealismo - XIX

18/10/2007

Pequim 2008 - Boicote! Sim ou Não?


-Foto via Corta-Fitas

-Descobri nos últimos dias uma interessante polémica, apelando ao boicote dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, como forma de protesto pela violação dos direitos humanos. Compreendo o apelo dos defensores do boicote, estou do seu lado no tocante à condenação da política chinesa, mas sou frontalmente contra o boicote. Política não deve ser misturada com desporto, lembro-me bem do boicote americano, que apoiei na altura diga-se, secundado por outros países europeus, com muitos atletas a recusarem participar, e outros competindo debaixo da bandeira do COI. Quatro anos volvidos, Jogos em Los Angeles, novo boicote, desta vez por parte da ex-URSS, secundada por todos os satélites da cortina de ferro, excepção feita à Roménia de Ceausescu, que participou, tendo desfilado os seus atletas debaixo duma ovação na cerimónia de abertura quase tão grande quanto os atletas da casa. Quem diria? Boicotar os J.O. não traz à China o respeito pelos direitos humanos, como no passado não retirou a URSS do Afeganistão, nem os EUA alteraram um milimetro a sua política externa, mesmo os atletas sul-africanos que durante décadas foram impedidos de participar, pela práctica do apartheid, não fizeram mudar o regime, a História tem-no provado, o desporto não consegue alterar a política. Mais, os defensores do boicote já pararam para perguntar à Vanessa Fernandes o que pensaria ela duma eventual não participação? Após 4 anos a treinar-se intensivamente, ainda que não o admitindo, certamente alimenta legitimas esperanças de conquistar o ouro. Quem sairia mais a perder, a Vanessa ou os chineses? E o Nelson Évora, ou o Obikwelu que espera terminar a carreira em Pequim? Já alguém lhes perguntou se admitem o boicote? A comunidade internacional nunca deveria ter atribuido a organização dos J.O. à China, mas ao fazê-lo perdeu-se a oportunidade de utilizar a influência que o desporto poderia alcançar, mais do que isso, francamente não me parece, os jogos seguiriam, e os atletas sairiam a perder, defraudando-lhes 4 anos de legítmas expectativas, para os quais intensivamente treinaram. A ideia de boicote é um disparate romântico, fica bem, todos simpatizamos com a causa, mas é impracticável.

Pedro Santana Lopes lider parlamentar do PSD

-Pedro Santana Lopes será hoje eleito lider parlamentar da bancada social-democrata na A.R. O tema tem gerado alguma controvérsia, uns por questionarem o caracter de P.S.L., sede de protagonismo, etc. Já ouvi inclusivé o argumento de ficar o PSD refém das comparações que o PS aproveitará para fazer com o governo liderado por Santana Lopes. Este então é um argumento de todo absurdo, que o PSD e a sua bancada rebatem num ápice, o governo PSD/CDS-PP, antes e com Santana Lopes, já foi julgado nas urnas, tendo os portugueses optado por atribuirem ao PS uma maioria absoluta, José Sócrates vai a caminho dos 3 anos enquanto primeiro-ministro, poderá culpar Santana dos seus erros? O anterior governo viveu de facto alguns episódios lamentáveis, mas que dizer de Mário Lino, Correia de Campos, Manuel Pinho, Maria de Lurdes Rodrigues, Isabel Pires de Lima ou Vieira da Silva? É que alguns destes srs têm enriquecido e muito o anedotário nacional, tantos são os disparates com que se pode classificar a sua acção, nalguns casos será mais correcto afirmar a falta dela. Para não dizer que desde 1995 que Portugal vive num consulado cor de rosa, com um breve interregno 2002-2004, que moral têm os socialistas para culpar outros pelos seus erros? E foram muitos! Desde 1995 a caminharem para o pântano, onde chegaram em 2001, e mais recentemente, já na era Sócrates, a economia que não arranca, o défice analisado á là carte, para o governo PSD/CDS-PP o banco de Portugal utilizou um critério, para a era Socrática outro, os amigos servem para as ocasiões, e o PS não se pode queixar do amigo Constâncio. Não quero advogar a defesa de P.S.L., em rigor não sei qual será o seu desempenho nas novas funções, pouco me importa se terá maior ou menor protagonismo que Menezes, mas espero que exija responsabilidades ao PS, que já vai sendo tempo de deixarem de culpar os outros, pelos indisfarçaveis maus resultados obtidos na governação do país. O actual governo está cada vez mais a vitimizar-se, desde governos anteriores, a sindicatos ou protestos, tudo serve para lançarem cortinas de fumo na opinião pública, encobrindo a sua manifesta incapacidade em levar o país a bom porto.

