-Ontem realizou-se uma greve geral da função pública, a qual terá tido uma adesão superior á desejada e admitida pelo governo, mas inferior aos númeror apregoados pelas centrais sindicais, parece-me óbvio, e nada surpreendente. Mas, e agora? Valeu a pena realizar a greve? Que benefícios irão ser conquistados pelos dinamizadores? Que consequências serão retiradas pelo governo? Para já, apenas os utentes dos serviços públicos foram afectados, vi reportagens na televisão, com pessoas a deslocarem-se a audiências judiciais e julgamentos, depararem-se com tribunais encerrados, utentes do SNS, que após meses de espera para consulta, deslocando-se a um hospital, alguns deles reformados com uns parcos euros no bolso, viram o médico legitimamente aderir á greve, tendo gasto algum dinheiro do pouco que possuem, em vão. Um dos aspectos mais perversos da lei da greve, é a meu ver, precisamente este, se um serviço questiona um trabalhador, se vai ou não fazer greve, é ilegal, levanta-se um coro de indignação, que os trabalhadores estão a ser pressionados, mas o cidadão, esse não tem direitos, quando muitos poderiam ter evitado uma deslocação desnecessário, evitando gastar o que tanta falta lhes faz, se tivessem recebido um simples telefonema do serviço, avisando que a consulta, julgamento ou audiência não se iria realizar. Nem falo duma senhora que vi afirmar, ter dúvidas que uma operação oncológica, possa ser enquadrada como serviços mínimos, eu também não tenho dúvidas, que se fosse esta senhora sindicalista a necessitar duma operação, não, não deveria ser considerado serviço mínimo, já se fosse outra pessoa, então sim, pois como todos sabemos, um doente oncológico, apresenta um quadro clínico muito particular, onde a par do sofrimento físico, o psíquico assume igual importância. E segunda-feira? Passado que estará o fim de semana prolongado, caso o governo não ceda, voltarão estes senhores á greve? Talvez por tempo indeterminado? Se sim, têm o meu respeito, desde que assegurem serviços mínimos á população, ou voltarão a realizar lá para o início do ano uma nova jornada de protesto, com a marcação de nova greve geral? Para evitarem ser criticados por marcarem greves á sexta-feira, a próxima talvez seja, na segunda-feira de Carnaval, não? Sempre daria para aproveitar a ponte!
01/12/2007
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1 comentário:
Depois desta greve, tudo continuará com antes.
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