15/07/2007

Sistema vídeo-vigilância em risco!

-Apesar da tentação de comentar o assunto do dia, as eleições na C.M.L., ou as declarações de José Saramago, esse grande visionário português, a defender a unficação Ibérica, hoje não quero falar de política, vou antes analisar uma curiosa e insólita situação no combate aos incêndios neste país, nomeadamente no distrito de Santarém, que tem sofrido ano após ano os efeitos deste flagelo que são os incêndios florestais. Há uns anos, julgo que em 2005, foi oferecido ás autoridades portuguesas um sistema de video-vigilância no valor de 300.000 Euro, que o estado não pagou, foi instalado em Medroa perto de Castelo de Bode, operado pelo INOV (instituto de novas tecnologias), num terreno que custa 100 Euro mês, e que cobre uma vigilância de 200.000 hectares. Ora o insólito da situação reside no facto do INOV não querer ou não poder pagar os 100 Euro mês, e a Autoridade Nacional de Proteção Cívil só ter tomado conhecimento do problema na passada semana, a fazer fé numa notícia da Lusa, não tendo o Ministério da Administração Interna ainda tomado posição sobre este assunto. Talvez 100 Euro mês não seja propriamente uma verba capaz de tirar o sono a um ministro, mas que reina a confusão neste ministério não existe a mínima dúvida, não sei calcular o valor de 200000 hectares de área, mas imagino que será infindavelmente superior a 100 Euro mês, e o ministério esteja à espera da catástrofe para depois como de costume colocar as trancas na porta. Este caso é apenas um paradigma da atenção com que as autoridades políticas neste país olham para a prevenção, no que quer que seja cá pelo burgo o lema é sempre remedeia-se depois para quê prevenir? e o recurso às novas tecnologias só é utilizado quando vai um ministro, ou até o primeiro ministro debaixo dos holofotes inaugurar um equipamento, aí dizem que é o choque tecnológico, o investimento no desenvolvimento, blá, blá, blá, depois não se sabe quem paga uns míseros 100 Euro mês, o funcionamento dos equipamentos no dia a dia não é notícia, e palpito que este não seja caso único, devem existir mais casos destes por este país fora.

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