09/03/2008

Poder sindical

-Poucas instituições em Portugal, têm hoje um poder desproporcionado face á efectiva representatividade, quanto os sindicatos, nomeadamente os afectos a empresas públicas, ou á própria função pública. E porquê? Desde logo pela lógica de funcionamento, saberão os portugueses, asfixiados por uma pesada carga fiscal, que o dinheiro dos seus impostos serve entre outros destinos, para subsidiar sindicalistas? Acaso sabem em que escola dará aulas o professor Mário Nogueira? Há quantos anos não exerce? Quem lhes paga o vencimento? Estas são verdadeiras razões pelas quais os sindicalistas são acérrimos defensores da escola pública, como de resto encontramos facilmente exemplos análogos na saúde, ou na administração. Percebe-se a lógica, outrora existiram exemplos destes no sector bancário, nos CTT, na PT ou na EDP, empresas que já se libertaram destes parasitas, e que hoje mais que defender interesses corporativos, são obrigadas a lutar diariamente pela manutenção da sua quota de mercado, o que conseguem numa lógica de prestação dum serviço qualitativo ao cliente, obtenção de lucro ao accionista e manutenção do posto de trabalho. Onde existe corporativismo, pela falta uma verdadeira concorrência, instala-se o facilitismo, a desresponsabilização, a bardinagem, o despesismo, estando sempre os mesmos prontos para suportar tais "conquistas sociais", o contribuinte, a quem o estado terá de extorquir dinheiro através de colecta fiscal, para manter satisfeitos estes barões e seus direitos adquiridos. Para agravar ainda mais a situação, estes sindicalistas perpetuam-se no exercício das suas funções, poderemos hoje facilmente encontrar sindicalistas que já o são há mais de 20 anos, provavelmente já se terão esquecido até do seu posto de trabalho, eleitos através de inspiração partidária muitos deles, obrigados a manter o apoio de tais inspirações, caso contrário voltarão ao local de origem, o local de trabalho. Venham pois efectivas reformas na educação, na saúde, ou na administração, mas sobretudo, altere-se a lógica de financiamento das organizações sindicais, que devem obter financiamento através dos associados que defendem, e não de dinheiros públicos, que não trazem qualquer benefício ao contribuinte.
-Também públicado n' O Andarilho.

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