09/10/2007

Aumento do número de vagas em medicina

DN-Governo quer duas mil vagas em Medicina

-Não poderia estar mais de acordo, mas..., a minha questão é o mas, de que forma serão atingidas as 2 mil vagas em medicina? É real a falta de médicos que existe no país, a ponto de recrutarmos com alguma frequência médicos noutros países, nomeadamente em Espanha, no entanto o problema é mais que uma simples questão aritmética, ao aumento do número de vagas será necessário não diminuir a qualidade do ensino, o que remete para a melhoria das actuais instalações universitárias onde são ministrados os cursos de medicina, e construindo novas instalações á semelhança do que aconteceu em Braga que está neste momento a formar os primeiros médicos, preferêncialmente no interior do país, Covilhã ou Évora seriam a meu ver boas hipóteses, mas após a realização de investimentos em meio hospitalar, para além do evidentemente necessário em equipamentos e laboratórios. Numa U.E. cada vez mais concorrêncial também em matéria de ensino, justifica-se tentar manter no país alunos que fogem para Espanha ou Rep. Checa, o país necessita deles obviamente, mas também seria positivo o estado equacionar autorização a instituições privadas de ministrar o curso de medicina, mediante rigoroso caderno de encargos para garantir a qualidade dos médicos formados no país, isso nem se discute, o que não podemos é ceder a interesses corporativos instalados, que visam manter o status quo, causando todos os problemas conhecidos desde as listas de espera, aos conflitos de interesses entre público e privado. A bem dos portugueses, é necessário nesta como noutras matérias que o mercado funcione.

2 comentários:

nelio disse...

parece-me que o que se pretende é que haja excesso de médicos, para se poder manipulá-los à vontade, como se faz actualmente aos professores. a minha mulher é professora, e quando ela levanta alguma objecção técnica, respondem-lhe que se não concorda se pode ir embora, porque estão lá fora 45.000 que querem entrar. com os médicos não podem fazer isso porque não há lá fora uma multidão de desempregados prontos a entrar para o sistema. se houver excesso, já se pode.

António de Almeida disse...

-Até pela dificuldade em formar médicos, não será tão fácil acontecer, como aos professores, em que a oferta supera a procura. Em segundo lugar, com a tendência de envelhecimento da população, é previsivel daqui a uns 10 anos aumentar a falta de médicos, a não ser que se comece a atacar desde já o problema, pois um médico demora uns 8 anos a formar. Até lá teremos sempre de recrutar no estrangeiro para preencher as lacunas, agora não se pode é baixar a qualidade do ensino, pois tal significaria médicos menos quailificados daqui a 10 anos, isso nunca, mas também não podemos ceder a interesses corporativos, como se os médicos fossem um clube restrito. Prefiro ter excesso de médicos do que população sem cuidados e listas de espera.