31/05/2007

Planeamento familiar no S.N.Saúde

-Ainda recentemente Portugal foi a votos para referendar a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, pessoalmente votei não, e hoje voltaria a fazê-lo, não por qualquer moralismo fundamentalista, ou qualquer dogma, mas porque entendo que as casas não se começam a construir pelo telhado, e sobrecarregar mais o serviço nacional de saúde, que já funciona tão mal não seria a melhor opção. O recente estudo da DECO sobre a acessibilidade das jovens às consultas de planeamento veio confirmar o meu pensamento sobre este assunto, para evitar o aborto, e nisso todos estávamos de acordo, quem votou sim ou quem votou não, há que apostar sériamente na prevenção, ora se estamos a falar de jovens, que na maior parte das vezes não querem contar aos pais que já iniciaram a vida sexual, não irão a uma consulta privada, mesmo que pertençam às classes sociais mais altas, não vá o médico ter uma conversa com a mãe, também não querem ir ao médico de família pelas mesmas razões, e a única solução passaria como a lei prevê, a possibilidade de acesso a estas consultas, mesmo fora do centro de saúde da localidade a que pertencem, ora a lei esbarra na práctica, existe toda uma cultura de abuso de poder, de superioridade por parte de muitos funcionários públicos, neste caso os do ministério da saúde, em que falam alto, humilham as jovens que procuram discricção, impedem o acesso contrariando a própria lei que deveriam respeitar, e que faz o ministro? naturalmente não será o responsável desta situação, que não é de agora, mas tem a responsabilidade política de acabar com a prepotência no atendimento que os seus funcionários practicam, nomeadamente sendo ele próprio o promotor destas inspecções surpresa, em lugar de esperar que seja a DECO a fazer o seu trabalho, e não desculpabilizar os serviços, mas sim penalizando eventuais infractores à lei. Tenho a certeza de que até sai mais barato ao estado pagar uma consulta, do que uma IVG, para não falar na saúde da mulher, e eventuais consequências futuras. Neste caso, aponto o dedo não aos médicos, a quem as jovens nem sequer conseguem aceder, mas a toda uma práctica instalada nos mais diversos serviços públicos, que de púbicos têm pouco, e que cabe ao governo terminar com ela duma vez por toda, inserida num contexto mais vasto, que é o da reforma da administração pública, como já tenho afirmado, premiando o mérito e não o carreirismo e o compadrio, pois como o estudo também demonstrou, embora em minoria, existem serviços, logo funcionários que cumprem, e são esses que devem ser avaliados positivamente. Definitivamente sou mesmo adepto da velha máxima, menos estado, melhor estado!

30/05/2007

Greve geral, geral para quem?

-Pelo que pude constatar já esta manhã, enormes filas de trânsito na margem sul, em direcção às 2 travessias do Tejo, não existe greve geral coisa nenhuma, a não ser que os srs da CGTP me digam que toda esta gente se levantou bem cedo para "aproveitar o dia de greve e fazer umas compras no C.C.Colombo ou no Vasco da Gama", passe a publicidade, porque até à praia também não devem ter ido, o dia a isso não convida. Há sim, efeitos perversos da greve, que manifestamente não prejudicam o governo, nem tão pouco os empresários, trabalho em área comercial, e posso garantir que os meus clientes, mesmo alguns simpatizantes de esquerda, estão a funcionar, ou seja têm os seus estabelecimentos comerciais abertos ao público, e os seus colaboradores, chegando mais ou menos atrasados, foram trabalhar, o que merece uma reflexão profunda sobre as greves em Portugal, o direito à greve, e o que são serviços mínimos. Em 1º lugar, ninguém de bom senso contesta que num país democrático, o direito à greve é inquestionável, mas deve ser usado como último recurso por parte dos trabalhadores, até aqui em tese, toda a gente concorda, políticos da esquerda à direita, empresários, sindicatos, o problema é a práctica, em Portugal os sindicatos manifestamente têm vindo a perder poder de influência sobre os trabalhadores, já não conseguem as mobilizações de outrora, e para demonstrarem alguma força, estão entrincheirados em meia dúzia de empresas estratégicas, nomeadamente as de transportes, que acabam por prejudicar a população em geral, quer a que vai trabalhar, quer a que apenas se pretende deslocar, todas as pessoas acabam por conseguir na mesma mais ou menos atrasadas aos seus postos de trabalho, e a única vitória que os sindicatos conseguem obter, se é que esse era um objectivo à partida, é provocarem enormes congestionamentos à entrada das cidades. Para lá disso, conseguem prejudicar o normal funcionamento de escolas, hospitais, e demais repartições públicas, daí a feroz oposição dos partidos de esquerda e dos sindicatos à reforma da administração pública, e mesmo assim só o conseguem porque em muitos serviços basta que 2 ou 3 funcionários adiram à greve para o funcionamento do serviço ficar afectado, ainda que a maioria dos trabalhadores até queira exercer o seu direito ao trabalho, também ele inquestionável, por exemplo sei de casos de escolas em que professores não puderam dar aulas, porque os auxiliares não lhes abriram as portas, ora isto é absurdo, mas ainda se passa em Portugal, por isso defendo as privatizações, a reforma da administração, para que estes srs deixem de brincar às greves. Para se convocar uma greve geral, ela deveria representar todo o estado de espírito de desespero duma população contra o poder, e ainda que tenhamos queixas, eu de forma alguma sou apoiante do governo, manifestamente em Portugal neste momento não se justifica uma greve geral. Basta de utilizarem os trabalhadores como arma política, e com isso só conseguem mesmo é prejudicar os trabalhadores, eu também trabalho, e farei greve, espero nunca vir a ser necessário, um dia que um governo qualquer, em abstracto me queira cortar os meus direitos, liberdades ou garantias, agora para protestar contra a medida A ou B, até posso aceitar greves sectoriais, mas greve geral? Bom senso meus srs!

29/05/2007

António Vitorino

-Muito longe de partilhar da maioria das opções políticas deste sr. agora comentador, e não simpatizando especialmente sequer com o P.S. ainda que em determinadas circunstâncias já tenha votado nesse partido, apreciei particularmente a lúcidez dos comentários do sr. António Vitorino ontem no programa "Notas Soltas" na RTP 1, soube despir a camisola de correligionário político, por sinal até bem próximo do primeiro ministro, e criticar o défice de informação sobre a Ota, ainda que não tenha criticado a opção em si, afirmou que se deveriam definir critérios objectivos para a localização dum novo aeroporto, e só depois de conhecidos e aceites esses critérios se deveria tomar uma decisão definitiva, falou também da relação custo/benefício/prazo de validade desse mesmo aeroporto, registei e apreciei a lúcidez deste comentarista, um exemplo a seguir pelos seus amigos do governo, em vez de fazerem ouvidos moucos à voz dos cidadãos, e depois queixam-se que estes se alheiam da política e dos políticos. Gostei também das suas opiniões em relação ao caso do prof. Charrua, precipitadamente suspenso, falou também com lúcidez sobre a situação da câmara municipal de Lisboa, do que serão os objectivos do P.S., opções, alternativas, bons ou maus resultados. É de políticos que afirmam o que pensam, mas que usam do bom senso e não da arbitrariedade que o país necessita, António Vitorino é sem dúvida um bom político, um bom comentador, mas faria bem falta ao seu governo, ao invés de outros que por lá andam a mais. Talvez por pensar por si, e pela sua lúcidez é que esteja de fora. Pena! Perde o governo, perde o país, e digo isto sem qualquer próximidade, repito do sr. António Vitorino, acabo como comecei.