Surrealismo XVIII

17/10/2007

Para descontrair

-Os amigos do Zé Cartoon acabam de lançar um novo jogo, o "jogo do engenheiros"!
-Podem encontrá-lo aqui!

Dia Mundial da Alimentação

PÚBLICO-ONU Fome é inaceitável

-Assinala-se hoje o dia mundial da alimentação, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirma ser inaceitável nos dias de hoje, 854 milhões de pessoas sofrerem de fome crónica. O problema pode ser analisado por diversos ângulos, o resultado será porém sempre o mesmo, é de facto vergonhoso para a humanidade que tal situação persista, para mais, ainda é perigoso para a civilação dita desenvolvida deixar tal situação continuar como está. Desde logo porque na fuga á pobreza e á miséria, muitos procuram alcançar por qualquer meio os países desenvolvidos, de que são exemplo recentes situações de fugas marítimas em África, que tantos problemas causam á vizinha Espanha. A Itália tem-se confrontado com situações semelhantes, que dizer dos EUA, e num futuro não muito distante, a manter os ritmos de desenvolvimento que apresenta, a China não escapará deste problema. Sabendo-se ser de facto impossível, aos países desenvolvidos sofrer a pressão demogáfica que uma abertura não controlada de fronteiras significaria, tardam, mas são cada vez mais urgentes, reais políticas que ajudem ao desenvolvimento do chamado 3º mundo, em primeiro lugar por razões humanitárias de de decência civilizacional, em segundo lugar, porque o desenvolvimento de mais regiões no globo, tenderá gradualmente a reduzir o fluxo migratório descontrolado, em terceiro lugar, porque a própria globalização, ou sejam, os países mais desenvolvidos, sairão ainda a ganhar, porque abrirão novos mercados de consumo, os quais ajudarão ao crescimento da própria economia, mas antes terá de ser criada uma economia verdadeira, que só poderá existir após erradicação da fome e pobreza. Julgo que este, deveria ser o principal desígnio da humanidade no séc. XXI.

Surrealismo - XVII

16/10/2007

Bush recebe Dalai Lama

PÚBLICO-China faz exigências aos EUA

-George W. Bush deverá receber hoje em audiência privada na Casa Branca o Dalai Lama. Amanhã numa cerimónia onde deverá estar igualmente presente W. Bush, a decorrer no congresso, será agraciado por aquele orgão com a Medalha de Ouro do Congresso, a mais alta distinção que o parlamento pode atribuir a um cívil, recorde-se que o congresso norte-americano presentemente é de maioria democrata, o que confere a esta distinção pelo facto dela contar com a presença do presidente, uma maior importância, significando que nesta matéria os EUA falam a uma só voz. A China já veio exigir o cancelamento da cerimónia, ameaçando com a deterioração das relações entre os dois países, algo que certamente não intimidará os EUA, que não cedem a pressões ou ameaças, ao contrário de muitos outros governos, nomeadamente na Europa. Curioso que os EUA recebem pela primeira vez publicamente o Dalai Lama, quando estamos a menos de uma ano dos J.O. em Pequim, o que de certa forma fragiliza mais a China que qualquer outro país, ávidos que estão em mostrar ao mundo a capacidade chinesa em organizar um evento de tal magnitude, estando o governo disposto a muito para assegurar o sucesso dos jogos, o que impedirá a China de ir muito além dos oficiais protestos e inconsequentes ameaças, os americanos sabem-no, os europeus também o deveriam saber, Portugal incluido, desperdiçaram recentemente uma oportunidade em colocar a questão tibetana nos palcos políticos internacionais. A europa quer afirmar-se como uma potência no plano mundial, mas não consegue encontrar causa, rumo ou oportunidade de se afirmar, os EUA quando têm uma não a desperdiçam, ainda que nem sempre por boas razões, mas desta vez estão muito bem George W. Bush e o congresso.

