-A 11 de Setembro de 2001, fanáticos cobardes utilizaram a mais terrível das armas contra a civilização, o terrorismo, assassinando milhares de pessoas inocentes. Em memória de todos os que perderam a vida naquele dia infame, a civilização continuou a viver, a maior derrota que se pode inflingir á barbárie. Mas nunca poderemos esquecer nem perdoar aos animais que idealizam tais horrores e continuam a proferir ameaças.
11/09/2007
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8 comentários:
Em memória das vítimas Chilenas. E olhe que lá não foram só comunistas que morreram. Por isso esteja à vontade.
Ou foram "danos inevitáveis" da luta pela liberdade de mercado? Não tem vergonha desses mortos?
-Caro Robespierre, as vítimas Chilenas não me tocaram tanto, não por terem importância menor, mas porque em 1973 eu tinha 8 anos, logo não vivi o drama com outras pessoas mais velhas que eu, apesar de à época vivermos em ditadura as notícias passavam, mas isso sei-o hoje, logo as vítimas chilenas são para mim um facto histórico, como as do nazismo, comunismo, inquisição, e se continuasse ainda iria dar ao império romano. As de Nova Iorque tocaram-me mais, como as de Madrid ou Londres, porque poderia ser eu, desculpe o egoismo, mas poderia ser qualquer um de nós que ali estivesse de passagem, como amanhã poderá acontecer um acto bárbaro numa qualquer cidade Portuguesa. Sou de facto pela liberdade de mercado, mas as minhas lutas são políticas, não concebo atentados contra populações.
Caro António de Almeida, o seu argumento quanto à questão das vítimas é aceitável. No entanto cai por terra quando, em posts anteriores, "homenageou" as vítimas de regimes que se reclamavam do Socialismo. Aliás, refere-o inclusive no comentário acima como um facto histórico e, como tal, não vale a pena a menção.
É um facto que qualquer um de nós, em Portugal, poderia ser vítima de um ataque terrorista de fanáticos religiosos. Quanto a isso não posso fazer nada e o melhor mesmo é queixar-se ao Durão Barroso, ao jorge Sampaio e ao Ministro da Defesa (e do Mar) de então. Esse mesmo. Afinal foram eles, e não nós, que meteram Portugal na Cruzada anti-árabe.
Por último e analisando a História recente, estabeleço um claro paralelismo entre o fascismo Chileno, outros atentados contra populações e a "liberdade de mercado". De resto, toda a América do Sul e particularmente o Chile foram, de certa maneira, o laboratório experimental deste sistema económico imposto (e nunca questionado) aos povos. Daí acabo por perceber um pouco melhor a sua reserva em relação às vítimas. Afinal, as vítimas dos outros são sempre melhores vítimas que as nossas.
-Caro Robespierre, por muito que lhe custe acreditar, simpatizo com a religião Islâmica e com o estabelecimento dum estado Palestiniano. Tenciono escrever um post sobre o assunto, mas tem-me faltado oportunidade, mas não confundo religião Islâmica com fundamentalismo, ou pior terrorismo, porque nada têm a ver. Quanto ao começo, foram os Estados Unidos os atacados, e não o Afeganistão, o Iraque nada tem a ver, quanto á América Latina, não simpatizei com o regime Chileno, conheço do ponto de vista histórico o seu aparecimento, mas já com opinião política formada ele ainda se mantinha, entretanto felizmente caiu, assim como o Brasileiro, onde apoiei Tancredo Neves, também apoiei Collor de Melo que se veio a revelar uma desilusão, também já cairam os regimes Argentino, Peruano entre outros, infelizmente a Bolívia, Venezuela caminham em direcção a Cuba, que conheço, e não é propriamente uma democracia, ao contrário dos EUA, apesar de G.W.Bush, que vai embora só deixando saudades nos humoristas, Castro, e agora Chavez que dizer de alguém que se propõe ser presidente vitalício? A democracia pode não ser perfeita, a economia de mercado pode gerar algumas injustiças, mas sinceramente não conheço em todo o globo terrestre melhor sistema, não falemos de utopias, porque essas não existem!
Acredito na sua simpatia pela religião islâmica e digo-lhe que tem mais que eu, que não a tenho por religião nenhuma.
Já fui mais adepto de um estado Palestiniano do que sou hoje. Não porque deixe de acreditar na causa mas se é para ser um regime religioso, mais vale não existir. Tal como o Tibete.
Esqueceu-se de referir o Equador no "eixo do mal" da América do Sul. Atenção a uma coisa caro António de Almeida: Chávez propõe o fim do limite de mandatos. Ou seja, ele só será Presidente enquanto o povo venezuelano o quiser lá. E vai referendar essa proposta. É isto que custa aos neo-liberais. Ele foi lá posto pelo povo e depois "reposto". E pelo meio ainda resistiu a um golpe pró-americano. Já agora, lembra-se da forma como o Bush ganhou as eleições ao Al-Gore? Não me parece que os americanos do norte possam dar lições de democracia aos do sul.
