-O BCE prepara-se para anunciar hoje nova subida das taxas de juro, o que em Portugal irá deixar muitas famílias que neste momento sofrem da doença do sobrendividamento, á beira dum ataque de nervos, já que segundo estatísticas, em média cada família portuguesa gasta mais 24% do que aquilo que ganha. Isto por si só merece algumas considerações, desde logo, porquê? Não podemos culpar o BCE pela subida, porque ela é absolutamente necessária como forma de travar a inflação, para a qual o sobrendividamento não deixa de dar o seu importante contributo, então há que arranjar outro bode expiatório, a esquerda do regime culpa a banca e os seus lucros, a direita culpa a política económica do governo. Ora, um velho ditado popular diz, em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão, a banca não pode ser culpabilizada por dar facilidades de crédito, afinal o seu negócio é vender dinheiro, se não o fizesse não seria sustentável nem teria razão de existir, cabe aos consumidores comprar ou não comprar qualquer artigo, e um crédito é um produto como qualquer outro. Outra das razões apontadas é o crédito excessivo ao consumo, o que entronca no passatempo preferido dos portugueses nos últimos 15 anos nomeadamente, passar os seus tempos livres nos centros comerciais, onde não faltam lojas com técnicas mais ou menos agressivas de merchandising, que cumprem o seu papel, vender, cabe aos consumidores mais uma vez decidirem se podem ou não comprar. Mais uma vez, o crédito fácil, a somar á subida crescente do preço das habitações nos últimos anos, logo dum maior montante de capital em dívida no momento de comprar casa própria, vamos somar a isto a falta de coragem do governo para implementar as reformas necessárias, justiça, administração pública, saúde e fiscal, e temos o cocktail para a falta de crescimento económico de Portugal e a sua economia que tarda em arrancar! Na hora de comprar um imóvel a esmagadora maior práctica dos portugueses é questionarem quanto vão ficar a pagar, em lugar de se negociar taxa de juro, e claro, se se fizer um inquérito de rua ouvem-se logo muitas pessoas a dizer aberrações como por ex. a culpa é do Euro, nunca deveriamos ter abandonado o escudo. A essa linha de pensamento respondo, ainda bem que já não temos o escudo, porque se o tivéssemos ainda, seria fácil adivinhar a resposta do governo, desvalorizar o escudo, o que seria entrar mais ou menos em linha com aquela ideia peregrina lançada pela sra Ségolène Royale, que em recente campanha afirmou que gostaria que o BCE estivesse ao serviço dos diversos governos, o que seria mais ou menos o mesmo que desvalorizar a moeda, e um bom pretexto para os governos não aplicarem as reformas. Os cidadãos é que têm de passar a saber quanto ganham, e gastarem dentro dos seus limites, mesmo a constituição esquerdista herdada do pós 25 de Abril prevê ensino tendêncialmente gratuito, saúde e direito a habitação condigna, que todos nós temos de pagar com o dinheiro dos nossos impostos, não queiram agora também constitucionalizar o direito a compra de habitação própria, com aquecimento central, lareira, cozinha equipada, acabamentos de luxo etc, ou então consagrar na constituição o direito a férias no Brasil ou Rep. Dominicana, Computadores e telemóveis topos de gama, ecrãs de plasma ou LCD's. Claro que o sol quando nasce é para todos, mas nem todos podem comprar tudo, principalmente tudo ao mesmo tempo, e os portugueses são culpados e muito do que lhes está a acontecer, as políticas económicas do governo não favorecem o desenvolvimento da economia, mas citando Kennedy, não esperem pelo que o país possa fazer por vós, façam o que o país espera de vós, a frase adaptei-a.
06/06/2007
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