Selecção nacional no Cazaquistão

-A selecção portuguesa de futebol já se encontra no Cazaquistão onde disputará manhã uma partida da fase de apuramento para o EURO 2008. Será possível que o cidadão mais ilustre daquele país, um jornalista mundialmente famoso, mesmo sem provavelmente algum dia lá ter posto os pés, possa aparecer na conferência que antecede o jogo, e após o final do mesmo para conduzir o flash-interview. Seria engraçado, entretanto fica aqui um momento hilariante.

Surrealismo - XVI

15/10/2007

Buisness is buisness

Madeleine McCann Online Store

-Por 2 libras cada, podem-se comprar uma variedade de objectos de merchandising sobre Maddie McCann. Só falta cotar em bolsa!...

Millenium BCP-outro perdão de dívida

PÚBLICO-Teixeira Duarte e Berardo querem explicações

-O caso começa a atingir contornos inacreditáveis. Uma instituição financeira regularmente auditada, cotada em bolsa, sob observação permanente do Banco de Portugal, não concede empréstimos tão avultados como os alagadamente perdoados, sem garantias bancárias, ou sem recorrer aos tribunais em caso de incumprimento. Exigem-se pois esclarecimentos, exigem-no os accionistas da instituição, e devem exigi-lo os milhões de clientes do maior banco privado português, a bem da saúde do nosso sistema financeiro, cuja necessidade é tão apregoada na hora de justificar o porquê do actual sistema de impostos sobre os lucros da banca, devem exigir essas explicações também o ministro das finanças e os contribuintes. É necessário saber quem concedeu estes empréstimos, com que garantias, de que forma tentou cobrar-se a dívida, quem é responsável pelo perdão, se o nome dos devedores consta nalguma acção que vise a cobrança coerciva da dívida, e se foi notificado o banco de Portugal.

Luís Filipe Menezes - 1995

-Luis Filipe Menezes há 12 anos, num congresso bem mais animado do que o do passado fim de semana. Via Kontratempos!

Surrealismo - XV

14/10/2007

Pedro Santana Lopes - II



-Chegados ao presente, eis que Santana Lopes entra num congresso, pré anunciado líder do grupo parlamentar, justiça se lhe seja feita, tendo anunciado disponibilidade para ocupar o lugar antes das eleições directas, sem saber se o líder do partido viria a ser Mendes ou Menezes. Todos esperavam, eu próprio me incluo, que Santana, embalado pelo tabú que Menezes mal a meu ver, alimentou sobre a liderança da bancada, somando a simpatia gerada pelo episódio SIC Notícias, subisse ao palco para receber uma aclamação que aquele congresso não hesitaria em atribuir-lhe. Mas Santana, imprevisivel, resolveu passear debaixo dos holofotes e das câmaras de televisão, sabendo que todos falavam nele, resolveu ele não falar, saindo do congresso mais admirado do que quando entrou, afirmo mesmo que terá sido ele o grande vencedor da reunião magna do partido, marcando pontos que veremos quando e como serão utilizados. Para mais, tendo Menezes obtido uma vitória menos expressiva na eleição do conselho nacional, do que a obtida nas directas, e tendo Santana colocado elementos próximos na comissão política nacional, tornou-se num seguro de vida da liderança de Menezes, alguém que lhe poderá retirar o tapete se as coisas começarem a correr mal, particularmente se, a nível de desempenho parlamentar, onde se sabe que Santana possui inegavelmente excelentes dotes oratórios, adicionando-lhe a vontade que certamente possui em desforrar-se de Sócrates, para mais com Menezes fora do parlamento, parte o PSD para uma liderança claramente bicéfala nesta segunda metade da legislatura, cujas consequências serão neste momento, pouco menos que imprevisiveis. Menezes não poderá sentir-se confortável, Santana não saberá até onde poderá chegar, mas para já, inegavelmente, os últimos tempos correm-lhe de feição, tendo ganho o congresso, sem necessitar sequer de dizer uma palavra. Que o homem tem 7 vidas, é inquestionável!

