Reforma do sistema político avança
-Ao ler esta notícia no DN fico com a sensação de se estar a perder uma oportunidade de reformar o sistema político, dando-lhe uma eficácia e uma credibilidade que manifestamente não tem. Desde logo nas eleições autárquicas, onde em lugar de dois actos simultâneos, câmara e assembleia municipal, poder-se-ia partir para apenas um, obviamente a assembleia, cabendo ao partido mais votado escolher o executivo camarário, mas o mesmo depender sempre da A.M. o que introduziria uma maior fiscalização aos executivos, maior dignidade ás sessões das assembleias e maior eficácia do que a actual existência de vereadores sem pelouro, um autêntico desperdício de dinheiros públicos, a nível nacional seria benéfica a criação de circulos uninominais, fazer com que cada português saiba e responsabilize o deputado que o representa, independentemente de ter votado nele ou não, o que evitaria que os deputados seguissem estritamente as orientações dos directórios partidários, pois a sua reeleição, objectivo que um político sempre persegue, dependeria menos da inclusão nas listas do partido em lugar elegível, e mais da sua acção enquanto representante dos seus eleitores e das propostas com que se apresenta ao acto eleitoral. A representatividade dos pequenos partidos poderia ser sempre salvaguardada com um circulo nacional que introduz sempre alguma correcção, para além de que afirmar pura e simplesmente que em circulos uninominais os partidos mais pequenos não têm hipóteses não é tão linear, já que se algo tem sido provado, nomeadamente em eleições autarquicas que os eleitores não ficam reféns das escolhas partidárias, tendo já eleito por diversas ocasiões políticos desavindos com os seus partidos, ou cidadãos independentes, pelo que será possível em meu entender que um bom candidato dum partido pequeno terá sempre hipoteses face a boys carreiristas de grandes partidos, de quem normalmente o eleitorado não gosta, pelo que talvez os partidos mais pequenos estejam ao protestar contra o acordo PS/PSD a dar um tiro no pé, fazendo tempestade num copo de água, em vez de procurarem contribuir para melhorar a legislação, permitindo também que independentes concorressem em eleições legislativas, mais um pormenor em que julgo poderia trazer vantagens a partidos mais pequenos. Mas julgo que com os partidos á esquerda do PS e à direita do PSD a protestar em lugar de contribuir os dois maiores partidos acabarão por criar um arranjinho que acabará por os beneficiar a ambos.
17/09/2007
PS / PSD quase de acordo.
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1 comentário:
Temos que ter algum cuidado com as falsas maiorias. Neste momento o maior partido é a abstenção. Por isso esses e outros arranjinhos muito virados para dentro e muito pouco atentos à realidade podem, no curto/médio prazo, terem efeitos perversos.
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