A Bolívia passa-me ao lado mas tenho alguma espernça que possa melhorar as condições de vida dos índios e trabalhadores rurais. Pelo menos uribe já afronta ferozmente os narcotraficantes ao nacionalizar os campos de coca.
O Equador é um esperar para ver.
Cuba não é propriamente uma democracia da maneira que nós por cá a temos, é certo. Mas tem menos prisioneiros políticos e menos atentados aos direitos humanos que muitas democracias "parceiras" de Portugal. Além de não ter miséria ou sobre-endividamentos compulsivos, como acontece em Portugal.
Para terminar, a economia de mercado não gera injustiça nenhuma. A economia de mercado é a causa e o efeito das injustiças e da miséria global.
De momento, melhor sistema vem-me à ideia o Venezuelano, no qual deposito grandes esperanças. Cuba é um esperar para ver depois da morte de Fidel. Mas Raul Castro está entrar por caminhos que não me agradam.
Houve outros sistemas interessantes no ultimo século: Jugoslávia ou o Chile Allendista. De certa forma a URSS, pelo avanço que deu ao povo russo em 20 anos, galgando 300 anos de evolução.
Os sistemas centralizados podem não ter corrido bem mas acredito que, tendo aprendido com esses erros do passado, num futuro próximo possa voltar a haver países de economias planeadas e Estados protectores. Mas claro, sem foices e martelos, Stalin's ou Mao's em tudo quanto é parede.
-Estes diálogos estão cada vez mais interessantes, até demais para simples comentários, mas aqui vamos, em relação ao EUA é um caso invulgar, as leis para se cumprirem, em qualquer parte do mundo, mesmo que o resultado não nos agrade, considero os EUA o país mais democrático do planeta com uma excepção, mas primeiro a regra, todos os representantes do povo, incluindo os procuradores do sistema judicial são eleitos, e ninguém poderá dizer que a justiça não é independente, os governadores, autarcas, senadores, congressistas são todos eleitos nominalmente, o que os aproxima dos seu eleitores, por ex. tendo os democratas, mas com os republicanos seria igual, maioria no congresso, não é líquido que uma iniciativa da sua bancada seja votada favoravelmente, por lá disciplina partidária é coisa que não existe, mas num país enorme a divisão esquerda-direita, ou rep.-dem, por vezes não funciona, alguém se espantaria de ver um democrata da Virgínia ou do Texas com propostas mais conservadoras que um republicano de Massachussets ou New York? É que para assegurar a reeleição há que agradar mais aos eleitores, ao povo, que ao directório, se preferir cartel, partidário. Vamos á excepção, por sinal aberrante de facto, o presidente não ser eleito por sufrágio universal. A história justifica-se com o facto de nos tempos dos Indios e da conquista do Oeste, não ser possível assegurar que os votos seriam contados, daí a criação dum colégio eleitoral ser mais justo, bem na época a Europa por onde andava? só que realmente já tiveram mais que tempo para alterar a lei, a questão nunca se colocou ao longo dos tempos quem tinha mais votos ganhou sempre, até 2000, teria de existir uma primeira vez, mas agora ainda não se conseguiram colocar de acordo, e nada garante que não sejam os democratas a vencer com menor número de votos, numas eleições disputadas continua a ser possível. P.S. O sistema judicial por lá é tão independente que seria impossível alguém sair do Supremo para entrar no governo, como por cá Rui Pereira. Voltarei aos outros temas proximamente.
Folgo em saber que o senhor antónio de almeida tem um conhecimento profundo do sistema eleitoral estado-unidense. No entanto, e depois de o analisar, comparo-o com o Cubano (essa ditadura terrível e sanguinária, perigo iminente para a civilização) e chego à conclusão que é o mesmo. Com as devidas excepções, mas em linhas gerais está tudo lá. Repare:
eleição directa de todos os representantes do povo desde a base (Comités de Bairro) ao topo (Assembleia Nacional). Eleição dos procuradores judiciários em cada cidade. O mesmo acontece nas aldeias. Em Cuba são também referendadas as adendas à Constituição, desde que a Assembleia Nacional aprove o que referendo, o que tem acontecido várias vezes.
Em Cuba não há mais Partidos legais mas os opositores ao regime são livres de apresentar os seus candidatos. Não fazem é "listas", com base numa proposta de lei apresentada por eles e aprovada na A.N.. Aliás, a Assembleia tem aprovado várias propostas da oposição.
Em Cuba não se elege o Presidente nem o Conselho da Revolução, que são designados pelo Comité Central do Partido Comunista Cubano, que por sua vez é também um órgão representativo do povo cubano, já que os delegados ao Congresso são eleitos entre todas as células nacionais do PCC e são eles que elegem o Comité Central. É o centralismo democrático.
Não quero com isto dizer que o EUA sejam um regime totalitário mas quero dar-lhe a entender que Cuba tem mais de democrático do que o que se pinta.
Não há órgãos de comunicação social privados em Cuba? Naturalmente. Um regime Socialista não defende a iniciativa privada, embora em Cuba até a haja.