28/05/2007

A liberdade de informação está de luto!

-Hoje é um dia negro para todos os que como eu prezam a liberdade de opinião, o direito individual de todo e qualquer cidadão a exprimir livremente os seus pensamentos, estou a falar do encerramento compulsivo do mais antigo canal de televisão Venezuelano, às ordens desse grotesco ditador que dá pelo nome de "Hugo Chavez", o que deveria indignar todos os jornalistas deste planeta, e todos os intelectuais que exprimem as suas ideias sob as mais diversas formas artísticas ou literárias, e escrevo deveria, porque alguns pseudo livre pensadores, que tanto criticaram Berlusconi, que estão sempre prontos a protestar e bem contra alguns sistemas totalitários, ou democracias deficitárias, calam-se perante Chavez, Castro ou Morales, como se calaram, se não alguns do presente, outros seus antecessores, perante as barbaridades do pai dos povos, um personagem que conseguiu a proeza de ser ainda mais monstruoso que Hitler, juntos os dois e Pol Pot, talvez tenham sido os maiores facínoras que este planeta jamais conheceu, mas voltemos ao presente, Chavez é um déspota, um tirano que quer manter o seu povo na miséria, porque nos bairros mais pobres encontra a sua base de apoio, então há que mantê-los pobres, e culpa os Estados Unidos por essa mesma pobreza, um discusrso só comparável aos disparates de Castro, que culpa o bloqueio por toda a miséria que existe em Cuba, miséria mas só para alguns, eu já lá estive 2 vezes, e nunca me faltou peixe, carne ou marisco, nem sequer me faltou Coca Cola, apesar do bloqueio, é que eu tinha dólares e Euros para lá deixar, enquanto o povo, ou pelo menos parte dele, é mantido na ignorância, mas vem-me sempre à memória, uma conversa que tive com um jovem cubano, que primeiro olhou em redor, não fosse alguém escutar, e me disse, sabe, o velho mais dia menos dia morre, e eu tenho 20 anos, ainda vou a tempo de conhecer o mundo. Na altura não lhe disse, mas pensei, quiçá, depois da morte do ditador, certamente tu e os demais compatriotas teus, conhecerão Cuba, e os algozes que em nome da revolução, miserabilizaram um povo, Chavez quer seguir a mesma via, pode ser que o exército, não será fácil, se mobilize, e ponha cobro a mais uma ditadura, porque para mim não há ditaduras boas ou más, justificáveis ou toleráveis, sou democrata, gosto de viver em liberdade, e mesmo com defeitos, não conheço melhor regime que a democracia.

27/05/2007

Avaliações e reforma da adm. pública

-Já critiquei nestas páginas o actual sistema de progressão nas carreiras da função pública, correndo o risco de me repetir digo que alguém ser promovido por antiguidade, o actual sistema de letras, a contagem do tempo de serviço, e a garantia dum emprego vitalício, são uma oferta à inércia, e à incompetência, uma aberração, mas, o recente caso do professor Charrua, vs sra directora da DREN, vem pôr a nú aquilo que de pior existe em Portugal, a mentalidade pidesca da delação, da intriga, do diz-se, diz-se, a chibaria e o compadrio ou as cunhas, neste caso mais mediatizado provavelmente nada irá acontecer, mas se fosse um funcionário público menos qualificado numa repartição do interior a ser vítima da prepotência de quem não gostasse dele, e não tivesse hipóteses de mediatizar o caso, e ficaria mesmo vítima dum sistema que julgo não ser o que o governo quer implementar. Este caso tem no mínimo o mérito de vir a servir de aviso para eventuais abusos por parte dos "boys and girls" que detêm o poder de avaliar, pelo que apelo aos partidos, sindicatos, e todas as partes interessadas, na reforma da adm. pública, que as avaliações tenham de ser apresentadas por escrito aos avaliados, e que estas sejam passíveis de recurso por parte dos mesmos, como forma de evitar o compadrio, a cunha, a intriga, a inveja ou a vingança, tão comuns em Portugal, mas que este caso também não sirva de desculpa para que não se reforme a administração pública, há sim que responsabilizar quem falha, e neste caso, à primeira vista, talvez quem mereça um correctivo, e uma avaliação negativa de desempenho seja "a girl" responsável da DREN, que terá confundido política com desempenho, numa tentativa de lamber as botas da ministra da educação.

26/05/2007

Começo a perceber "a teimosia pela OTA"

-O candidato ( provável próximo presidente da C.M.L.), António Costa ao mesmo tempo que levanta a hipótese dum segundo pulmão verde na cidade de Lisboa, a ser plantado nos terrenos do actual aeroporto da Portela, pactua com a entrega a custo zero de terrenos nesta zona para financiar parte da construção desse futuro elefante branco que irá endividar Portugal e os portugueses durante décadas, e cuja rentabilidade será no mínimo dúvidosa, ao contrário do que afirma o engº ( inscrito na ordem ) Mário Lino, um aeroporto no "deserto" da margem sul seria muito mais interessante para o desenvolvimento da economia nacional, e por múltiplas razões, desde logo para rentabilização da zona turística de qualidade projectada para a península de Tróia, cuja localização dum aeroporto na Ota ou em Beja, não servirá para melhorar a oferta turística de qualidade que se pretende que Portugal possa oferecer, em segundo lugar, sendo a região de Setúbal uma das mais pobres do país, a construção dum aeroporto internacional, bem como a passagem do Porto de Lisboa para Setúbal, integrada numa solução conjunta de desenvolvimento ferroviário, onde se inclui uma 3ª travessia do Tejo, poderiam servir a criação de toda uma zona fortemente industrial, que se estenderia até Sines, e cuja próximidade destas infraestruturas poderiam ser melhor rentabilizadas, em terceiro lugar porque a opção pela OTA irá prejudicar ainda mais a região norte, nomeadamente o Porto, e nunca conseguirá concorrer com Madrid, basta ver a densidade populacional que envolve a região da Ota, para se perceber que não irão ali ser desenvolvidas muitas mais apostas industriais, e finalmente pela própria opção em si, que contempla a construção dum aeroporto com 2 pistas, que nunca poderá vir a ser ampliado, ao contrário de outras opções, que poderiam igualmente começar com 2 pistas, mas às quais no futuro se poderia acrescentar uma terceira ou mais, com Barajas em Madrid, a única razão à luz da qual eu percebo a urgência na Ota, é a necessidade de mais especulação imobiliária em Lisboa, temos os exemplos Expo, onde se construiu muito mais do que o inicialmente previsto, Alta de Lisboa em construção desenfreada neste momento, e no futuro? Claro, a Portela! Onde estão os estudos e os projectos do P.S. para o segundo pulmão de Lisboa? Existem, ou são uma miragem?

