19/10/2007

Tratado dos burocratas europeus

PÚBLICO-Cimeira Europeia: fumo branco para o tratado de Lisboa

-Os líderes dos 27 governos europeus reunidos em Lisboa, conseguiram ultrapassar divergências que impediam a assinatura do tratado de Lisboa, na realidade tratado reformador da União Europeia, um nova designação técnica que mais não é que uma operação de maquilhagem ao fracassado tratado constitucional. Retirados a este último uma bandeira e um hino, alterados uns pontos de menor importância, e aqui está pronto para ser servido aos cidadãos europeus, mas sem os consultar, um documento que implica transferências de soberania nacional. Se o tratado é assim tão virtuoso, de que têm medo estes srs? Porque não referndá-lo? Pela parte que me diz respeito, Portugal, porque razão José Sócrates se prepara para descaradamente ignorar uma promessa eleitoral? Talvez porque em cada cimeira, estes srs passem para as opiniões públicas, péssimas imagens, agarrados a cláusulas, lugares, arranjando sempre como solução, complexos mecanismos legislativos de salvaguarda, muito dificeis de entender, as cimeiras mais parecem um saco de gatos, com aquela foto de família pelo meio a anunciar que tudo vai bem, quando todos sabemos que tudo está mal. Desde a forma como os burocratas europeus nos tentam impingir a necessidade de centralização do poder decisório em Bruxelas, para quem a democracia é uma maçada, pois eles, os iluminados, sabem como agir em nome dos nossos, deles, interesses. A assinatura deste tratado, representa uma vitória da burocracia sobre a democracia, do poder político sobre a sociedade, não se admirem depois, que em próximos actos eleitorais se verifique uma crescente abstenção, com os cidadãos completamente alheados da política, as vozes que nessas ocasiões se levantam para clamar contra a enfermidade da democracia, são as mesmas que agora, ou se calam, ou defendem a legitimidade destas prácticas que tenho muita relutância em classificar de democrácticas. Pela minha parte, estou do lado dos vencidos, longe de estar convencido, sentindo que tão pouco estarei só!

-Também publicada n'O Andarilho.

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