Pedro Santana Lopes - I

-Muito se tem escrito e afirmado sobre este político, que desperta sentimentos contraditórios, dentro e fora do seu próprio partido. Desde injustiçado, por não lhe ter sido dada oportunidade de mostrar valor, a perigoso e imprudente fala barato, tudo serve para caracterizar Santana Lopes. Eleito na Figueira da Foz, primeiro, seguindo-se-lhe uma histórica, apesar de curtíssima, vitória, num disputadíssimo acto eleitoral que o opôs a João Soares, tendo-lhe caído em 2004 de forma totalmente inesperada, o PSD, e o governo por inerência, nas mãos, acusado de populismo, conduziu o partido a um dos piores resultados da sua história, muitos vaticinaram então o fim político de P.S.L., o qual proferiu no congresso em que passou a liderança do partido a Marques Mendes, a já célebre frase, "vou andar por aí". Enquanto politicamente morto e enterrado, iniciou uma travessia do deserto, consciente de que os ventos da história não sopravam a seu favor, aguardando por uma oportunidade, eis que ela surje, servida de bandeja pela SIC Notícias, numa discutível opção editorial, preferindo transmitir em directo a saída de José Mourinho no terminal do aeroporto, interrompendo assim, a entrevista que Santana Lopes dava nos estúdios da estação. P.S.L., com a sagacidade política que se lhe reconhece, aproveitou a oportunidade que inesperadamente lhe foi servida, marcou pontos, até junto de críticos e detractores, qual fénix, renasceu das cinzas, aparecendo este fim de semana no congresso do partido, reivindicando o seu espaço, infuciando não só os resultados, como o normal decorrer dos trabalhos. Esteve bem P.S.L., independentemente dos interesses partidários, em defesa dos seus próprios valores e interesses!...

Músicas que gosto - IV

-Radiohead - Creep. Uma das minhas bandas preferidas, na semana em que lançaram inRainbows, deixo aqui um dos maiores hits.

PSD - Balanço do congresso

-O congresso do PSD que decorre este fim de semana ficou francamente abaixo das minhas expectativas, que já não eram muitas. Desde logo o impulso menor, mas simbolicamente importante, do convite público a Manuela Ferreira Leite, após o discurso em que a presidente da mesa do congresso tinha sido entusiastiamente aplaudida. Num acto contínuo, Menezes levanta-se, pede a palavra, e faz o convite, isto não é agir por acção, é sim reacção. Em segundo lugar Santana Lopes, na 6ªfeira chegou practicamente á mesma hora do lider, no sábado após o jantar idem, practicamente durante estas 2 semanas que decorreram da eleição de Menezes falou-se mais da liderança do grupo parlamentar do que da composição da comissão política do partido, valorizando para lá do razoável a importância do lugar, e consequentemente do papel de P.S.L. Para cúmulo Santana geriu muito bem a sua participação no congresso, deixou que Menezes falasse de mais, enquanto ele Santana, geriu o silêncio, todos esperavam um discurso, para não baixar as expectativas, nem ser obrigado a dizer o óbvio, unidade em torno do lider, apelo á mobilização, essas banalidades dos congressos, Santana não falou. Fez bem, por omissão foi um dos vencedores do congresso. Os outros vencedores foram a meu ver, Aguiar Branco e Passos Coelho, marcaram terreno, podem ter sido ignorados pelo lider, no caso de Aguiar Branco entregou o cartão de visita, deu-se a conhecer aos militantes, Passos Coelho recordou que existe, e que tem capacidade de pensar por si. Serão talvez os próximos "notáveis" de quem se falará nos próximos dois anos, logo veremos se eles se fazem notar, ou como outros gostam de primar por ausência. Finalmente uma palavra sobre as pessoas que irão ter lugar nos orgãos do partido, quando se prometeu renovação, e qualidade, Barreiras Duarte, Rui Gomes da Silva, Zita Seabra, Arlindo Cunha, Mendes Bota, parece pouco à primeira vista. Ribau Esteves como secretário-geral parece mais óbvio, é um lugar de grande importância interna, o lugar por excelência de controlo sobre o aparelho. Muito trabalho espera esta nova liderança do partido se querem um resultado satisfatório em 2009. Tenho sérias dúvidas que o possam conseguir!

Surrealismo XIV

13/10/2007

Congresso PSD - ponto da situação

-Está a ser morno e expectavel este congresso do PSD a decorrer em Torres Vedras. Luis Filipe Menezes conseguiu reunir o apoio do partido, por táctica ou convicção o tempo o dirá, Manuela Ferreira Leite deverá continuar na mesa do congresso, Ribau Esteves será o novo secretário-geral, Mota Amaral deverá presidir ao conselho nacional, Santana Lopes continua o tabú liderança parlamentar. Principal nota dissonante do coro, Aguiar Branco, que disse ser-lhe completamente indiferente ver o lider eleito por directas ou congresso, desde que as prácticas sejam democráticas e credíveis, deu a conhecer aos militantes o seu pensamento político, explicando as diferenças entre PS e PSD, clarificando a sua opção ideológica com uma frase que subscrevo totalmente, "estado apenas onde o mesmo se revele indispensável"!