25/05/2007

Função pública

-Afinal ao que parece o governo prepara-se para recuar no congelamento das carreiras da função pública, pela primeira vez o governo cede aos protestos da opinião pública, será o princípio do fim do autismo e da arrogância, ou uma mera conjuntura táctica que não pode ser dissociada da aposta elevada do governo e do P.S. nas eleições próximas para a câmara municipal de Lisboa, pois António Costa não pode obter um resultado menos bom, qualquer coisa que não seja uma vitória perto da maioria, deixará marcas profundas no P.S. e no governo, que verá a sua margem de manobra sériamente comprometida para o que resta da legislatura, e muitas serão as vozes contestatárias de todas as reformas a que o governo se propõe. Quanto ao assunto administração pública, não me parece bem que o governo opte pela via mais simples que é deixar tudo na mesma, seria preferível descongelar os salários, afinal os trabalhadores do estado como qualquer cidadão sofrem na pele os efeitos da inflação, mas já o mesmo não digo quanto às carreiras, progredir por letras e antiguidade, é premiar e pactuar com a inércia e incompetência, pelo contrário há é que premiar o mérito e o desempenho como acontece em qualquer empresa privada, mas conhecendo nós todos Portugal, e o apetite das máquinas partidárias para ocuparem o aparelho do estado, as regras de avaliação e desempenho teriam de ser suficientemente claras, porque pior ainda que promover por letras e antiguidade, seria promover ou premiar em função de ter cartão de militante deste ou daquele partido, ou por se ser amigo ou familiar dum qualquer director ou chefe de secção. Mais uma vez, reforma adiada, é o que se adivinha, afinal o governo angariou expectativas, mas não distribuirá mais do que desilusão e continuidade do que têm sido as más prácticas e vicissitudes portuguesas.

24/05/2007

O deserto indigna-se, engº Mário Lino!

-Já se percebeu que o governo só vê a OTA como única possibilidade de construção dum novo aeroporto, confunde poder de decisão com teimosia, os membros do governo arrogam-se no direito de não escutar a opinião pública, quando todas as sondagens, estudos de opinião, pareceres técnicos parecem que a opção OTA se não é errada, é no mínimo questionável, mas o governo, o primeiro ministro, e agora o ministro Mário Lino acham que ninguém pode dúvidar muito menos questionar as suas opções, e não tendo argumentos mais convincentes avança com o disparate que as travessias do Tejo podem vir a ser alvo de ataques terroristas, e que a margem sul é um deserto. Pois bem, sr engº, não sei que interesses obscuros os srs teimam em defender, a quem pertencem os terrenos a serem expropriados para que se construa a OTA, os terrenos de construção envolventes cujo metro quadrado valoriza diáriamente, mas sei que está perto dum parque de combustíveis, sei que não podem ser construídas mais do que duas pistas, sei que os ventos predominantes na zona irão desviar voos para o Porto, Beja ou Faro, quando a opção margem sul poderia suportar, se não na 1ª fase, numa ampliação posterior, 4 pistas, teria um prazo de vida útil muito superior, estava mais perto de Lisboa, e das zonas turísticas envolventes em fase de desenvolvimento, mas como neste país agora parece moda quem criticar o governo ser apelidado de alguma coisa, chamaram á margem sul um deserto, talvez brevemente nos chamem marroquinos, berberes ou touaregues, mas por muita teimosia e arrogância que os srs continuem a demonstrar, não terão do vosso lado a opinião pública, e num estado de direito democrático as pessoas ainda têm o direito de discordar sem terem de ser apelidadas de alguma coisa, ou sofrerem represálias. Demita-se sr Mário Lino, faria um favor ao país, ao seu governo, talvez só não fizesse um favor à sua clientela que anseia pela OTA, contra qualquer razoabilidade, ou utilidade para o país.

23/05/2007

Liberdade existe?

-O recente caso do funcionário público suspenso, por acaso professor mas poderia exercer qualquer outro cargo, vem demonstrar o quanto evoluiram as mentalidades de quem exerce o poder em Portugal, um cidadão trabalhador, foi suspenso das suas funções por ter dito uma graçola, com mais ou menos piada isso não interessa para o caso, entre colegas de trabalho, tendo então cometido um delito de opinião, não vejo que outra coisa jurídica, não lhe quero chamar crime, possa ter sido cometido. Se o cidadão, funcionário, professor tivesse proferido a dita graçola numa sala de aula, até poderia constituir uma infração ás regras do ensino, não estou certo sobre o assunto, mas em privado, num ambiente informal? Nem nos tempos do sr. de Santa Comba, sobre quem se diziam piadas sobre a sua avareza e poupança nos gastos, ninguém foi suspenço por graçolas, não vou dizer o mesmo obviamente sobre opiniões políticas, principalmente simpatizantes de ideologia marxista, que esses eram perseguidos e torturados, se este caso tivesse acontecido enquanto Cavaco Silva foi primeiro ministro, e seria o retorno ao fascismo, quado Durão Barroso falou em evolução no lugar de Revolução, caiu o Carmo e a Trindade, aliás nessa altura o poeta deputado Manuel Alegre até fez um poema a dizer que até nos queriam roubar o "R", será que o mesmo não terá agora uma inspiraçãozinha para escrever um poema sobre roubarem-nos o direito de dizer umas anedotas? gostava no mínimo de o ouvir sobre este asunto. Mais, se os bufos e chibos deste país têm poder para conseguir demitir alguém, eu cidadão que até nem concordo com a OTA, chibo aqui o ministro engº Mário Lino, que em tom de graçola disse numa conferência de imprensa estar inscrito na ordem dos engenheiros, isso foi uma graçola, como tal, deve também ser suspenso já! Haja coerência ou decência. Ouvi há dias um teaser de Adelino Gomes sobre o dia 25 de Abril de 1974, no qual ele dizia ter ouvido da boca de Salgueiro Maia a mais bela definição sobre o que representou o 25 de Abril. Valeu a pena, o que diria Salgueiro Maia hoje se estivesse vivo? Pobre país, que continua tão tacanho como dantes.

22/05/2007

Baixas médicas fraudulentas

-Óbviamente são uma praga que vão gastando o pouco dinheiro existente na segurança social, mas esta necessita reforma urgente, não sei se deveremos entregá-la a privados, provavelmente teria uma melhor gestão e até apresentaria lucros, ou se devemos mantê-la no sector público, sei é que a necessidade da sua existência é inquestionável, como também o é o facto de funcionar mal. Por exemplo, eu tenho um sub-sistema de saúde, no meu caso o médis, mas poderia ser qualquer outro, ainda há 3 anos sofri uma pneumonia, dirigi-me à urgência do hospital privado que me é disponibiiado, fui muitíssimo bem tratado, como sofria duma pneumonia necessitava de ter 15 dias de repouso sem sair de casa, mas para poder ter direito a baixa médica, lá teve de ir a minha esposa a uma consulta ( perder tempo ) de urgência no centro de saúde, para que o médico de família ( que na altura eu nem conhecia, sabia apenas o nome, qual amanuense, em lugar de exercer medicina e atender quem dele necessitasse, teve de atender a minha esposa, e preencher papéis. Um ano mais tarde, fui operado às vias respiratórias, e passado o pós -operatório desta vez fui eu ao médico de família, conheci-o naquela data, não para me ajudar ou realizar qualquer acto médico, mas sim para me passar 15 dias de baixa como atestava o pedido e o relatório médico do cirurgião que fez a operação. Pergunto eu, não seria possível ao sub-sistema emitir ele próprio a baixa médica? ou então, estamos ne era do e-government, com internet e uma série de meios ao alcance, não pouparia o estado dinheiro se a baixa me tivesse sido passada pela internet? Hoje existem meios que poderiam atestar a veracidade de tais declarações, poupava-se tempo comigo, gastando-se com pessoas mais necessitadas do que eu de atendimento por parte do médico.