Os opositores são silenciados? Sim, não podem fazer comicios ou campanhas públicas mas têm todo o direito a apresentar as suas propostas aos vários órgãos de poder. E mais, está, como sempre esteve, salvaguardada a sua liberdade e estão a salvo de qualquer represálias. Têm ficha na DGI? Claro, mas quantos de nós não a teremos no SIS?
Há prisioneiros políticos em Cuba? Sim, há 2 detidos por delitos de opinião em fase de julgamento. Todos os outros supostos "presos políticos" são autores de actos terroristas. De resto, os relatórios da ONU e de várias ONG's têm sido esclarecedores nesse sentido, colocando Cuba nesta matéria (tão bem como na dos direitos humanos) vários lugares acima dos EUA.
Já visitei Cuba (assim como a BieloRússia) e tomei conhecimento do que se passa lá. Contactei com opositores ao regime e com ex-presos políticos. Em todos eles havia uma ideia que me foi transmitida por um deles, já mais veho e que era mais ou menos isto: "Não gosto do Comunismo e nunca quis ver Cuba vendida à Russia. Fui preso e sofri por isso. Mas agora oponho-me novamente aos que querem vender a minha pátria aos gringos. Máfia por Máfia, antes a DGI."
-A semelhança do sistema político cubano decorre do resultado da guerra Hispano-americana, no centro de Havana, já lá estive por duas vezes, existe um monumento de homenagem aos Estados Unidos, em forma de agradecimento na ajuda que obtiveram na luta pela independência. De resto também não será inocente que Cuba tenha por exemplo grandes tradições no Basebal, e seja um completo desastre a jogar futebol. A concepção de espectaculos musicais também está muito próxima por exemplo, algo bem demonstrado em Buena Vista Social Club de Wim Wenders. É que até 1959 Cuba cresceu lado a lado com os EUA e após a revolução a simples existência da numerosa colónia de Miami, que não deixa as raízes cubanas morrerem, considerações à parte, o facto de muitas famílias terem membros dos dois lados, faz com que os laços jamais possam ser cortados. Mas já existe máfia em Cuba, discreta, mas eficaz, o poder político está corrompido a nível local, vou apontar-lhe uns exemplos que ocorreram comigo, e deixo-lhe o julgamento que entender: -1º episódio, convidei uma guia turistica a ir com um grupo de portugueses a uma discoteca em Varadero, a polícia altamente eficaz, detectou uma cubana no taxi, mandou-nos parar, ela identificou-se e seguimos sem mais, pois ela tinha um cartão de funcionária que lhe permitia deslocar-se à vontade, tendo-nos explicado que nos haviam mandado parar para controlar eventual prostituição que não era permitida embora existisse. 2º Na discoteca, perfeitamente normal para os nossos padrões, prostituição era muita, nalguns casos crianças que não deveriam ter mais de 15 anos, mas polícia nem vê-la. 3ºO empregado de mesa "ofereceu-me" desconto se eu quisesse abrir uma garrafa de Havana Club sem ninguém perceber, fiquei espantado quando o vi entrar no bar, tirar uma garrafa "sem o barman" ver, e servir sem a colocar na mesa, andava sempre com ela. 4º A polícia tão eficaz a ver taxis não descobriu um autocarro de 50 lugares que foi ao hotel buscar turistas para comerem lagosta a metade do preço practicado no restaurante do hotel, levando-nos para um bairro onde numa espécie de esplanada numa vivenda, nos serviram tudo do bom e do melhor, sem que a polícia aparecesse, e no final ainda me ofereceram um "puro" montecristo nº 5. 5º Em Havana, por indicação dum guia fui falar com um cubano que estava sentado próximo duma loja governamental para comprar charutos, não estou a falar dos falsos que se vendem na rua, estou a falar de roubados mas verdadeiros, fui com mais uns quantos a casa dele, ia com algum receio mas depressa fiquei tranquilo, ele cumprimentou uns polícias que cruzaramos, e já em casa tinha charutos a dois preços, para consumo imediato, ou para trazermos, neste último caso acrescia 5 dolares porque ele tinha de colar os selos da alfândega, algo que em qualquer parte do mundo nunca vira, ele tinha no bolso selos da alfândega cubana. Como explicar estes exemplos sem afirmar que por lá já existe gente com dinheiro à espera da mudança de regime? Claro que não vão querer a "concorrência" doutros "bons rapazes" de little Havana. Mas a ligação existe, até porque os EUA não dão cidadania norte-americana aos refugiados, e sim o de refugiados políticos, para lá disso o bloqueio é uma treta que dá jeito a ambos, permite ao regime cubano vitimizar-se, e aos EUA afirmarem uma posição de força, mas bebe-se Coca-Cola, compra-se tudo desde que exista dinheiro, via México, Canadá, e outros países da zona chega lá tudo, na av principal de Havana, a junto ao mar, existe um escritório de interesses, leia-se negócios, norte-americanos, uma embaixada camuflada, o Dolar circula a par do Euro, não falta nada. Já lá fui 2 vezes, acredite Robespierre, isto é rigorosamente verdade, e gosto bastante do povo e da ilha, considerações políticas à parte. Nos EUA por sinal só estive uma vez, e do ponto de vista turistico admito um dia visitar New York, de resto tenho pouco interesse!
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