25/05/2007

Função pública

-Afinal ao que parece o governo prepara-se para recuar no congelamento das carreiras da função pública, pela primeira vez o governo cede aos protestos da opinião pública, será o princípio do fim do autismo e da arrogância, ou uma mera conjuntura táctica que não pode ser dissociada da aposta elevada do governo e do P.S. nas eleições próximas para a câmara municipal de Lisboa, pois António Costa não pode obter um resultado menos bom, qualquer coisa que não seja uma vitória perto da maioria, deixará marcas profundas no P.S. e no governo, que verá a sua margem de manobra sériamente comprometida para o que resta da legislatura, e muitas serão as vozes contestatárias de todas as reformas a que o governo se propõe. Quanto ao assunto administração pública, não me parece bem que o governo opte pela via mais simples que é deixar tudo na mesma, seria preferível descongelar os salários, afinal os trabalhadores do estado como qualquer cidadão sofrem na pele os efeitos da inflação, mas já o mesmo não digo quanto às carreiras, progredir por letras e antiguidade, é premiar e pactuar com a inércia e incompetência, pelo contrário há é que premiar o mérito e o desempenho como acontece em qualquer empresa privada, mas conhecendo nós todos Portugal, e o apetite das máquinas partidárias para ocuparem o aparelho do estado, as regras de avaliação e desempenho teriam de ser suficientemente claras, porque pior ainda que promover por letras e antiguidade, seria promover ou premiar em função de ter cartão de militante deste ou daquele partido, ou por se ser amigo ou familiar dum qualquer director ou chefe de secção. Mais uma vez, reforma adiada, é o que se adivinha, afinal o governo angariou expectativas, mas não distribuirá mais do que desilusão e continuidade do que têm sido as más prácticas e vicissitudes portuguesas.

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