-Ao governo só faltava mais esta, não lhe chegando estar a receber críticas dos mais diversos quadrantes, agora é a conferência episcopal reunida em Fátima, que apesar de ter audiência marcada com o primeiro ministro na próxima 5ªfeira, vai já criticando a falta de cultura do governo em relação ás atitudes para com a Igreja Católica, para além de colocar a mesma ao abrigo da lei de liberdade religiosa, em lugar de transpôr para a legislação um artigo da concordata, que exclui de efeitos práticos a Igreja Católica, da referida lei. Manifestam ainda os Bispos, uma preocupação pelo crescendo de prácticas laicas na sociedade. Vamos por partes, em relação à concordata, é um tratado celebrado entre dois estados, Portugal e o Vaticano, presume-se que de boa fé, doutra forma não faz sentido que dois estados celebrem um tratado, logo se Portugal o assinou, deve cumpri-lo, quanto a isso dúvidas não podem existir, já em relação ao crescente laicismo na sociedade, a questão é muito mais complexa, pois se o estado deve ser laico por princípio, e todas as confissões religiosas deverem usar liberdade de práctica de culto, para além de serem consideradas iguais perante a lei, principios genéricos com os quais penso que a maioria concorde, uma questão é a igualdade de direitos, outra completamente diferente é a igualdade de representação, pois não se pode considerar no mesmo plano por ex. a Igreja Católica, pelo nº de practicantes, pela sua história a uma confissão que embora tenha a mesma liberdade de práctica, além de igual legitimidade de existência, não tem a obra, o peso e o nº de fiéis dque tem a Igreja Católica, poderá vir a ter, ninguém contesta, mas no presente não tem, logo não poderá estar no plano de representação, como aliás não estão os próprios partidos, sindicatos e demais organizações, que são avaliadas pelo nº de pessoas que representam, sejam eleitores, sócios, membros, o que fôr. Também não deve o estado ignorar o papel da Igreja Católica ao nível da solidariedade social, colmatando ela, as falhas do próprio estado sob as mais diversas formas de apoio, por isso tem a Igreja Católica toda a legitimidade para exigir do estado, não um tratamento de favor, mas o respeito como forma de retribuição dos serviços prestados à sociedade, entenda-se estado. Claro que tudo isto também não confere à Igreja Católica o lugar que tinha no protocolo de estado, onde aparecia à frente dos ex presidentes da República, aí justifica-se uma reordenação, e se pretenderem, por considerarem o estado laico, podem incluir outras confissões religiosas no protocolo, desde que representem um número mínimo de fiéis, não se vai lá colocar o pastor dum bairro, que por muito respeito que me mereça, não representa mais do que uma centenas de devotos, mas como nunca devem esquecer a capacidade representativa, a Igreja Católica venha em que lugar vier no protocolo, virá sempre à frente das demais confissões religiosas.
n.r. sinto-me tão mais à vontade para escrever estas linhas, uma vez que não sou Católico practicante no presente, e pese as divergências que tenho com alguns dogmas da Santa Sé, tal não significa, e nunca poderá significar ignorância face ao nº de fieis e à tradição católica de Portugal. Parece que há quem se esqueça deste "pequeno pormenor"!
10/07/2007
Conferência Episcopal critica governo
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