É preciso repensar o congresso do PSD

-O 1º dia de trabalhos do congresso social-democrata foi interrompido cerca da 1H desta madugada, ficando o reinício dos trabalhos marcado para as 10H da manhã de hoje. Esvaziado o interesse electivo pela introdução das eleições directas, o que levou anteriores congressos a prolongarem os trabalhos madrugada dentro, com o actual formato que é a apresentação de moções temáticas, já que as de estratégia global ficam estatutariamente de fora, a limitarem bastante o interesse dos delegados, e não só, pelo decorrer dos trabalhos. As moções temáticas têm um interesse reduzido, por exemplo a moção de Setúbal interessa pouco a congressistas do Porto ou das ilhas, a moção de Aveiro idem, o que leva a que muitos congressistas aproveitem para conhecer melhor os bares, ou conversarem com amigos que só encontram nestas ocasiões, os próprios jornalistas sempre á procura duma notícia, dum pormenor, saem do recinto principal acompanhando as figuras de quem esperam obter alguma declaração. Terá pois o PSD que repensar o modelo dos seus congressos, uma hipótese seria obviamente deixarem de se apresentar aqui as moções temáticas, mas então o congresso serviria para quê? É que este fim de semana possibilita a militantes anónimos os seus minutos de fama, alimentando-lhes o ego com o discurso por vezes com má redação e pior leitura, no palco. Mas esses militantes são o aparelho, gente que as cúpulas necessitam quando se elaborarem listas autarquicas, nomeadamente para assembleias de freguesia, gente que garante banhos de multidão aos actores principais, gente que está pronta para levantar a bandeirinha e afixar o cartaz, gente que paga á espera de aparecer por segundos numa televisão, quando alguém se lembra de fazer um jantar de candidatura, gente que não pode ser ignorada, gente que fica satisfeita com um aperto de mão e com umas palvras proferidas num grande auditório, mesmo que com a plateia quase vazia. Sendo dificil, e até inoportuno questionar agora as directas, parece-me pois legítimo procurar encontrar um modelo alternativo para a organização do congresso, sem ignorar as bases, mas que possibilite um maior interesse pelo andamento dos trabalhos, a fórmula actual, parece-me esgotada.

Millenium BCP, explicações precisam-se

Expresso: BCP "esquece" dívida de 12 milhões a filho de Jardim Gonçalves

-Muito se especulou sobre a guerra de poder interna ocorrida no interior do BCP, qual novela de verão, protagonizada por Paulo Teixeira Pinto e Jardim Gonçalves, com os pratos da balança a penderem para os lados do histórico fundador. Surge agora, de todo inesperada, diria mesmo inacreditável, a notícia do perdão de avultada dívida por parte do banco, a um cliente, por coincidência filho de Jardim Gonçalves, após falência de empresas das quais era gestor, sem ter bens que pudessem responder pela dívida. Tudo isto em silêncio, numa instituição de crédito regularmente auditada e cotada em bolsa. O processo que levou ao perdão da dívida terá sido conduzido pelos então gestores Alípio Dias e Filipe Pinhal, ambos homens de confiança de Jardim Gonçalves, que estiveram a seu lado na luta interna, tendo o último sido nomeado administrador da instituição. Todo este processo tem contornos muito estranhos, não querendo fazer juízos de valor precipitados, será que a operação era do conhecimento dos restantes membros da administração? Dos accionistas ao que parece, não era. Lá diz um velho ditado, á mulher de César...

Surrealismo - XIII

12/10/2007

Millenium BCP perdoa dívida de 12,5 milhões de Euros

-O Expresso publica amanhã o resultado duma investigação, segundo a qual o Millenium BCP terá considerada incobrável, uma dívida de 12,5 milhões de Euro, contraida pelo filho de Jardim Gonçalves, após falência das empresas que geria. A notícia terá deixado incrédulos gestores e accionistas do banco, e não só, eu também acabei de ficar ao ouvir na SIC Notícias. Filipe Pinhal e Alípio Dias foram os gestores responsáveis por esta decisão, percebe-se agora mais algumas questões da recente guerra de poderes interna no banco.

