20/07/2007

PSD presente, e futuro?

-O momento que atravessa o PSD atinge não só este partido, como é um bom exemplo da enfermidade que atravessa os partidos democráticos portugueses. Numa semana Marques Mendes anuncia a convocação de directas, Meneses quer avançar mas hesita, Ferreira Leite e Morais Sarmento não querem, Aguiar Branco quer mas não reune apoios, Santana Lopes avalia e vê que não é o seu tempo, Rui Rio demarca-se refugiando-se na C.M.Porto, mas ainda não vi quem quer que seja, liderança incluida, apresentar uma ideia alternativa à governação do engº Sócrates. Quem anunciou candidatura foi para além de Marques Mendes, um militante, Castanheira Neves, que com o devido respeito não joga na mesma divisão dos nomes que acima citei, espero bem como escrevi ontem que as directas não se realizem apenas entre os 2, seria o pior que poderia acontecer ao PSD, ao próprio Marques Mendes que quer ganhar em directas para se legitimar, se ninguém for à liça continuará o clima de guerra de guerrilha, com franco atiradores surgidos de todas as direcções. Se Marques Mendes e a actual liderança do partido querem efectivamente legitimar-se, não se podem refugiar atrás dos estatutos, terão que promover um processo eleitoral justo, que possibilite aos seus detractores concorrerem, obrigando-os mesmo a fazê-lo, só assim a situação se poderá clarificar, e um processo eleitoral justo não será agendar as eleições para final de Agosto, princípio de Setembro, é bom não esquecer que Agosto é um mês perdido nestas matérias, um processo eleitoral justo poderá não necessitar de fiscalizações externas, mas terão que ser fornecidos a todos candidatos em pé de igualdade a lista de militantes, e possibilitar que todos que à data da eleição com as quotas em dia possam exercer o sua opção, não devendo em caso algum a liderança cair na tentação de jogar tacticamente para se precaver de qualquer surpresa, garantindo vitória antecipada, porque correrão o risco de irem a votos sózinhos, e isso será o pior que lhes poderia acontecer, ganharão o partido, não o pacificarão nem conseguirão credibilidade junto dos portugueses, aliás o principal para que o PSD se possa constituir em alternativa de governo. Se tal não acontecer, veremos todos os notáveis do partido apostarem apenas nas autárquicas, em benefício próprio, eventualmente o PSD garantirá vitórias em autarquias importantes, e após as legislativas teremos mais do mesmo, ou seja Marques Mendes voltar a demitir-se, aí será de vez, e logo se verá... É bom que tenham aprendido algo com o mau exemplo de Lisboa, nomeadamente como os jogos tácticos internos levam a uma autêntica terra queimada, tudo quiseram, tudo perderam...

1 comentário:

João Melo disse...

gostei e irei passando por esta opinião.abraço antónio!