24/10/2007

Desrespeito pelo eleitorado

DN-PCP "perde" Câmara da Marinha Grande

-Mais uma vez o PCP demonstra total desrespeito pelos eleitores. Servem-se do prestígio, e notoriedade locais dum candidato, neste caso Barros Duarte, e tal como tem sido práctica deste partido, lembremo-nos da deputada Luisa Mesquita, ou do presidente da C.M.Setúbal, Carlos Sousa, políticos em quem as pessoas votaram, numa demonstração de confiança, mas vendo-os depois ser substituidos, ao abrigo de interesses do PCP, por políticos, que embora também eleitos, não encabeçavam as listas. Esta práctica não sendo exclusiva do PCP, tem sido utilizada, sobretudo ultimamente pelo PCP, que longe de estar só, outros partidos possuem algumas originalidades, como declarações de renúncia a mandatos para que foram eleitos, previamente assinadas, o que nos remete para a questão fundamental, quem é dono do mandato, o político ou o partido? Se fôr o político, ele responde perante o partido, mas principalmente perante o eleitor, se fôr o partido, este vê o político agir na defesa dos seus interesses, e por sua vez, será o partido que responde perante os eleitores. A legislação portuguesa é um pouco ambígua, permitindo uma zona cinzenta, em que não se percebe muito bem, quem representa quem, pelo que é necessária e urgente, uma reforma do sistema político, pessoalmente e sem ambiguidades, defendo a criação de circulos uninominais em legislativas, com os deputados a serem eleitos directamente pelo povo, melhorando a qualidade da democracia representativa, pois não conheço representação mais qualificada que a emanada do voto, e em autárquicas, gostaria de ver o presidente de câmara eleito directamente, com direito a escolher a sua vereação, a qual cairia automaticamente em caso de queda do presidente, com os poderes que actualmente cabem aos vereadores a passarem para as Assembleias Municipais, as quais iriam ver os seus poderes substâncialmente reforçados, respeitando aqui a proporcionalidade das votações.

4 comentários:

Tiago R Cardoso disse...

Perfeitamente de acordo, nas autarquias a grande maioria vota na pessoa e não no partido, parece-me um desrespeito aos eleitores fazer estas substituições, estamos numa democracia e não numa monarquia, para se andar a substituir o "rei" pelo "príncipe".
Sou também totalmente de acordo que um presidente de uma câmara eleito, devia ter a liberdade de escolher os seus "ministros" e com a sua saida, sai-se todo o executivo camarário.

quintarantino disse...

Só há uma questão que ou não entendi ou, tendo entendido, não concordo com ela. Os poderes dos vereadores passarem para a Assembleia Municipal...
Sou técnico superior jurista numa câmara de médua/grande dimensão e assevero que tal é manifestamente incomportável. Por questões de eficácia e celeridade, por exemplo.
No resto, quem é Presidente devia poder escoler a equipa com quem trabalha, mas a mesma também devia ser passível de moções de censura com efeitos práticos e não como sucede agora.

Vladimir disse...

é o reflexo do país onde vivemos, muito confusão, muito estrondo, depois tudo passa, ameniza...e o povo vive anestesiado e alheado...

Ricardo N. disse...

Oi quando tiver tempo passe pelo «Golfinho Alegre». Boa Semana.