23/08/2007

Mudam-se os tempos

Mudam-se as vontades?

-Como interpretar a abstenção de A.Costa na votação onde Helena Roseta fez aprovar a recomendação ao governo de incluir nos estudos sobre localização do novo aeroporto, a opcão Portela+1? António Costa não é um qualquer vereador eleito nas listas do PS, para além de presidente de câmara foi até há pouco o número dois dum governo que rejeitava, e rejeita até ver esta opção, é um destacado militante do partido que sustenta o governo, tem peso político próprio, estará com esta abstenção a dar timidos passos no sentido de se distanciar do governo em relação a esta e outras matérias, ou está a dar a mão ao governo, permitindo ao executivo recuar lentamente, deixando cair a teimosia pela Ota, quiçá o próprio ministro Mário Lino que ficará confinado ao papel de idiota útil nesta questão, sendo um remodelável talvez no próximo Outono? Serão pois de expectativa os tempos que se avizinham para os lados do governo, não esquecer que a presidência da UE está practicamente a meio, o estudo que o governo encomendou para a localização do novo aeroporto terá de estar pronto em Dezembro, a não ser que algo "obrigue" o governo a adiar mais uma vez a decisão, "será um estudo sobre a Portela+1, tornado necessário pelo aparecimento de dados absolutamente novos nesta matéria?" Dificilmente A.Costa esperará com esta abstenção que o governo leve o aeroporto para a Ota, e que ele, A.Costa, possa colher a simpatia dos lisboetas, apenas porque se absteve numa votação inútil, por outro lado com o peso político que inegavelmente possui, não saberá já hoje mais do que aquilo que passa para a opinião pública, estando a preparar já os acontecimentos futuros? Existem eleições em Lisboa daqui a dois anos que A.Costa quererá ganhar, o PS não as poderá perder, a votação agora obtida ficou aquém do esperado, o PSD estará mais forte, seria impossível tal não acontecer, em Lisboa daqui a dois anos, a opinião pública não aprova a Ota, o PS a querer renovar a maioria absoluta, acham mesmo que a abstenção de A.Costa foi uma simples abstenção? Ou o prenúncio de algo mais?

1 comentário:

SILÊNCIO CULPADO disse...

Nada é por acaso sobretudo se nos reportamos a políticos com a experiência e sabedoria de A.Costa. Em meu entender existe uma clara preocupação de A.Costa se demarcar, e logo branquear, um governo anti-popular que perdeu credibilidade desde a polémica sobre a licenciatura do PM até esta parte. Talvez A.Costa aspire à liderança do PS. É um corredor de fundo que sabe o que faz e não dá ponto sem nó.