29/09/2007

Sobre as eleições no PSD

-Uma boa parte do aperelho social-democrata terá acordado hoje em estado de choque, outros provavelmente sofreram insónias, já que a vitória de L.F.Menezes terá constituido uma total surpresa, com a qual certamente quase ninguém contava. Alguns com uma dose um pouco mais elevada de azedume já vieram inclusivé criticar os militantes, como se numa eleição democrática se pudessem culpabilizar votantes, quando na realidade deveriam era tentar percebê-los, sentia-se desde que tomou posse que a liderança de Marques Mendes não causava entusiasmo nas hostes, a situação agravou-se na desastrosa gestão do dossier C.M.L., e para cúmulo tentou agarrar-se a uma série de regras para estas eleições directas desde os prazos á questão das quotas, sempre a deixar transparecer uma lógica de apego ao poder, um agarrar ao lugar que terá inclusivamente levado ao agravar dos resultados obtidos. Certamente que numa decisão em congresso, como muitos já defendem, a lógica aparelhistica sobrevive, lugar aqui, lugar acoli, negociatas de bastidores, tudo é permitido, ganha-se o partido, perde-se o país, mas numas eleições directas os chamados notáveis não podem proceder como o fizeram agora, em que ninguém os notou, têm de vir a público defender as suas posições, candidatarem-se se não querem ver o partido tomar um rumo diferente daquele que pretendem. Precisamente o inverso do que agora fizeram, e pelo qual vão pagar as consequências, foram precisamente essas elites, algumas até com declarações bastante infelizes que em nada os ajudaram ou prestigiaram, os barões, que os militantes quiseram castigar, não perceber isto é assobiar para o lado como se nada tivesse acontecido.

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