DN-Estado funciona pior que o sector privado
-Um estudo coordenado pelo ex-ministro da educação Roberto Carneiro, levado a cabo pela Univ. Católica, é claro, na sua maioria os portugueses não estão satisfeitos com os serviços prestados aos cidadãos pela administração pública, ainda que admitam recentes melhorias. O estudo destaca a evolução nas habilitações dos funcionários públicos, normalissimo já que decorre da escolaridade mais abrangente, e o front-office, melhorado com a aposta em lojas de cidadão, apetrechamento tecnológico e acessibilidade através da internet, aqui destacando-se o pagamento de impostos. Onde as melhoras teimam em não se fazer sentir é nos tempos de espera, nos mais variados serviços, que manifestamente irritam os cidadãos. Enquanto utente, não concebo sequer a possibilidade de passar o dia num hospital á espera duma consulta, a última vez que lá estive, entrei em Sta Maria cerca das 8.30h, para inscrição numa consulta previamente marcada, eram 11h, ainda não tinha sido atendido, continuavam umas dezenas de possoas á minha frente por terem chegado primeiro, nem a imagino a que horas, e obviamente vim-me embora, não tendo voltado até hoje, resolvi o meu problema no sector privado, pagando duplamente, pois continuo mensalmente a ver retirado aos meus rendimentos, os descontos para a segurança social. Também hoje ninguém terá paciência para passar um dia num tribunal, por vezes para ser ouvido em 5 minutos, tudo porque a função pública está manifestamente descordenada, e desorganizada, face ás necessidades do tempo presente, com manifestos custos de produtividade que todos pagamos. Outro aspecto a ter em conta, é a falta de mobilidade na função pública, é sabido que Lisboa por exemplo, perdeu inúmeros residentes nos últimos 20 anos, com o crescimento dos concelhos limitrofes, e a função pública, acompanhou esse movimento respondendo ás necessidades das populações? claro que não, basta ver o funcionamento, e consequente tempo de espera, numa conservatória do registo predial por ex. em Loures, Oeiras, Cascais ou Sintra, para verificarmos que os funcionários são em número igual há já vários anos, os edifícios sem condições de trabalho para os funcionários, menos ainda de atendimento aos cidadãos. Não sei se existem funcionários públicos a mais ou não, face aos serviços que o Estado hoje assegura, em meu entender existe um peso excessivo do próprio Estado, mas essa é outra questão, parece-me que dentro do quadro actualmente existente, a mobilidade é fundamental, os serviços da administração existem para servir os cidadãos e não o contrário, pelo que é urgente uma mudança, nos quadros, com menor interferência do poder político, nomeando gestores que deveriam alcançar determinados lugares através duma efectiva progressão na carreira, quer uma reavaliação urgente das efectivas necessidades das populações, que se traduzirão em ganhos de produtividade de todo o país, quer na agilização e simplificação de processos, combate á burocracia, e modernização de serviços, instalações e procedimentos. O importante não será procurar culpados pela presente situação, resultado de décadas de prácticas erradas, e onde ninguém estará verdadeiramente inocente, políticos, gestores, funcionários e cidadãos, mas importa sim, corrigir duma vez por todas, esse travão ao desenvolvimento chamado administração pública.
29/10/2007
3 em cada 4 portugueses afirmam
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1 comentário:
Concordo consigo quando diz que a solução devia ser procurada entre todos. Não apontando culpados.
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