-Ainda recentemente Portugal foi a votos para referendar a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, pessoalmente votei não, e hoje voltaria a fazê-lo, não por qualquer moralismo fundamentalista, ou qualquer dogma, mas porque entendo que as casas não se começam a construir pelo telhado, e sobrecarregar mais o serviço nacional de saúde, que já funciona tão mal não seria a melhor opção. O recente estudo da DECO sobre a acessibilidade das jovens às consultas de planeamento veio confirmar o meu pensamento sobre este assunto, para evitar o aborto, e nisso todos estávamos de acordo, quem votou sim ou quem votou não, há que apostar sériamente na prevenção, ora se estamos a falar de jovens, que na maior parte das vezes não querem contar aos pais que já iniciaram a vida sexual, não irão a uma consulta privada, mesmo que pertençam às classes sociais mais altas, não vá o médico ter uma conversa com a mãe, também não querem ir ao médico de família pelas mesmas razões, e a única solução passaria como a lei prevê, a possibilidade de acesso a estas consultas, mesmo fora do centro de saúde da localidade a que pertencem, ora a lei esbarra na práctica, existe toda uma cultura de abuso de poder, de superioridade por parte de muitos funcionários públicos, neste caso os do ministério da saúde, em que falam alto, humilham as jovens que procuram discricção, impedem o acesso contrariando a própria lei que deveriam respeitar, e que faz o ministro? naturalmente não será o responsável desta situação, que não é de agora, mas tem a responsabilidade política de acabar com a prepotência no atendimento que os seus funcionários practicam, nomeadamente sendo ele próprio o promotor destas inspecções surpresa, em lugar de esperar que seja a DECO a fazer o seu trabalho, e não desculpabilizar os serviços, mas sim penalizando eventuais infractores à lei. Tenho a certeza de que até sai mais barato ao estado pagar uma consulta, do que uma IVG, para não falar na saúde da mulher, e eventuais consequências futuras. Neste caso, aponto o dedo não aos médicos, a quem as jovens nem sequer conseguem aceder, mas a toda uma práctica instalada nos mais diversos serviços públicos, que de púbicos têm pouco, e que cabe ao governo terminar com ela duma vez por toda, inserida num contexto mais vasto, que é o da reforma da administração pública, como já tenho afirmado, premiando o mérito e não o carreirismo e o compadrio, pois como o estudo também demonstrou, embora em minoria, existem serviços, logo funcionários que cumprem, e são esses que devem ser avaliados positivamente. Definitivamente sou mesmo adepto da velha máxima, menos estado, melhor estado!
31/05/2007
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