21/05/2007

Futebol português

-Terminado o campeonato, ainda será cedo para fazer um balanço definitivo da época futebolística indígena, não poderia hoje escrever sobre outro tema, pois o futebol é como assino na minha declaração de interesses algo a que sou tudo menos alheio. Em primeiro lugar há que dar os parabéns ao F.C.Porto, campeão nacional com todo o mérito, aliás não conheço campeões sem mérito, pois o campeonato é por definição uma prova de regularidade, onde o F.C.Porto fez uma primeira volta fortíssima, momentos houve em que o melhor futebol terá sido o do S.L.Benfica, para a época terminar com um fortíssimo Sporting C.P., mas contas feitas, chegou à frente no final, e mereceu o título, até aqui nada a dizer. Estranho é que neste futebol luso, no dia seguinte ao da conquista do campeonato, a cotação das acções da SAD portista em lugar de subir, desceram, por acaso desconheço a situação actual das acções da SAD do Sporting, e temo, quer dizer não tenho nenhum interesse particular na questão, que as do S.L.Benfica irão seguir pelo mesmo caminho, e porquê? Talvez desde logo esta importante questão nos dias que correm, deveria fazer pensar todos os dirigentes desportivos, pois o futebol português não é credível, nas suas contas, nos vencimentos dos jogadores, muitos clubes com salários em atraso, se fecham empresas lançando trabalhadores no desemprego, porque não hão-de encerrar clubes, que são manifestamente insolventes? Querem agora criar a taça da liga, não tendo conhecimento aprofundado sobre o assunto, penso que mais jogos grandes e emotivos, fazem falta ao futebol português, mas também fazem falta estádios cheios, famílias a assistir aos jogos, o que não será possível com as claques organizadas que temos no presente, com provocações e insultos constantes, temos visto comportamentos lamentáveis por parte das claques organizadas de todos os clubes, nesta matéria não há santinhos nem bons, que quando perdem, não sabem perder, mais ainda ontem assisti à vergonha de ver as claques do F.C.Porto a insultarem o S.L.B. em lugar de darem vivas e exultarem com o êxito da sua própria equipa. Mas não são os únicos, tivesse a vitória cor verde ou vermelha, e o espectáculo teria sido igualmente triste. Os outros emblemas só muito esporádicamente conseguem incomodar os grandes, e o futebol português continua nivelado por baixo, restando-nos criar bons jogadores que vão evoluindo noutros campeonatos por essa europa fora, e de quando em vez umas quantas boas prestações da selecção nacional. Uma palavra para José Mourinho, Cristiano Ronaldo, Tiago, Hugo Almeida, Fernando Meira, que tiveram excelentes prestações, mas muitos mais tiveram em bom plano.
Falta a final da Taça de Portugal, que ao contrário do que muita gente pensa não será um passeio para o Sporting C.P. e também de importante a Liga dos Campeões, onde prevejo que o A.C.Milan vai desforrar-se do Liverpool.

20/05/2007

Regionalização

-Um movimento impulsionado pelo social democrata Mendes Bota, regionalista confesso, e contando com o apoio de figuras políticas de todos quadrantes políticos da esquerda à direita, e também integrando personalidades independentes, propõe-se reunir 75 mil assinaturas, e apresentar um novo projecto de regionalização, desta vez com as 5 regiões plano já existentes, e submetê-lo a referendo na próxima legislatura. Todas as iniciativas vindas da sociedade cívil, ainda que tendo por trás políticos, embora agindo independentemente dos seus partidos são de louvar, na trapalhada em que consistia o projecto lei anterior que os portugueses esmagadoramente chumbaram, votei não, quanto a este novo projecto se ele vier apenas como uma medida avulsa, voltarei a votar Não! Agora, se este projecto das 5 regiões, que tem pernas para andar, for acompanhado duma reforma estrutural do país, onde municípios que não se justificam existir serão extintos, juntas de freguesia que não se justificam, serão extintas, eventualmente até poderão ser criados outros municípios e juntas de freguesia, se necessário, preferêncialmente reformar também o actual sistema político, com a criação de círculos uninominais, para que possamos saber quem é o nosso deputado, sim porque é suposto o deputado representar o povo e não um partido, se forem transferidas competências e verbas para as regiões, e se num estudo final sobre as consequências duma reforma profunda, a qual não poderia ser implementada de imediato, mas a médio prazo, para evitar tacticismos políticos na sua elaboração, ela representar uma diminuição do número de políticos ( ou seja, de autarcas ), vereadores, assembleias tudo o que isso envolve, se fôr para emagrecer a máquina do estado, os gastos com os políticos ( até se podem remunerar melhor os que ficarem ), se esta reforma representar a aproximação dos decisores ás populações, então eu votaria Sim!, mas não creio que isso venha a suceder, existem muitos boys para colocar, e apesar da crise, o estado ainda tem uma teta que dá de mamar a muita gente.

19/05/2007

Anulação da data marcada para eleições

-Felizmente que ainda vivemos num estado de direito, onde as regras da democracia tantas vezes atropeladas, uma entidade a quem um pequeno partido recorreu, mais uma cidadã indepentente, que não têm ao seu dispôr as máquinas partidárias poderosas do sistema, essa entidade faz guardar e respeitar as nossas leis, desta república ( quase, mas ainda não das bananas ), e desautorizou a data marcada pela governadora cívil ( nomeada pelo P.S. ), que sob o pretexto de resolver a crise rapidamente, tentou evitar que o engº Carmona Rodrigues e a arq. Helena Roseta apresentassem as suas candidaturas, dificultando em simultâneo os pequenos partidos, o que beneficiaria os partidos do sistema P.S. ( provável vencedor ) e P.S.D. ( talvez minimizasse a derrota ). De quem têm medo? Que Carmona conte as trapalhadas em que o envolveram? Sim, porque a gigantesca máquina do P.S.D. Lisboa colocou os seus boys em pontos chave da governação, e em lugares de destaque nas empresas municipais, Carmona não teve coragem nem peso político para afrontar o aparelho do P.S.D. ou demitir-se a tempo de não se ver envolvido num barco a afundar-se, mas não foi ele que o afundou, e o P.S. porque não quer que esta situação se saiba? Simples, porque tem em lista de espera titulares dum cartão rosa, para substituir os anteriores titulares dum cartão laranja, e vier a lume toda uma teia de corrupções e interesses instalados, talvez não os consiga colocar, e Helena Roseta, para além de ter hipóteses de vir a ser eleita vereadora, pode não pactuar com a máquina do P.S. Lisboa, tão nefasta quanto a do P.S.D. Felizmente as eleições são apenas a 15 de Julho, e até lá pode ser que os Lisboetas melhor esclarecidos não dêm maioria a António Costa, e se tal acontecer, obrigarem-no a negociar á esquerda ou à direita, pouco importa, as melhores propostas para Lisboa.
-Tudo isto entronca na necessidade de reforma do sistema político, que como, e não é a primeira vez que o digo, está, a votarmos em listas partidárias num bloco, permite que os partidos sejam donos dos lugares, como por ex. agora o P.S.D. pegou num vereador eleito em Setúbal, transferindo-o para Lisboa, para não falar no P.C.P. sempre armado em santo a críticar os outros, que dizer do afastamento de alguns dos seus deputados, e do presidente da C.M.Setúbal, substituido por uma sra que os setubalenses não elegeram, e que terá tanta legitimidade para ocupar o cargo, quanto teria o P.S.D., se tivesse indigitado Marina Ferreira como presidente da cãmara municipal de Lisboa, mas na política aplica-se um velho ditado faz o que te digo não faças o que eu faço. Só quando passarmos a eleger directamente pessoas ( podem se apoiadas pelos partidos, nomeadas ou independentes, não importa ), é que o sistema irá mudar, pois aí os eleitos inevitavelmente ficarão mais perto dos eleitores, e ganharão uma independência e uma legitimidade própria, que logicamente não interessa aos directórios partidários, dos partidos maioritários.