XXX Congresso PSD

XXX Congresso PSD

-O PSD inicia daqui a pouco o seu XXX congresso. Poderá ser acompanhado em tempo real. Veremos se funciona.

Prémio Nobel da Paz

-Al Gore foi distinguido pela fundação norueguesa com o Nobel da Paz. Não me surpreende, em primeiro lugar pela produção duma campanha hollywoodesca!...


-Em segundo lugar pelo facto da distinção vir assinada com a credibilidade duma fundação que em 1994 distinguiu estes 3 pacifistas, que nunca causaram mal a ninguém, como se sabe!




-Enfim, para o ano há mais!

Aumentos de preços na habitação

DN-casas vão custar tanto como em Espanha dentro de cinco anos

-Não será agradável, mas será inevitavel o aumento dos preços das habitações em Portugal nos próximos anos, estou plenamente de acordo com a análise feita por Ferreira dos Anjos, neste artigo do DN. Mas, a questão tem mais vertentes de análise, é um facto que em Portugal o preço do metro quadrado é muito inferior ao de outros países europeus, o que tem permitido a construção de habitações com áreas bem maiores, do que as utilizadas em Madrid, Londres ou Paris, por exemplo, mas o mercado quando não é distorcido por nefasta acção estatal, auto-regula-se, se a subida do valor do metro quadrado tenderá a elevar os preços, os construtores por seu lado gradualmente irão reduzindo as áreas, como forma de controlar o preço final a apresentar ao cliente, pois querem colocar o seu produto no mercado, enquadrado num maior rigor bancário na atribuição de crédito, será uma oportunidade de gradualmente relançar o mercado de arrendamento, isto se o governo não interferir onde não deve, pois sempre que o faz cria distorções, saindo disparate. A subida do valor do metro quadrado em si só, não é alarmante, pois os construtores irão continuar a querer construir, e querem vender ou em alternativa arrendar, os clientes por seu lado só poderão pagar face aos rendimentos que possuirem, os bancos para manterem os lucros não poderão atribuir créditos indiscriminadamente, tendo no entanto que continuar a atribui-los, é a sua actividade normal, a qual lhes possibilita a obtenção de lucros, o papel do estado deve ser ficar quieto, não se imiscuir em assuntos que não lhe dizem respeito, e o mercado funciona, pois os intervenientes necessitam uns dos outros. É a economia a funcionar, se a deixarem!

Surrealismo - XII

11/10/2007

Controlar as finanças públicas é insuficiente

Quem o afirma é Cavaco Silva


-O presidente da república, Anibal Cavaco Silva, afirmou hoje que em matéria de economia é necessário mais que controlar as finanças públicas, fazendo lembrar outros tempos, em que o seu antecessor afirmou existir mais vida para lá do défice. Cavaco Silva apelou á necessidade de criar confiança nos agentes económicos, como forma de retomar urgentemente o crescimento, e voltar a convergir com os países europeus, sendo para tal necessário uma aposta estruturada nas exportações, e não baseadas em oportunidades de negócio conjunturais. Isto num dia em que o governo anuncia a redução do défice público para 3%, valor que os economistas afirmam insuficientes para baixa de impostos, com o FMI a apresentar um relatório que elogia a redução do défice, mas regista um fraco crescimento económico. Claro que o governo irá embandeirar em arco com a redução do défice, o qual deverá baixar no próximo ano para 2,4%, mas sem crescimento económico, a economia real dos cidadãos continua estrangulada sem ver aumentos no poder de conta, as empresas sobrecarregadas por uma fiscalidade excessiva, e o governo anunciando desde já que a redução do défice permitirá realizar investimento público, ou seja mau investimento, pois o estado comprovadamente não sabe investir, sempre que gasta, gasta mal. O estado continua a ter um peso excessivo na economia, sustentado por uma brutal fiscalidade sobre cidadãos e empresas, com apetites insaciáveis, que tendem a aumentar, em lugar de procurar baixar a carga fiscal, pois os cidadãos aplicam indubitavelmente o dinheiro melhor que o estado, conseguindo gerar riqueza e criando emprego, algo para o qual o estado não está vocacionado, e sempre que o tenta, faz mal!

