29/06/2007

Liberdade dos deputados

-Hoje vou saudar a iniciativa dos cerca de 30 deputados que pediram ao tribunal constitucional a fiscalização sucessiva da lei que regula a IVG. E vou saudá-los por várias razões, em primeiro lugar uma saudação especial aos deputados eleitos pelo PS que subscreveram o documento, o que prova que nem todos os deputados são seguidistas, alguns pensam por cabeça própria, pena não serem todos e de todos os quadrantes a fazê-lo. Não é por ter votado Não que estou de acordo com a iniciativa, em democracia há que saber ganhar, e saber perder, em matéria de referendo sobre IVG, eu perdi, e pronto, mas em democracia também há que saber ganhar, e os que ganharam, particularmente elementos ligados ao PS e ao B.E., tomaram posições fundamentalistas, avançaram para uma legislação que não prometeram, foram mais longe do que aquilo que eram as suas propostas em campanha, e isso é aldrabice, não tenho outro nome, para mais, quando impedem que se mostre uma ecografia do feto à grávida, que não se permita uma consulta de aconselhamento e a cerja em cima do bolo, que a práctica da IVG seja um acto isento de taxa moderadora. Onde está a preocupação pela vida humana? Onde está a coerência destes srs que afirmaram em campanha que o aborto era um mal em si mesmo, que se deveriam combater as causas e não as pessoas, e que não era uma liberalização mas sim uma legalização. Então e é grátis? E as consultas de planeamento familiar, são pagas? A pilula contaceptiva, e a pilula do dia seguinte vão passar a ser igualmente grátis? Ou será mais barato fazer um aborto? Que o tribunal constitucional se pronuncie pois, mas parece-me que esta história ainda não acaba por aqui.

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