-Santos Ferreira foi eleito presidente do conselho de administração do BCP, com 97,76% dos votos. Esta votação traduz a meu ver, a submissão dos grandes accionistas aos interesses do estado, não por acaso quando o governo é socialista, aliás será curioso verificar que a lista encabeçada por Miguel Cadilhe, obteve uma votação expressiva em número de votantes, pequenos accionistas. Para corroborar a minha afirmação, será fácil verificar, que todos os agora eleitos, Santos Ferreira, Armando Vara e até Paulo Macedo, são oriundos do estado, ou do sector público, o que vem dar ao mesmo, quanto aos grandes accionistas, todos eles são tutelados pelo estado, directa ou indirectamente, com golden share, ou no caso da Sonangol pelo estado angolano, no qual muitos destes accionistas têm interesses e negócios, logo estão numa situação de dependência. Tirando o caso da Sonangol, digam-me por favor, quantos administradores destas empresas accionistas do BCP têm administradores que nunca tenham estado ligados ao estado, ou aos partidos políticos do chamado arco da governabilidade, o bloco central de interesses? Para mais, vislumbrando-se no horizonte a construção duma cidade aeroportuária, a 3ª travessia do Tejo, ou investimentos públicos no Oeste, não falando dos interesses em Angola, alguém acreditará que o capitalismo quer verdadeiramente ser independente do regime socialista? Quando muitos apontam as políticas neo-liberais como culpadas dos problemas económicos e sociais que o país atravessa, será talvez altura de perguntar se existe mesmo algum liberalismo em Portugal, liberais existirão, mas não estes srs que vêm frequentemente reclamar flexibilização das leis laborais, uma menor intervenção do estado na economia e outro rumo na política fiscal e económica, que depois ajoelham de forma subserviente, defendendo princípios válidos, mas praticando um liberal-socialismo, ajoelhando-se aos pés do poder político.
16/01/2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Até pode ser, mas considero que no fundo temos de estar limitados sempre ás mesmas caras ou estranhas coincidências.
Por exemplo, o individuo que estava no governo, Ferreira Amaral, negociou o contrato de concessão à Lusoponte, de seguida passou para presidente da empresa e agora é ele que irá negociar com o governo as alterações a esse mesmo contrato.
Resumindo, tudo coincidências, estranhas mas coincidências...
Perdão, Socialismo 1 - Capitalismo (se é que é) 1. E no fim ganha o "centrão".
Enviar um comentário