18/05/2007

Roubo autorizado nas auto-estradas

-Todos os utilizadores das auto-estradas portuguesas são ( quase diáriamente ) roubados, é esse o termo, não conheço na língua portuguesa outro melhor para descrever esta vergonha que é a de pagarmos um serviço, do qual não usufruimos no seu todo, quem faz uma viagem Lisboa-Porto por ex. muito dificilmente conseguirá fazer a viagem na sua totalidade nas condições em que paga ( não tão barato quanto isso ), pois encontrará certamente um acidente aqui ou ali, obras num ou mais troços, quando não ( mais raramente) , um animal atravessando a via ou pedras que caem na estrada, para já não falar dos lençois de água que se formam em determinados locais, mesmo sem condições meteorológicas extremas, mas derivados de erros de construção da auto-estrada, ou da utilização de pisos de monor qualidade ( mais baratos ). Quando acontece um acidente, é óbvio que ninguém o pode prever, mas se existissem mais painéis luminosos em todas as auto-estradas, os condutores poderiam escolher percursos alternativos, quando entramos numa auto-estrada esperamos conduzir mais rápidamente em direção ao nosso destino, quando um troço está em obras, porque razão não somos avisados das mesmas, e ainda por cima temos de pagar esse troço? Se eu entrasse num restaurante, pedisse um prato, e ele me fosse servido com menos um ingrediente, e eu escrevesse o facto no livro de reclamações, como procederia a ASAE ( estado )? Mas quando pago um percurso com menos um troço, porque diabo tenho de pagar o mesmo? Quando um lençol de água provoca um acidente, quem paga? Os maus pisos que vão desgastando mais rapidamente os pneus, quem paga? A resposta é sempre a mesma, pagam os utilizadores, ganha o estado, a Brisa e os seus acionistas!

17/05/2007

Ainda a Câmara Municipal de Lisboa

-Cada vez mais interessante este assunto, não é que o PSD retirou confiança política a Carmona por este ter sido constituido arguido, para indigitar Fernando Negrão, também ele arguido, embora num processo totalmente diferente, e que nada tem a ver com o exercício do poder local, aliás este é um caso que merece refexão, arguido não é acusado, muito menos culpado, e F. Negrão está constituido arguido há 6 anos, o que atesta bem a eficácia do sistema judicial português. Será muito interessante saber também o que pensam os candidatos sobre o aeroporto da OTA, principalmente quero muito ouvir os jornalistas, e os outros candidatos certamente não deixarão de o fazer, o que terá António Costa a dizer sobre o assunto. Por mim gostaria que Helena Roseta e Carmona Rodrigues consigam reunir as assinaturas e vão a votos, pois com eles teremos certamente uma campanha mais interessante, principalmente se falarem do que sabem, e sabem muito, sobre o funcionamento das máquinas distritais dos partidos, e das filas de espera dos militantes de 3ª fila que se colocam em bicos de pés, para obterem um lugarzinho nas empresas municipais, ou como acessores dum vereador, lugares que vulgarmente conhecemos como tachos. Parece que Manuel Monteiro também avança, e ainda bem, talvez o P.P. e Paulo Portas não apreciem o facto, mas lá que teremos assunto para as próximas semanas, isso teremos.

16/05/2007

Eleições câmara municipal Lisboa

-Mais uma, de muitas opiniões sobre este assunto tão actual, mas cujo resultado me parece cada vez mais imprevisivel, embora pense que António Costa será para lá de qualquer dúvida o próximo presidente da C.M.L., a questão é esta, ganhará?, ou sairão todos a perder, principalmente os Lisboetas, e até Portugal perde um pouco! Passo a esclarecer, Portugal perde um dos seus melhores ministros, o nº 2 do governo, quem o substituirá como braço direito de Sócrates? Perde ainda o ministro que seria o responsável pelo combate ( ? ) aos incêndios, livrando-se de apanhar umas quantas cinzas, quem sabe se para queimar-se num fogo maior, entenda-se C.M.L., para além da reforma das polícias, haverá mais alguém no governo capaz de implementar esta reforma, ou será mais uma reforma adiada? Entretanto e ainda no P.S., estranho o convite de António Costa a Ana Sara Brito, para integrar a lista de candidatos a vereador, em lugar elegível, para quem não sabe, Ana Sara Brito, embora militante do P.S. foi mandatária da candidatura presidêncial de Manuel Alegre, não estará o P.S. incomodado com a provável candidatura de Helena Roseta?
-Perde o PSD, que depois da recusa óbvia de Fernando Seara avança com Fernando Negrão, pessoa competente não ponho em causa, Carmona também o era, mas sem peso político, que fará com, ou contra? o PSD Lisboa, mas penso que ganhe ou perca, e mais que provavelmente perderá, perde certamente Marques Mendes, e não faltará no partido quem já esteja a afiar as facas. Ruben Carvalho e Sá Fernandes penso que serão eleitos vereadores, mas não mais do que isso, o P.P. até correrá o risco de perder o seu vereador, principalmente se Manuel Monteiro avançar, o que seria interessante até para testar a nova liderança de Paulo Portas. Finalmente Carmona avança ou não? Ainda existirão 4 mil Lisboetas dispostos a assinar a candidatura? Só se esclarecesse muito bem os atropelos que diz ter sido vítima, mas que ainda não esclareceu, e para avançar com Fontão de Carvalho, Pedro Feist e outros, mais vale ficar quieto, até porque existe um ditado que diz atrás de mim virá, quem de mim bom fará!

15/05/2007

Portugal sem fogos depende de todos

-Este é o lema do governo ao dar hoje início á época de combate aos incêndios, até aqui todos de acordo, ninguém ( eventualmente excepção feita aos incendiários ), o combate aos incêndios deveria ser um desígnio nacional, o problema é que ano após ano, os incêndios provocam cada vez mais danos, apesar de haver menos área por arder, culpam-se os proprietários por limparem os seus terrenos, estes culpam as câmaras municipais, culpa-se o governo e o ministro que estiver de serviço, culpam-se os interesses de certas industrias, chega-se ao ponto de se culpar a ineficácia dos bombeiros, que por sua vez culpam toda uma cadeia de comando e organização ( montada? ), para prevenir a época de incêndios, no final do ano o balanço será desastroso, culpas atiradas em todas as direcções, e mais uma vez ninguém será acusado, quanto mais condenado, a não ser que eventualmente se encontre um pirómano eventualmente inimputável, que servirá de bode expiatório. Sejamos sérios, quer este país realmente combater o flagelo dos incêndios? Então teriamos de ter serviços de bombeiros florestais profissionais, com meios eficazes de detecção e combate aos incêndios, custa dinheiro, teriamos de legislar no sentido de endurecer as penas, mas também de multar todos os proprietários de área ardida que não estivesse limpa, a pena de não pagar a multa teria de ser a expropriação, mas o exemplo teria de vir do próprio estado, existem interesses ocultos? Ok, legislem no sentido de madeir ardida é madeira nacionalizada, paga pelo estado com valor inferior ao do mercado, será ver os proprietários a cuidarem melhor dos seus terrenos, copiem o exemplo da Madeira, tem floresta, em tempos tinha muita área ardida, mas uma "lei do ditador Jardim, como por cá gostam de o apelidar" reduziu enormemente os incêndios, mesmo que não consigamos apanhar os incendiários, se reduzirmos ou mesmo acabarmos com o lucro de quem ganha com os incêndios, talvez não acabemos completamente com eles, afinal sobrarão sempre as causas naturais, mas lá que se reduziria o seu número, disso não tenho a mínima dúvida, assim houvesse coragem política para tal, não é legal? mudem-se as leis! é inconstitucional? mude-se a constituição! este é dos assuntos que justifica um pacto de regime, onde não há políticas de esquerda ou de direita, há sim é políticas eficazes ou ineficazes, coragem ou falta dela por parte de quem nos ( des )governa.

