13/05/2007

Ensino em Portugal

-O recente caso da universidade independente merece ser analisado por outros ângulos que não tenho visto abordados, esquecendo a licenciatura do engº José Sócrates, ou quem tem razão e é ou não reitor. Em Portugal é comum as classes sociais mais altas procuram educar os filhos em colégios particulares quase desde o berço, até ao secundário, e depois passam-nos para o ensino público, em muitos países desenvolvidos passa-se não digo exactamente o contrário, mas procuram-se as mais prestigiadas universidades, que são privadas, e nunca deixaram de atrair os génios da história mundial, alguns só as puderam frequentar através de bolsas de estudo. Exemplos, Princeton, Harvard, MIT, Oxford, Cambridge entre muitas outras, são instituições prestigiadas, e por cá? à excepção da universidade católica, alguma instituição de ensino superior ( particular ), merece credibilidade? E o ensino público pré-escolar em Portugal? Tem uma rede que cobre o país de forma eficaz? O ensino primário e secundário com todo o facilitismo e falta de exigência, em que se passam alunos de ano sem estarem minimamente preparados, a falta de exames que avaliem o bom desempenho dos alunos, a falta de autoridade que os professores têm sobre os alunos, pois o estado encarregou-se de ir tirando aos poucos aos professores essa mesma autoridade, e não só, a desmotivação patente pelos critérios das colocações dos docentes, a falta de verbas com que as escolas têm de funcionar, a falta de materiais ou a sua escassa existência como computadores, bibliotecas, etc, a falta de avaliação do desempenho dos professores, é que se de facto existem professores muito bons, eu tive alguns nos meus tempos de estudante, também existem alguns que só estão na carreira docente para terem um emprego para a vida, mais ou menos bem remunerado, não são os novos, mas alguns que estão cómodamente instalados, e trabalharem melhor ou pior vai dar ao mesmo, é deixar correr o tempo para se subir de escalão, ou então outros a quem acontece o mesmo só têm outra postura, porque possuem brio profissional, são de facto bons. Este país necessita urgentemente de reformar todo o sistema de ensino, não numa lógica economicista, pois quem não investe na educação não poderá colher sucesso e desenvolvimento no futuro, mas também não numa lógica sindical corporativa, tentando dar emprego e preservando direitos adquiridos. Faça-se um estudo sério, se não tivermos no estado quem seja capaz de o fazer contrate-se nacional ou internacionalmente quem seja capaz de elaborar esse mesmo estudo, corrigindo os defeitos, aproveitando as virtudes, e então avance-se para uma reforma, começando a construir a casa pelos alicerces, e não tomando medidas mais ou menos avulsas, que tapam um buraco, destapam dois e não levam Portugal a lado nenhum. E não é só no ensino que Portugal vai mal.

1 comentário:

José Carrancudo disse...

O País está em crise educativa generalizada, resultado das políticas governamentais dos últimos 20 anos, que empreenderam experiências pedagógicas malparadas na nossa Escola. Com efeito, 80% dos nossos alunos abandonam a Escola ou recebem notas negativas nos Exames Nacionais de Português e Matemática. Disto, os culpados são os educadores oficiosos que promoveram políticas educativas desastrosas, e não os alunos e professores. Os problemas da Educação não se prendem com os conteúdos programáticos ou com o desempenho dos professores, mas sim com as bases metódicas cientificamente inválidas.

Ora, devemos olhar para o nosso Ensino na sua íntegra, e não apenas para assuntos pontuais, para podermos perceber o que se passa. Os problemas começam logo no ensino primário, e é por ai que devemos começar a reconstruir a nossa Escola. Recomendamos vivamente a nossa análise, que identifica as principais razões da crise educativa e indica o caminho de saída. Em poucas palavras, é necessário fazer duas coisas: repor o método fonético no ensino de leitura e repor os exercícios de desenvolvimento da memória nos currículos de todas as disciplinas escolares. Resolvidos os problemas metódicos, muitos dos outros, com o tempo, desaparecerão. No seu estado corrente, o Ensino apenas reproduz a Ignorância, numa escala alargada.

Devemos todos exigir uma acção urgente e empenhada do Governo, para salvar o pouco que ainda pode ser salvo.