Portagens nas SCUT até final do ano

PÚBLICO-Afirma ministro Mário Lino

-Durante a inauguração do último troço do eixo Norte-Sul, o ministro Mário Lino afirmou que o governo irá introduzir portagens nas SCUT antes do final do ano. Recorde-se que o PSD sempre defendeu a existência de portagens nestas vias, enquanto o PS sempre esteve contra, tendo inclusivé prometido que não colocaria em práctica tal medida se viesse a constituir governo, afirmações feitas, claro está na oposição e depois repetidas em campanha eleitoral. Não sou crítico da medida, defendo o princípio do utilizador-pagador, mas não posso deixar de registar a incoerência dos políticos, neste caso mais uma vez, o PS, que têm um discurso na oposição, e outro quando chegam ao governo, tudo em nome do combate a um excessivo défice, que á boa maneira socialista não contempla a redução da despesa pública, mas sim o aumento da receita, sabendo-se que o estado obtém receita através de impostos, sejam eles directos ou indirectos. Sendo por princípio favorável a esta medida, não posso contudo deixar de registar, que a mesma se traduz na introdução duma nova taxa, já que as SCUT que hoje são suportadas através do orçamento, ou seja, dos nossos impostos, passando a ser financiadas via taxa de utilização, seria justo que algum imposto viesse a ser reduzido, alguém acredita? O argumento do não agravamento do I.S.P., que o governo certamente utilizará, não colhe, pois já foram feitas contas á fórmula de cálculo desse imposto. Cada subida no preço do barril de petróleo traduz-se em receita para o ministério das finanças, e ultimamente têm existido muitas subidas de preço, mas simultaneamente em maiores dificuldades para as empresas e consumidores portugueses, logo a bondade do não agravamento no I.S.P. é muito duvidosa, e o seu efeito mitigado pelas portagens nas SCUT.

Surrealismo - XI

10/10/2007

Radiohead lançam album na internet



-A banda de Thom Yorke, Radiohead, decide lançar novo album através da internet, disponibilizando músicas para download gratuito, colocando mais tarde nas lojas uma edição premium incluindo alguns extras. Veremos como reagirá a industria músical a esta experiência, á qual certamente muitas outras bandas estarão atentas, aguardemos pois pelos resultados. Disponível aqui.

10 Outubro contra a pena de morte

-Hoje, 10 de Outubro, assinala-se o dia Europeu contra a pena de morte. Por razões que ontem expliquei, sou contra a aplicação desta medida extrema sem apelo.

Surrealismo - X

09/10/2007

José Sócrates vaiado na Covilhã

PÚBLICO-Após polémica visita da PSP a delegação sindical

-Ainda há apenas 2 dias critiquei aqui a forma como o PCP e suas correias de transmissão, uma das quais a FENPROF, mas não só, perseguem José Sócrates um pouco por todo o país onde quer que se desloque, independentemente da qualidade da deslocação. Classifiquei a acção como deselegante e mal educada, mantenho o que afirmei, mas, entretanto tudo mudou, por culpa da inabilidade do governo ou do excesso de zelo dalgum boy ávido por mostrar serviço, é algo que ainda está por apurar, se é que algum dia o será. Até aqui José Sócrates passeava, alguns radicais assobiavam, o primeiro-ministro poderia vitimizar-se, ficando bem na fotografia, a partir de agora com a entrada da PSP na delegação sindical da SPRC da Covilhã, tudo muda, passaram os sindicatos ao papel de vítimas, no que terá constituido um erro monumental por parte de quem quer que seja o responsável dessa infeliz visita. Em política o que parece, é, e José Sócrates tem parecido sempre conviver mal com a crítica, ao que parece iriam existir mais uns protestos hoje na Covilhã, a inábil visita da PSP teve o condão de conseguir ampliar o efeito dos protestos a um nível que talvez anteontem nem os sindicalistas pensassem ser possível. Para mais, o caso ultrapassou desde já a esfera sindical e policial, passando a ser agora uma questão política, a qual já não poderá ser respondida pela PSP ou pelo governo-civil de Castelo Branco, mas sim pelo ministro Rui Pereira, quiçá até pelo próprio José Sócrates, que por muito boas e convincentes explicações que possam dar, até por não ser este um caso isolado, sairá sempre fragilizado desta questão.