14/05/2007

Futebol

-Aproxima-se o final do campeonato, o mais emotivo dos últimos anos, desde que vejo futebol, e já lá vão alguns anos, não me lembro de na última jornada os três grandes poderem ser campeões, há dois anos viveu-se uma situação muito parecida, mas à última jornada o Sporting já estava fora do título, tendo-se então sagrado campeão o Benfica. Pena é que este equilíbrio não tenha resultado da força dos três clubes, mas sim dum nivelamento por baixo, em que qualquer dos três está longe de ter atingido os seus objectivos, senão vejamos, o F.C.Porto, o máis provável campeão, chegou a ter nove! pontos de avanço do Sporting, e 11! do Benfica, chega à última jornada a não poder empatar sequer, e fica a sensação que se o ampeonato tivesse mais 4 jornadas como tinha nas épocas anteriores, talvez o desfecho fosse outro. Na taça de Portugal foi prematuramente eliminado pelo Atlético, na Champions, cumpriu serviços mínimos, afinal foi afastado pelo Chelsea, e aí não se lhe poderia ter pedido muito mais. Melhor que na época passada? nem por sombras, lembro-me há muitos anos dum treinador que então foi campeão pelo S.L.Benfica, o grande capitão Mário Wilson, num acto de humildade, dizer que qualquer um que treinasse o Benfica arriscava-se a ser campeão, actualmente eu digo, qualquer um que treine o F.C.Porto arrisca-se a ser campeão, até Co-Adrianse e Jesualdo que nunca ganharam nada. Depois o Sporting, na Europa uma desilusão, fica a vitória sobre o Inter de Milão obtida num pontapé de sorte, durante um jogo que o I.Milão nunca pensou perder, na Taça de Portugal chega à final, ainda veremos se consegue levantar o troféu ante um Belenenses super motivado, no campeonato provavelmente será segundo, afinal o mesmo resultado da época passada, terá encurtado distância para o F.C.Porto, ou foi este que esbanjou? Continua a formar jovens talentos, mas a vendê-los baratos, muitas vezes precipitadamente e sem salvaguardar que estes não venham a breve futuro reforçar os rivais, vide Simão e Quaresma. O S.L.Benfica, eterna promessa a fazer fé nos seus dirigentes, que todos anos prometem uma grande equipa, este ano, sinceramente alguma vez o foi? Dificilmente ganhará algo, o que só por si é desde logo uma derrota para este emblema, e está neste momento ainda em luta pelo título mais por demérito dos seus adversários que por mérito próprio, pese embora a boa prestação das suas invidualidades que conseguiram maquilhar a má construção da equipa, mas Petit, Simão e Miccolli levaram o S.L.Benfica provavelmente para lá das suas possibilidades. Uma palavra para os excelentes campeonatos de Belenenses e P.Ferreira, ambos superaram as expectativas, um Braga que cumpriu, mas cujo plantel e objectivos no início da temporada eram bem mais ambiciosos, Nacional, Marítimo e U.Leiria a um nível regualar, e um Boavista bem abaixo das expectativas inciais. Saúdo o regresso do V.Guimarães, também o Leixões, mas o V.Guimarãe em massa associativa é bem capaz de ser o 4º grande. Finalmente as arbitragens, continuaram a existir muitos casos mas menos que em anos anteriores, fruto do apito dourado? de boa prestação do sr Vitor Pereira? ainda é cedo, mas oxalá seja esta última hipótese, a bem do futebol português!

13/05/2007

Ensino em Portugal

-O recente caso da universidade independente merece ser analisado por outros ângulos que não tenho visto abordados, esquecendo a licenciatura do engº José Sócrates, ou quem tem razão e é ou não reitor. Em Portugal é comum as classes sociais mais altas procuram educar os filhos em colégios particulares quase desde o berço, até ao secundário, e depois passam-nos para o ensino público, em muitos países desenvolvidos passa-se não digo exactamente o contrário, mas procuram-se as mais prestigiadas universidades, que são privadas, e nunca deixaram de atrair os génios da história mundial, alguns só as puderam frequentar através de bolsas de estudo. Exemplos, Princeton, Harvard, MIT, Oxford, Cambridge entre muitas outras, são instituições prestigiadas, e por cá? à excepção da universidade católica, alguma instituição de ensino superior ( particular ), merece credibilidade? E o ensino público pré-escolar em Portugal? Tem uma rede que cobre o país de forma eficaz? O ensino primário e secundário com todo o facilitismo e falta de exigência, em que se passam alunos de ano sem estarem minimamente preparados, a falta de exames que avaliem o bom desempenho dos alunos, a falta de autoridade que os professores têm sobre os alunos, pois o estado encarregou-se de ir tirando aos poucos aos professores essa mesma autoridade, e não só, a desmotivação patente pelos critérios das colocações dos docentes, a falta de verbas com que as escolas têm de funcionar, a falta de materiais ou a sua escassa existência como computadores, bibliotecas, etc, a falta de avaliação do desempenho dos professores, é que se de facto existem professores muito bons, eu tive alguns nos meus tempos de estudante, também existem alguns que só estão na carreira docente para terem um emprego para a vida, mais ou menos bem remunerado, não são os novos, mas alguns que estão cómodamente instalados, e trabalharem melhor ou pior vai dar ao mesmo, é deixar correr o tempo para se subir de escalão, ou então outros a quem acontece o mesmo só têm outra postura, porque possuem brio profissional, são de facto bons. Este país necessita urgentemente de reformar todo o sistema de ensino, não numa lógica economicista, pois quem não investe na educação não poderá colher sucesso e desenvolvimento no futuro, mas também não numa lógica sindical corporativa, tentando dar emprego e preservando direitos adquiridos. Faça-se um estudo sério, se não tivermos no estado quem seja capaz de o fazer contrate-se nacional ou internacionalmente quem seja capaz de elaborar esse mesmo estudo, corrigindo os defeitos, aproveitando as virtudes, e então avance-se para uma reforma, começando a construir a casa pelos alicerces, e não tomando medidas mais ou menos avulsas, que tapam um buraco, destapam dois e não levam Portugal a lado nenhum. E não é só no ensino que Portugal vai mal.

