14/08/2007

Mas afinal A.Costa pode ou não contar com o Zé?

-A fazer fé nesta notícia do Portugal Diário é Francisco Louçã que prevê grandes dificuldades no entendimento entre o executivo camarário de Lisboa, liderado por António Costa, e o Zé, que ao que parece segundo o acordo tem liberdade de voto, não percebo que acordo foi aquele, completamente inútil, pois ao não assegurar maioria, e ainda facultando liberdade ao "Zé", que como se sabe tem mais vocação para franco-atirador do que levar a bom porto qualquer estratégia, o PS nada tem a ganhar, a não ser que a estratégia PS seja algo do género culpabilizar Helena Roseta, pois com os seus 2 vereadores mais o "Zé", então sim a maioria seria uma realidade, ou então tendo mostrado abertura para entendimentos à esquerda, só tendo obtido acordo com o BE, a estratégia passará por culpabilizar o PCP, e esvaziar de conteúdo Helena Roseta, pois muitos dos seus temas poderão ser defendidos pelo "Zé" no interior do executivo. O quadro que existe será algo complexo, se por um lado a estratégia de A. Costa é adiar tudo, e passar dois anos até às próximas autárquicas, o "Zé" enquanto franco-atirador terá de lutar pela sua sobrevivência, donde, digo eu, este acordo é contra natura, quanto à estratégia de limitar Helena Roseta, será bem sucedida ou não, na medida em que esta seja capaz de marcar agenda, e não será muito credível que o PS daqui a dois anos goze maior popularidade em Lisboa e não só, do que aquela que agora dispõe, se por um lado em matéria de legislativas terá a tarefa facilitada pelo PSD surgir previsivelmente com Marques Mendes, uma prenda caída nos braços do engº Sócrates, em matéria autárquica o PSD terá dois anos para se reabilitar, e não será dificil fazer melhor do que o resultado recentemente obtido, daí o único ganho neste acordo com o "Zé", poderia ser co-resbonsabilizar, logo aprisionar o BE ao desempenho da própria autarquia, mas a julgar pelas declarações de Louçã não me parece que o PS tenha conseguido o que quer que fosse, pelo contrário, o BE, quando o "Zé" bater com a porta, irá argumentar que tentaram viabilizar uma solução governativa, sentido de estado etc, mas que os interesses obscuros não o permitiram, não restando outro caminho ao "Zé" que não em nome da sua moral, acima de todos os outros, afastar-se. É futorologia o que aqui afirmo, mas não será díficil de prever, os primeiros sinais aí estão, basta ler com atenção F. Louçã.

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