28/12/2007

Accionistas independentes? Quais?

-Face ás acusações de partidarização do BCP, respondem os socialistas, com a independência dos accionistas da instituição face ao estado, mas será mesmo assim? Joe Berardo, de boas relações com o governo, face á instalação da sua colecção no CCB, estará mesmo, totalmente independente? A CGD, nem é necessário aqui explicar, por razões mais que óbvias. A EDP, liderada por António Mexia, face ás liberalizações e reguladores no sector, poderá reclamar para si tal estatuto? BPI, para além de concorrente, logo parte interessada, mais preocupado com uma eventual tomada de posição por parte de capitais estrangeiros, procura no estado uma defesa para si, para além duma ajudinha nos negócios com Angola. Não existe em Portugal, uma estrutura empresarial, verdadeiramente independente do poder político, desde logo pelo peso excessivo que o estado ainda detém na economia, aquele núcleo accionista do BCP, é todo ele composto por pessoas, que por esta ou aquela razão, vão todos eles negociar com o estado, o que lhes confere algum grau de dependência, o qual o governo agora aproveita, para poder influenciar decisões no sector financeiro. Tão pouco importam ao governo questões éticas, como a passagem de administradores dum banco para outro, colocando em causa a livre concorrência, respondendo o governo, que é normal ver administradores transitarem entre empresas, sejam elas públicas ou privadas. Será normal, mas não entre concorrentes, normal sim, seria existirem contratos blindando eventuais tranferências entre concorrentes, salvaguardando informação priviligiada.

4 comentários:

JOY disse...

Amigo António,

Passei para te DESEJAR UM FABULOSO 2008 COM MUITA SAÙDE .

Um abraço
JOY

Tiago R Cardoso disse...

São sempre os mesmos,vão é mudando de cadeiras e do alto da sua mesa o estado observa se estam bem sentados, enfim começa a estar por todo o lado...

SILÊNCIO CULPADO disse...

Concordo com a análise feita.
Só por mera ingenuidade alguém pode acreditar em certas independências de umas quintas em relação a outras.É só ver quem são os que colhem em cada uma delas.

quintarantino disse...

Ó António se você me dissesse o contrário eu ainda acreditava, isto é, que o Governo não é independente de interesses económicos... agora assim... no lo creio, desculpe... aliás, aqui entre nós, assisto com relativo espanto ao quase silêncio sepulcral de tudo o que é "opinion maker" sobre as investidas do PSD e do próprio Presidente da República para que um homem daquela área seja nomeado para a CGD. Agora é Faria de Olievria, antes Dias Loureiro... tudo gente da mais completa independência que agora se cisma em não se ver nos que vão para o BCP... eu admito que o Vara não me convence, mas também nunca me convenceu...
Isto faz-me lembrar quando nomearam Oliveira Martins para o Tribunal de Contas. Aqui d' el rei berraram as oposições, mas que agora convenientemente até usam os relatórios e auditorias do mesmo Tribunal de Contas para malhar! Há coisas fantásticas, não há?