18/09/2007

Défice desce suportado nas receitas

Por outras palavras, á custa dos nossos impostos

-Vale a pena ler este artigo publicado no JN para se perceber os méritos da tão propagada descida do défice e melhoria da execução fiscal. Em primeiro lugar qualquer tentativa de controlar o défice orçamental, e tendencialmente reduzi-lo, só será bem sucedida do ponto de vista da estruturação da economia dum país, se sustentada numa diminuição das despesas, excepção feita ás despesas chamadas de investimento, precisamente aquelas que Portugal não tem realizado nos últimos tempos, daí que apesar da redução do défice verificada a despesa pública continua a crescer, descontrolada ou não dependendo do ponto de vista de quem analisa, a verdade é que continua a crescer. Então como se opera este milagre económico? Com aumento nas receitas, leia-se impostos, é bem verdade que se recuperou algum valor em dívida atrasada, é certo que existe um maior rigor na execução fiscal, mas qualquer economista, qualquer fiscalista percebe que as verbas cobradas não chegam sequer para cobrir o aumento da despesa pública, então o que está a acontecer? Um aumento generalizado de impostos, incidindo sobre a classe média, a qual se vê estrangulada no seu dia a dia, sem capacidade de consumo, sem possibilidade de investimento, sem conseguir realizar qualquer poupança, daí uma parte da explicação para a subida dos créditos, situação que é agravada pela tendência de subida nas taxas de juro, mas tem sido a subida de impostos, directos e indirectos a principal responsável pela situação económica dos portugueses, e a taxa de juro o bode expiatório a arcar com as responsabilidades, até porque não se encontram muitos economistas interessados em vir publicamente defendê-la, explicando que a mesma tem também um efeito positivo ao nível do controlo da inflacção, ao invés da subida de impostos onde não vejo qualquer utilidade que não seja sustentar um enorme monstro, que absorve uma grande parte da criação de riqueza do país, com tendência para aumentar, na manutenção duma administração pública cada vez mais ineficaz, ao nível da justiça, da saúde ou da educação. A relação dos portugueses com o estado está cada vez mais parecida com a Chicago dos anos 30, em vez da lei seca temos os bolsos vazios, o estado a extorquir-nos para nada obtermos em troca.

2 comentários:

SILÊNCIO CULPADO disse...

Sou uma fã deste espaço e dos comentários esclarecedores e bem fundamentados que deixa no meu.
Relativamente a esta reflexão é caso para perguntar a todos aqueles que defendem, ou têm como referência, o modelo dos países nórdicos, onde está a similitude?
Por outro lado é preocupante a pressão a que as classes desfavorecidas inclusive a (não sei se ainda existe) denominada classe média (média/média-baixa). Sente-se uma tensão social muito grande face ao agravamento das condições de vida que poderá vir a manifestar-se de forma violenta. O déficit reduz com os nossos impostos e o PIB cresce com a especulação da Bolsa. Não se cria riqueza nem postos de trabalho que compensem, pelo menos, os que anualmente se perdem. A situação só não é mais visivelmente dramática porque anualmente emigram cerca de 150.000 portugueses, que cá não conseguem arranjar emprego, e passam à reforma antecipada muitos desempregados de longa duração. Se não fosse isso...
Um abraço

JOY disse...

È por demais sabido que á anos que classe média Portuguesa aguenta este pais e não deixa que se transforme num Burkina Faso apesar de a nossa mediocre classe politica tudo faça para que isso aconteça,como a participante anterior disse e com toda a razão a nossa classe média é um expécie em vias de enxtinção e quando isso acontecer que vai ser deste pais ?

JOY