12/06/2007

Governo pára Ota, para estudar opção Alcochete

-Não nos podemos iludir nem embandeirar em arco, não conseguimos nenhuma vitória, nem meia vitória, ou sequer 10% de vitória, conforme o próprio engº Sócrates onde afirmou, não se tratou dum recuo do governo, e hoje lá vai o engº Mário Lino acalmar os autarcas do lobby Ota, quanto muito, e utilizando uma linguagem futebolística, o povo português marcou um golo aos 5 minutos dum jogo que está muito longe do fim. O que Sócrates não disse, mas se estivermos atentos poderemos chegar à conclusão que esta decisão não pode ser dissociada das eleições para a C.M.L., onde Sócrates já anunciou que se vai empenhar pessoalmente na campanha eleitoral, uma eventual derrota, ou mesmo um resultado menos bom seria imediatamente associado à prestação do governo, para além que há que fazer um favor ao amigo António Costa, que já estava a ser acossado por todos os lados em relação ao apoio que ele próprio dá à opção Ota, com a qual é manifestamente solidário, já se tendo percebido que os Lisboetas não estão pelos ajustes, podem considerar ou não a manutenção da Portela, comn ou sem um aeroporto de suporte nos arredores, podem até aceitar uma deslocalização do seu aeroporto, mas esta a verificar-se terá de ser dentro dos limites da área metropolitana de Lisboa, da qual a Ota não faz parte. Ora António Costa sendo, como é, disso não tenho dúvidas, um político sério, não estava disposto a mentir, nem a dar o dito por não dito, e sendo asim, foi mais fácil a Sócrates fazer um recuo, não tenho dúvidas que meramente estratégico, para surgir mais tarde, lá para o final do ano, quando os portugueses estiverem entretidos com o futebol, a 1ª volta estará perto do fim, a liga dos campeões a decorrer, as compras de Natal e a passagem de ano a ocuparem as preocupações e o tempo de muita gente, lá por essa altura, prevejo que aparecerá o governo, com postura de quem até parou para ponderar, a apresentar a Ota como única solução. Será isto que Mário Lino vai tentar convencer hoje os autarcas do Oeste, e pedir-lhes que fiquem calados, mas que diabo é que os presidentes de câmara de Leiria, Santarém ou Cartaxo têm a ver com o aeroporto de Lisboa? Não que as pessoas que moram nessas localidades sejam habitantes dum deserto, mas o aeroporto de Lisboa num país tão pequeno como Portugal ficar mais longe do centro da cidade, do que os aeroportos de Madrid, Barcelona, Paris ou Roma? Como concorrer com essas cidades em matéria de turismo de qualidade, viagens de negócios e congressos? Claro que também sou sensível a questões ambientais, e se fôr mesmo necessária a construção dum novo aeroporto, que seja em Poceirão, Alcochete, Rio Frio, Alverca, Montijo ou qualquer outra localidade, por mim tudo bem, desde que seja dentro da área metropolitana de Lisboa. Mais, se é um facto que a Portela está a ficar sobrecarregada, já se fizeram estudos sobre qual o impacto que o TGV terá na diminuição do número de passageiros? Vale a pena construir aeroporto e TGV? Ou a segunda opção aliviaria a Portela, podendo torná-la viável? Estamos a falar também do dinheiro do contribuinte, e de esbanjamenteos, elefantes brancos e derrapagens Portugal já teve dose que chegue, não necessita de mais.

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