12/05/2007

Ainda a OTA

-Esta semana foi farta em temas que ocupam, interessam ou distraem a opinião pública, desde o infeliz caso do rapto da criança inglesa no Algarve, aproveito como penso que a generalidade das pessoas, para desejar o seu aparecimento sã e salva, as eleições regionais na Madeira, as presidênciais francesas, o cai não cai da C.M.L., folhetim que não tem fim à vista, agora é quem será candidato por este ou por aquele partido, que independentes avançam ou não, ainda para a próxima semana iremos discutir os méritos do novo campeão nacional de futebol, ou se tudo ficar adiado para a última jornada, discutiremos quem será o campeão, mais a final da taça, quem sobe ou desce de divisão, depois, bem depois vêm as eleições para a C.M.L., as notícias do costume sobre quem vai o Benfica, o Porto ou Sporting comprar para reforçar a próxima época, ou vender, os santos populares e as festas que se avizinham de Norte a Sul do país, as férias, com todos os portugueses a planear uns em casa, porque o dinheiro não dá, outros em locais da moda, outros ainda em destinos mais ou menos exóticos, com muitos a preocuparem-se se o banco empresta ou não mais um pouco, inevitavelmente surgirá algum caso que ocupe a opinião pública mais um pouco, eventuais desenvolvimentos nos casos presentes, o fim da época escolar, a colocação de professores, a vaga ou não no acesso ao ensino superior, factos importantes para numerosos portugueses. Enquanto estes tempos são mediáticamente ocupados, descansam os spin doctors do primeiro ministro e do governo sobre a OTA, pois é assunto menos importante para se discutir agora, menos importante, mas de consequências gravosas, que irão endividar Portugal por muitos anos, e cuja durabilidade e eficácia é no mínimo discutível, mas que trará lucros a muito boa gente, basta atentar-se na valorização que tem sofrido o metro quadrado na região, temo pois, que a população adormeça sobre este assunto, se fosse feito um referendo o Não era mais que certo, mas se o assunto deixar de ser discutido lá vai o governo despercebidamente levando a água ao seu moinho, até se atingir um ponto de não retorno. Espero que os cidadãos responsáveis deste país, e os comentadores não o permitam, continuemos com a OTA na ordem do dia!

11/05/2007

Reforma do sistema judicial e prisional

-É uma vergonha o tempo que a justiça demora em Portugal, se por um lado aprecio o desempenho das nossas forças policiais, que não se deixando enrolar em mediatismos como ainda agora pudémos constatar no infeliz caso da menina britânica, cujos tablóides sempre à procura de títulos sensacionalistas, bem pressionaram, mas as forças poiliciais e de investigação portuguesas não se deixam intimidar, têm inúmeras provas dadas ao longo dos anos da sua eficácia, isto apesar da falta de meios ao dispôr, mas que com a sua coragem e dedicação, têm prestado um serviço inestimável ao país. Para eles, como cidadão o meu obrigado!
-Já o mesmo não posso afirmar do sistema judicial, processos que se arrastam anos a fio nos tribunais, os mais mediáticos quase sempre acabam por prescrever, ou quando se chega a uma decisão ela está desfasada no tempo, uma vergonha o caso actual do sargento Luis Gomes, mas para quem não tiver memória curta, o que dizer dos casos dos hemofílicos? do fax de Macau? Partex? Facturas falsas? Parque Expo? Moderna? Qual o futuro, não é preciso ser-se adivinho para os apitos dourados? para não falar dessa vergonha chamada "Casa Pia". Claro que a presunção de inocência deve manter-se sagrada, mas muitos dos arguidos destes processos não foram considerados culpados pela opinião pública? Será que as absolvições tardias ou as prescrições alguma vez lhes devolveram o prestígio então perdido? Não sei de quem é a culpa, se dos funcionários dos tribunais, dos juízes, da falta de instalações ou das próprias leis, neste caso a responsabilidade será política, sei é que há cerca de um ano sua exa o presidente da república promoveu um pacto para a reforma da justiça, assinado com pompa e circunstância pelo governo e pelo maior partido da oposição. Resultados até agora? Alguém os viu?
-Uma última palavra para o sistema prisional, vi há dias na televisão um programa que está a ser ensaiado num estado norte americano, e que acho que deveriamos implementar por cá, nem que fosse a título experimental, sabendo que a população presidiária tem na sua esmagadora maioria uma baixa escolaridade, porque não criar uma prisão escola, com diversos níveis de ensino, em que qualquer presidiário se poderia inscrever, enquanto estivesse a cumprir pena seria transferido para esse estabelecimento, e se conseguisse formação superior veria a suspensão da pena, os que entretanto tivessem sido libertados mas continuassem os estudos veriam o seu registo criminal limpo, não seria uma forma de fomentar a reinserção de algumas pessoas que vítimas dum acidente de percurso se marginalizaram da sociedade? Não seria este um bom investimento? Provavelmente melhor do que outros, embora a dignidade humana seja para preservar no sistema prisional, qualquer que tenha sido o crime ou a pena pelo qual a pessoa está a pagar a sua dívida para com a sociedade!
-Reforma da justiça, precisa-se!

10/05/2007

Autárquicas em Lisboa

-A fazer fé numa afirmação que ouvi recentemente, sou a favor que as eleições sejam realizadas apenas para a câmara municipal, e que a assembleia municipal possa continuar em funções, explico porquê, é que se as eleições se realizarem apenas para a câmara municipal, ninguém recebe um euro do estado, e se estas se realizarem também para a assembleia municipal lá terão os partidos direito a mais uma subvenção estatal, pagamos nós, para despesas de campanha, não chega já termos de suportar o défice? E quem vai pagar o buraco orçamental da câmara de Lisboa? Ainda querem mais subsídios? E já agora faço votos que apareçam mais listas de independentes, ainda que não me identifique com as posições da arq. Helena Roseta saúdo a sua candidatura, se ela se vier a concretizar, espero que Carmona se recandidate como independente, penso que para lá dos seus erros também foi vítima do aparelho do PSD Lisboa, e a sua participação na campanha poderá ajudar a esclarecer os Lisboetas sobtre tudo o que realmente se passou, e pelo contrário o seu silêncio poderá servir para que o PSD caia na tentativa de fazer dele um bode expiatório, único culpado de todos os males que assolam Lisboa, se Maria José N. Pinto avançar também seria óptimo, porque teríamos os partidos confrontados com pessoas que os conhecem por dentro, que sabem qual a lógica dos aparelhos na colocação, ou assalto, melhor dizendo, dos seus militantes aos lugares de acessores e responsáveis de empresas municipais, os chamados boys, pelo que quanto mais candidaturas surgirem, menor será o poder do vencedor, para fazer o frete ao seu partido, seja qual fôr o que vier a ganhar.

