19/05/2007

Anulação da data marcada para eleições

-Felizmente que ainda vivemos num estado de direito, onde as regras da democracia tantas vezes atropeladas, uma entidade a quem um pequeno partido recorreu, mais uma cidadã indepentente, que não têm ao seu dispôr as máquinas partidárias poderosas do sistema, essa entidade faz guardar e respeitar as nossas leis, desta república ( quase, mas ainda não das bananas ), e desautorizou a data marcada pela governadora cívil ( nomeada pelo P.S. ), que sob o pretexto de resolver a crise rapidamente, tentou evitar que o engº Carmona Rodrigues e a arq. Helena Roseta apresentassem as suas candidaturas, dificultando em simultâneo os pequenos partidos, o que beneficiaria os partidos do sistema P.S. ( provável vencedor ) e P.S.D. ( talvez minimizasse a derrota ). De quem têm medo? Que Carmona conte as trapalhadas em que o envolveram? Sim, porque a gigantesca máquina do P.S.D. Lisboa colocou os seus boys em pontos chave da governação, e em lugares de destaque nas empresas municipais, Carmona não teve coragem nem peso político para afrontar o aparelho do P.S.D. ou demitir-se a tempo de não se ver envolvido num barco a afundar-se, mas não foi ele que o afundou, e o P.S. porque não quer que esta situação se saiba? Simples, porque tem em lista de espera titulares dum cartão rosa, para substituir os anteriores titulares dum cartão laranja, e vier a lume toda uma teia de corrupções e interesses instalados, talvez não os consiga colocar, e Helena Roseta, para além de ter hipóteses de vir a ser eleita vereadora, pode não pactuar com a máquina do P.S. Lisboa, tão nefasta quanto a do P.S.D. Felizmente as eleições são apenas a 15 de Julho, e até lá pode ser que os Lisboetas melhor esclarecidos não dêm maioria a António Costa, e se tal acontecer, obrigarem-no a negociar á esquerda ou à direita, pouco importa, as melhores propostas para Lisboa.
-Tudo isto entronca na necessidade de reforma do sistema político, que como, e não é a primeira vez que o digo, está, a votarmos em listas partidárias num bloco, permite que os partidos sejam donos dos lugares, como por ex. agora o P.S.D. pegou num vereador eleito em Setúbal, transferindo-o para Lisboa, para não falar no P.C.P. sempre armado em santo a críticar os outros, que dizer do afastamento de alguns dos seus deputados, e do presidente da C.M.Setúbal, substituido por uma sra que os setubalenses não elegeram, e que terá tanta legitimidade para ocupar o cargo, quanto teria o P.S.D., se tivesse indigitado Marina Ferreira como presidente da cãmara municipal de Lisboa, mas na política aplica-se um velho ditado faz o que te digo não faças o que eu faço. Só quando passarmos a eleger directamente pessoas ( podem se apoiadas pelos partidos, nomeadas ou independentes, não importa ), é que o sistema irá mudar, pois aí os eleitos inevitavelmente ficarão mais perto dos eleitores, e ganharão uma independência e uma legitimidade própria, que logicamente não interessa aos directórios partidários, dos partidos maioritários.

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