-O espaço político à direita do PS já viveu melhores dias, é inquestionável, o PSD não consegue arrumar a casa e encontrar um rumo, pelos indicadores não se vislumbram alternativas crediveis à liderança de Marques Mendes, nem tão pouco as menos credíveis, correndo Marques Mendes o risco de ir a votos com adversário(s) de 5ª divisão, o que é o pior facto que poderia acontecer ao PSD e a este espaço político, pois sem adversários Marques Mendes não ganhará legitimidade interna, os seus detractores continuarão a aparecer na comunicação social numa estratégia de desgaste à liderança, qual guerra de guerrilha, e Marques Mendes não consegue colher a mobilização das bases nem a simpatia e acima de tudo a credibilidade dos portugueses. Faria melhor Marques Mendes, a bem do PSD não ir a votos, se fizer uma análise séria verá que por muita competência que tenha, não duvido, a sua imagem não passa, se não for a votos obriga à mobilização das figuras de 1ª linha do partido, se continuar, ganhará esmagadoramente se não tiver adversários á altura, mas perderá o país inevitavelmente condenando os portugueses a quase uma década de poder socialista. Mas também não está fácil a vida pelo largo do Caldas, Paulo Portas cometeu um erro de cálculo, é que os portugueses apreciam muito a figura do coitadinho, não é simpático apelidar ninguém de tal mas Ribeiro e Castro vitimizou-se, eventualmente com razão, não teve vida fácil no seio do grupo parlamentar, para muitas pessoas o retorno de Paulo Portas foi uma traição, julgo não ter sido essa obviamente a intenção de Paulo Portas, mas das duas uma, ou não previu a queda do executivo camarário, preparado atempadamente o embate eleitoral, ou viu na fragmentação do PSD, não poderia prever no momento em que arrancou para a liderança o efeito Carmona, mas o PSD já estava enfermo, em Lisboa e na liderança nacional, uma janela de oportunidade que terá tentado cqapitalizar em crescimento eleitoral em Lisboa, qualquer que tenha sido o seu ponto de vista, jogou alto, empenhou no acto eleitoral Telmo Correia, Luis Nobre Guedes e Teresa Caeiro, afirmou que cada voto no PP era um voto contra o governo, o que daria razões ao PS para festejar ainda mais a vitória, não se tivesse dado o caso da abstenção ter sido tão expressiva, e o resultado de A.Costa digam agora os socialistas o que bem quiserem, ter ficado aquém do que esperavam. Agora Paulo Portas está perante uma encruzilhada, se sai da liderança novamente não terá futuro em termos de liderança partidária, não digo que fica sem futuro político porque Paulo Portas consegue reinventar-se a si próprio, possui inegavelmente uma inteligência superior à maioria dos actores políticos portugueses, o que não quer dizer que não erre obviamente, ou ficará na liderança mas face ao resultado do partido no passado Domingo, dificilmente conseguirá atrair causas e quadros, que consigam marcar a agenda política nos próximos tempos, se o PS já practicamente não sentia a oposição do PSD, esvaziado o PP, ficarão os socialistas sem oposição á direita, sentindo-se mais livres para ocupar o chamado espaço de bloco central, até porque a oposição que têm vem da esquerda, do BE que procura sempre causas radicais e populistas, e a CDU conta nestas alturas sempre com a preciosa ajuda da CGTP e sindicatos amigos que permitem alguma poupança em termos de desgaste de imagem à liderança comunista. Voltando à direita, esta foi claramente uma oportunidade perdida para Manuel Monteiro e a Nova Democracia, se Monteiro permanece desgasta-se para lá do razoável, se sai desaparece o partido, mas talvez esta seja a opção mais inteligente a tomar por Manuel Monteiro, não desaparecendo ele da cena política, porque poderá até numa próxima oportunidade, principalmente se já não tiver partido candidatar-se a uma autarquia de média dimensão como independente, e ressurgir ele próprio a partir daí! Fala-se no lançamento dum novo partido no espaço político á direita do PSD, seria bom que houvesse sobretudo não o nascimento dum novo partido, que poderá não passar de mais do mesmo, e sim que existisse uma refundação da direita portuguesa, sobretudo que consiga encontrar novas ideias, propostas de governação alternativas, em lugar de aparecerem sempre as mesmas figuras quando se acendem os holofotes, para desaparecerem logo de seguida. Não sopram favoravelmente os ventos neste espaço político, mas também é hora se procurar o rumo e encontrar o timoneiro que poderá levar Portugal a bom porto, caso contrário continuaremos a navegar sob bandeira socialista, e a afundarmo-nos cada vez mais no mundo!
19/07/2007
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2 comentários:
Meu Caro,
Apesar da lúcida análise que fez, acho que há sempre espaço para a direita... e não é preciso reinvenções ou mesmo refundações, no caso do CDS basta voltar a falar para as bases/votantes e não os defraudar... essa é sempre a dificuldade dos pequenos partidos, têm de ser sérios e honestos nas propostas porque quando chegam ao Governo as pessoas esperam mais deles... Quanto é que aposta que, se o BE chegasse algum dia ao governo, nas eleições seguintes não teria nem um voto?
bom fim de semana
-Quando falo em refundação não estou a apelar a que a mesma se faça fora dos partidos, mas antes que ela parta do seu interior, agora sobretudo que se pare de discutir lideranças, e sobretudo se discutam programas, e aí então ficamos de acordo, chegar com propostas concretas e alternativas à governação socialista, e não falar sem nada dizer só para aparecer debaixo de holofotes.
Aplica-se isto quer a PSD quer a CDS-PP, pelo menos no presente.
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