Boas, sgto Luis Gomes

-Hesitei sobre qual o assunto que iria escrever hoje, mas resolvi saudar o sargento Luis Gomes, em primeiro lugar porque alguém que está disposto a pagar com o preço da sua própria liberdade um acto de amor, merece no mínimo o meu respeito e a minha consideração, pelo que embora não o conheça pessoalmente, daqui lhe envio um caloroso apoio e consideração, em segundo lugar, saúdo o militar com o posto de sargento Luis Gomes, alguém que com toda a dignidade, postura e dever, vi há pouco num flash interview afirmar, amnhã vou apresentar-me ao meu comandante, lealdade e honra são valores que infelizmente nem toda a sociedade se revê nos dias de hoje, em terceiro lugar porque foi um "pai à altura da pequena Ana Filipa", que se hoje em dia se reconhecesse pelo nome de "Esmeralda", e o nome é a questão menos importante, o mais certo seria estar num qualquer albergue para crianças abandonadas, provavelmente classificada pela "justiça portuguesa", como filha de "pai incógnito", figura inexistente à lei da república das bananas ( perdão, república portuguesa), mas que se não tivesse existido um pedido de adopção, nunca o pai biológico teria "aparecido" para reclamar os seus "direitos", mas nesta república onde tudo é permitido, para já, "a vítima, ou seja o pai biológico" ainda terá direito a ser ressarcido no valor de 30 mil Euro, por uma pessoa que cometeu o delito "de amar, educar e dar o melhor de si mesmo a uma criança". Fosse este "terreno" um verdadeiro país, em vez duma "ilusão", e certamente que o sargento Luis Gomes não só seria absolvido, como ganharia a custódia da pequena "desculpem, mas prefiro chamar-lhe Ana Filipa, em vez de Esmeralda", tendo em conta os superiores interesses da menor, mas como estamos em Portugal, talvez o sargento Luis Gomes seja condenado a ficar sem a "sua filha", porque à luz da "justiça portuguesa", todas as preferências recaiem sobre a paternidade biológica, e "se a justiça portuguesa fôr exemplar como de costume", o sargento Luis Gomes não só terá de suportar os custos de educação da pequena "Ana Filipa, peço desculpa, aliás Esmeralda", como talvez ainda tenha de indemnizar o sr. Baltazar, para que este possa comprar uns copos "desculpem, enganei-me, uns livros para educar a Esmeralda". Desejo sinceramente se o desfecho fôr este que daqui a 15 anos a "Ana Filipa", peço desculpa, Esmeralda, seja objecto duma reportagem sobre o que é e o que poderia ter sido da sua vida, sendo que a pobreza não é crime, mas a "Ana Filipa", também não foi alvo de qualquer acto criminoso, a não ser que se faça a revisão do código penal, e puna-se severa e exemplarmente o acto de amar! Fosse este um país onde a justiça funcionasse, e tivéssemos direito ao recurso à jurisprudência, e a um tribunal de júri, e talvez este caso viesse a ter um desfecho diferente, mas não, isso de júris e jurisprudência é para séries americanas e tribunais anglo-saxónicos, que nós por cá ficamos mais bem servidos "com a douta opinião" de sua excelências os srs drs juízes, porque a justiça americana, certa ou erradamente, em tempo razoável julgou "O.J.Simpson", "Michael Jackson", etc, enquanto por cá, processos dos hemofílicos, fax de macau, moderna, e daqui por algum tempo "Casa Pia", ou "UNI", todos hão-de prescrever, sim porque nós não julgamos ninguém à pressa. "Viva Portugal"

08/05/2007

Oui, Monsieur Sarkozy

-Bom senso o do povo francês, que elegeu um político com coragem, alguém que não tem medo de chamar os bois pelos nomes, ser a voz dos cidadãos comuns, trabalhadores, pessoas que têm medo de sair à rua e serem assaltadas, ou verem os seus bens, automóveis por ex. vandalizados por escumalha como ele os apelidou, e bem, ao que parece com a concordância de boa parte das classes médias francesas, não é uma questão de imigração ou pobreza, tratando-se sim de pessoas que se auto excluem da sociedade, muitas por não quererem trabalhar, outras por quererem incorporar gangs um fenómeno que a Europa importou dos Estados Unidos, e que cá por Portugal também começa a ganhar expressão. Ora Sarkozy, ele próprio filho de emigrantes, deve ser apontado como um exemplo de que num país democrático quem quer, mesmo partindo em condições mais desfavoráveis, pode ir longe, tem é de aceitar as regras da sociedade onde escolheu viver, e trabalhar, mas infelizmente lá como cá, muita gente tem inveja do sucesso alheio, mas não está disposta a trabalhar para conseguir almejar esse mesmo sucesso, e então torna-se mais fácil apontar o dedo ao sistema, à globalização, aos políticos, às empresas, etc, etc, do que culpar-se a si próprio. Sarkozy, representa um político duma nova geração, descomprometida com o Maio de 68, descomplexado, um capital de esperança para o desenvolvimento de França, no que se for bem sucedido, será uma ajuda importante ao desenvolvimento económico e ao progresso na U.E. Mas não terá pela frente tarefa fácil, interesses poderosos instalados, adversários inclusivé na própria direita francesa tentarão minar internamente a construção duma França de sucesso, faço votos para que Sarkozy seja bem sucedido na sua árdua tarefa, a bem de França, dos franceses, da U.E., e indirectamente até de Portugal, pois o arranque definitivo da economia europeia será um benefício para todos nós. Boa sorte, monsieur Sarkozy!

07/05/2007

Eleições na Madeira

-Esmagadora vitória de Alberto João, mais mérito do próprio do que do PSD, nacional ou regional, aproveitando um erro crasso do governo P.S., que ao invés de diferir a entrada da nova lei das finanças regionais para daqui a 2 anos, com a qual provavelmente Jardim nem iria a votos, não, numa de autismo, de quem quer, pode e acha que tudo manda, o governo fez uma lei que como todas pode e deve ter sido pensada em abstracto, mas que objectivamente o único atingido seria Alberto João, e o governo regional da Madeira, e tiveram a resposta merecida nas urnas, Alberto João saiu reforçado, até pode nem colher muitos dividendos em termos prácticos desta retumbante vitória, mas o semblante carregado de Vitalino Canas ontem, avaliando os resultados foram um aviso ao governo e ao P.S. que por muito que faltem alternativas credíveis de governo, os portugueses não estão dispostos a tudo tolerar, e a dizer amén a sua iminência o todo poderoso primeiro ministro, outras batalhas se seguirão, Ota, talvez a mais importante dos próximos tempos, e continue o governo a revelar este autismo, não confundamos teimosia pura com coragem e determinação, e talvez o estado de graça dure menos do que este P.S. seja capaz de prever. Por mim, quanto a um Sócrates que tudo sabe, e tudo decide, continuo a preferir o mais sábio dos Sócrates, e de todos os Socráticos que se lhe seguiram "só sei que nada sei"!

06/05/2007

Política? Mas com que políticos?

-A actual crise na câmara municipal de Lisboa pode ajudar-nos a reflectir sobre todo o sistema político vigente, e a maneira como está o estado organizado. Desde logo, a câmara cai ou não cai? Tudo parece depender dos interesses tactico-políticos dos partidos, não que eu seja contra a existência dos mesmos, sou é a favor da eleição directa do autarca, logo se ele caísse, cairia automáticamente o executivo, o que iria aproximar os eleitos dos eleitores, poderiam os partidos apoiar a personalidade que quisessem, mas também poderíamos eleger cidadãos independentes, e aliás o mesmo deveria ser aplicado nas eleições legislativas, em que se criássemos círculos uninominais, elegeríamos directamente o nosso representante, saberíamos quem era o nosso deputado, que se quisesse ser reeleito teria certamente de agradar mais aos eleitores do que ao aparelho partidário, o que talvez provocasse o afastamento de alguns carreiristas e oportunistas que nunca dão a cara, mas são sempre eleitos, uma vez que os aparelhos partidários os colocam em lugares elegíveis, e muitas vezes são eleitos não pelo seu próprio mérito, mas por uma votação em bloco, em que os eleitores muitas vezes são atraídos a votar no cabeça de lista, e depois são defraudados ao elegerem "no pacote de eleitos, qual promoção" um grupo de incompetentes que vão minar toda a administração, seja a nível local ou nacional. Bem pode este país reflectir, mas com a quantidade de arguidos da esquerda à direita, de Norte a Sul, embora arguido não signifique culpado, mas todos sabemos "o quanto o sistema judicial é rápido neste país, a condenar ou a absolver", basta pensar um pouco, e se não tivermos memória curta, chegaremos à conclusão que nos Estados Unidos, com decisão acertada ou não, o caso Michael Jackson foi despoletado muito depois do caso "Casa Pia", e, mal ou bem, uma decisão foi tomada, enquanto por cá o estado ainda se arrisca a indemnizar os herdeiros de algum dos réus, tal a morosidade do sistema judicial português. Felizmente que Portugal é um país em que seja qual fôr o caso a culpa morre sempre solteira, pois caso contrário não existiriam neste país Euros suficientes para indemnizar os cidadãos vítimas da ineficiência dos serviços estatais!