-Realizou-se este fim de semana mais uma recolha de alimentos por parte do Banco Alimentar contra a fome, instituição de actividade meritória, dirigida por Isabel Jonet. Vale a pena ver esta peça, na qual se afirma algo que já tenho afirmado inúmeras vezes, o crédito excessivo, provoca situações de dificuldade extremas, levando inclusivé, algumas famílias de classe média, insuspeitas de serem atingidas por estes problemas, á fronteira da exclusão social. Seria fácil culpar o governo por todos os males que afectam a nossa sociedade, e o governo não se livra das culpas, de sobrecarregar com impostos rendimentos de empresas e particulares, provocando que as primeiras não consigam gerar riqueza e criar novos postos de trabalho, impedindo os segundos de consumirem, o que impede o crescimento económico, e o desenvolvimento das empresas, acrescido de não cumprir ele próprio os seus compromissos financeiros, agravando ainda mais o problema. Mas também não podemos apelar ao choradinho do costume, culpando governo, e lucros da banca, quando são as pessoas individualmente, as principais responsáveis pela situação financeira em que se encontram, muitas delas optando claramente por viver acima das possibilidades que os rendimentos lhe asseguram, recorrendo ao crédito, por vezes pelas mais disparatadas razões, procurando passar férias numa praia longinqua, ou adquirindo um bem de consumo superfluo, o qual não raras vezes fica desactualizado antes de ser pago. Num país que se pretende atingir daqui a uns tempos, 500 Euros como ordenado mínimo, não poderemos agora, exigir auxílio do estado para estas situações, por muito que custe, terão de ser as famílias a encararem a realidade, optando por colégios mais baratos, deixarem de possuir 2 viaturas e passarem a utilizar apenas 1, ou preferencialmente os transportes públicos, vender habitação, adquirindo outra mais barata, em suma, viverem de acordo com as reais possibilidades, por muito que custe, enquanto não o fizerem, não serão viáveis do ponto de vista financeiro, caindo em situações que todos lamentamos, mas que a sociedade nada pode resolver, pois tem outros casos estruturalmente bem mais graves, aos quais ainda não conseguiu dar resposta.
04/12/2007
Novos pobres
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3 comentários:
I couldn't agree more! The problem is that if we accuse the middle classes too much for their own-generated problems we are, in turn, accused of being snob, politically incorrect and worse. Of course, the government has a lot to answer for, banks have a lot to answer for, aggressive marketing has a lot to answer for but when it comes to private decisions and keeping up ridiculous appearences people have a lot to answer for. Sorry, there are things I just don't uderstand!
Caro António de Almeida, realmente não se pode culpar o estado por tudo, mas também não se pode incluir a sociedade em geral dentro de mesmo "pacote". Eu não possui-o dois veículos, não tenho filhos, não uso promoções financeiras para viajar, tenho apenas habitação a pagar e as suas despesas normais e sabe que mais? Tenho dificuldades...Por isso não se preocupe com que usa e abusa dos créditos, esses têm hoje para deixar de ter num futuro muito próximo. A mim preocupa-me são as pessoas ditas "normais" como eu que tentam sobreviver o dia-a-dia e estes acredite, não padecem de uma culpa própria.
Também ando preocupado com as tais pessoas ditas normais. Que as há. As restantes, enfim...
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