-A senadora Hillary Clinton venceu ontem, as importantes primárias no Partido Democrático, nos importantes estados do Texas e Ohio. Também venceu Rhode Island e perdeu Vermont, estados menos importantes, face ao número de delegados em causa. Mas tratou-se duma vitória pírrica, desde logo no Texas, até poderá ter perdido o caucasus, o que a confirmarem-se as projecções da USA Today, as mais favoráveis a Clinton, terá ganho este estado pela curtissima margem de apenas 1 delegado. No computo geral, terão sido recuperados no máximo 15, num total superior a 150 em número de delegados. Admitindo as sondagens como válidas, confirmando-se a esperada vitória da sen Clinton na Pennsylvania e Wyoming, perdendo a Carolina do Norte e Mississipi, na melhor das hipóteses a sen. Clinton entrará na convenção de Denver com um atraso superior a 100 delegados para o sen do Illinois Barack Obama. Confirmando-se a manutenção desta candidatura, restará aos Clinton, a possibilidade duma chapelada na convenção, procurando obter em Denver, aquilo que não conseguiram nos 50 estados, mas deixarão certamente uma imagem bem pior do que aquela que tanto criticaram em 2000, a propósito da eleição de George W. Bush. Confirmando-se a eventual chapelada, será uma dádiva para John McCain, que não deixará de fazer notar aos americanos, concorrer contra a máquina do Partido Democrático, em vez do vencedor das primárias.
-Também publicado n' O Andarilho
06/03/2008
Chapelada no Partido Democrático?
Etiquetas:
Primárias USA
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Anónio de Almeida, em primeiro lugar agradeço a gentileza das palavras que hoje nos deixou e louvar e registar a oportunidade das suas intervenções.
Sobre o duelo Hillary/Obama, penso ser cristalino que Hillary fez o que alguns já haviam vaticinado como impossível (eu próprio já admitira o chamado "tide turn" definitivo).
E, tendo-o feito, abre espaço a duas discussões: primeiro, a de que o voto dos hispânicos vale menos que o dos negros; segundo, a da anulação dos actos eleitorais internos na Florida e noutro estado (não tenho presente neste momento o nome do mesmo).
Recuperando estes votos e delegados (uma vez que ali ganhou) reequilibra a contenda.
Quanto à questão da alegada "chapelada" (um novo argumento que vejo usado e que até faz lembrar um "Elephant"), não vejo as coisas por esse prisma.
Os superdelegados, quando muito, poderão estar moralmente vinculados a reflectir com o seu voto o sentido de orientação do estado que representam.
E digo quando muito porque, se os mesmos têm existência e são permitidos nas regras internas do Partido Democrático, então também têm direito a representarem-se a si próprios. Ou será que não?
Imagine o amigo António de Almeida que era superdelegado à Convenção e que apoiava Barak Obama (como apoia); imagine que o seu estado era o da California ou o do Texas onde quem venceu foi Hillary Clinto; está obrigado a votar em que não apoia ou pretende usar a prerrogativa de liberdade de voto que as regras lhe dão?
É que, curiosamente, pode-se colocar a questão ao contrário daquilo que faz. O António de Almeida aponta no sentido da "chapelada", mas também devia admitir que o princípio da coacção possa existir no caso de quem era apoiante de Hillary ter de seguir aquilo que defende...
No mais, volto a dizer que McCain não é tão tolo como o querem pintar, nem tão fácilmente batível por Barak Obama como alguns "mass media" e "talking heads" querem fazer crer.
Desculpe a franqueza, mas Barak Obama é mais um produto de "marketing" ...
-Quint, o outro estado de que fala é o Michigan, curiosamente o estado natal da sen. Clinton, razão porque foi a única a ir a votos, nem Obama, nem os restantes candidatos, na altura ainda estavam na corrida, se apresentaram, pelo que aí nem a candidatura de H. Clinton reclama os delegados, aí quer novas primárias, mas na Florida onde á partida todos os candidatos tinham assumido que não contava, agora já recusam novas primárias, é que os argumentos são bastante tacticos. Em qualquer caso, virem o resultado na convenção, e estaremos cá para ver as consequências.
I'm reminded of that awful song "The heat is on"!
Enviar um comentário